sexta-feira, 31 de agosto de 2012

MS institui Política Nacional de Saúde do Trabalhador




A portaria que institui a Política e o Plano Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora foi publicada nesta sexta-feira (24), no Diário Oficial da União (DOU). Com este instrumento, o Ministério da Saúde (MS) passa a regulamentar, de maneira técnica e legal, a garantia dos direitos à qualidade salutar no ambiente profissional de todos os trabalhadores, independentemente de sua localização (urbana ou rural), de sua forma de inserção no mercado de trabalho (formal ou informal), de seu vínculo empregatício (público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado) ou desempregado.
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora se articula com a Política e o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, que integra ações do Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), e de outros dois ministérios: Trabalho e Emprego e da Previdência Social.
“Chegamos num novo momento para a saúde do trabalhador no país. Com a publicação desta portaria – que traz as diretrizes e estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde no que se referem à saúde do trabalhador – todos os níveis de gestão estão fortalecidos pela definição desses princípios”, explica Carlos Augusto Vaz de Souza, coordenador geral da Saúde do Trabalhador, do MS.
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador foi elaborada por meio de sete princípios e diretrizes, sete objetivos e seis estratégias. E está alinhada com o conjunto de políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do processo saúde-doença. “Sempre tivemos várias normativas, mas não havia uma política que determinasse a vigilância, a atenção integral, entre outros aspectos. Agora, temos a organização das diversas legislações em uma única fonte”, reitera Carlos Augusto Vaz de Souza.
 
saude_trabalhadorDEFINIÇÕES - A política observa os seguintes princípios e diretrizes: universalidade; integralidade; participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; descentralização; hierarquização; equidade e precaução.
Já os objetivos desta política são os de fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador e a integração com os demais componentes; promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis; garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador; ampliar o entendimento de que a saúde do trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal; incorporar a categoria “trabalho” como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde.
Além disso, está previsto assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e certificar a qualidade da atenção à saúde do usuário do SUS.

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/6793/162/ms-institui-politica-nacional-de-saude-do-trabalhador.html 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Classe Hospitalar Fernandes Figueira comemora seu primeiro aniversário



 A Classe Hospitalar do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) completa neste mês um ano de existência. A iniciativa, que permite que crianças e adolescentes internados continuem sua formação escolar, chegou ao Instituto graças a uma parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro.
As aulas são individuais em função da necessidade de precaução do contato entre os pacientes e acontecem diariamente nos leitos das enfermarias de pediatria geral, DIPe (Doenças Infecciosas Pediátricas), Cirurgia Pediátrica, Unidade Intermediária (UI) e Unidade de Pacientes Graves (UPG). A professora municipal Karla Bastos lembra que o conteúdo programático ministrado é correspondente ao que está sendo ensinado na escola em que a criança está matriculada. “Os conteúdos também estão disponíveis no site da Secretaria Municipal de Educação”, ressalta. 
Para a professora, a continuidade do processo de aprendizagem dentro do hospital facilita um retorno sem prejuízos à escola e ainda minimiza o isolamento social. “A palavra que resume a classe hospitalar é encantamento. Em um ano no IFF já alfabetizei crianças internadas, crianças que não gostavam de ir à escola passaram a aceitar melhor o conteúdo das aulas, respondendo com bom desempenho às atividades propostas; e crianças que poderiam perder o ano escolar pelo longo período de internação, tiveram esse direito garantido. Todas essas situações são extremamente motivadoras e gratificantes. São encantadoras”, afirma ela.
A iniciativa tem dado tão certo que, neste ano, a Classe Hospitalar Fernandes Figueira se expandiu e ganhou mais uma professora, Giselle Gomes. No Instituto, a mediação é feita pelo Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (NAPEC), que funciona como base para as professoras. O IFF está localizado na Avenida Rui Barbosa, 716, Flamengo.

Fonte: Jornal do Brasil

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Estresse na gravidez pode afetar formação do bebê, diz estudo

 

Nível de ferro, importante para o desenvolvimento dos órgãos, diminui. Pesquisa israelense foi feita com mulheres em zona de guerra.

O estresse durante os primeiros meses de gravidez pode afetar o desenvolvimento do bebê. Uma pesquisa apresentada neste domingo em um congresso das Sociedades Acadêmicas Pediátricas mostra que os filhos de mães que se estressaram no primeiro trimestre de gestação têm menor nível de ferro no sangue.
O ferro é importante para o desenvolvimento de vários órgãos, principalmente do cérebro. Problemas como a diabetes gestacional, o fumo durante a gravidez e o nascimento prematuro estão entre as principais causas da baixa de ferro no sangue dos bebês.
O acréscimo do estresse a esta lista foi sugerido por um estudo israelense. A equipe de Rinat Armony-Sivan, da Faculdade Acadêmica de Ashkelon, fez as medições com mulheres que passaram por uma situação de alto estresse. Ashkelon fica perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e as mulheres que participaram da pesquisa viviam em uma área que sofreu mais de 600 ataques com foguetes.
Os médicos excluíram todos os demais fatores que pudessem baixar a quantidade de ferro no sangue e compararam estas mulheres a um grupo controle. Os filhos destas 63 mães estressadas tinham menor quantidade de ferro do que os outros 77 bebês que participaram da análise.
Os autores da pesquisa sugerem, então, que as mulheres controlem o nível de estresse para evitar problemas aos bebês. Se isso não for possível, é importante monitorar a saúde da criança com exames de sangue e, em caso de deficiência de ferro, tratar o problema desde cedo.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

terça-feira, 28 de agosto de 2012

CONVERSA AFIADA - Saúde da Mulher no Pré-Natal, Parto e Puerpério




 A Saúde da Mulher no Pré-Natal, Parto e Puerpério é o tema da próxima Conversa Afiada, promovida pela Coordenação de Educação em Saúde da Superintendência de Promoção da Saúde da SMSDC-RJ e do Comitê Técnico de Saúde da População Negra. O evento acontece hoje, 28 de agosto, a partir das 14h, no auditório do Otics Centro (Rua Evaristo da Veiga, nº 16, 2º andar, Cinelândia). Durante o encontro, serão compartilhadas experiências das superintendências de Maternidades, de Atenção Primária e de Vigilância em Saúde e da Coordenação de Saúde da Mulher, da SMSDC-RJ.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

1° Treinamento para Aplicação de BCG da MMABH


Treinamento realizado no Auditório da Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, nos dias 20, 21 e 22 de agosto de 2012. A facilitadora para o treinamento foi a Enf. Carmem Vilarino, responsável pelos imunobiológicos e a rede de frio da II RA - CMS Oswaldo Cruz. Contamos também com a presença do  Dr. Guida Magaro, chefe do Serviço de Vigilância em Saúde da área.

Ultrassom transvaginal pode ser perigoso

A ultrassonografia transvaginal não reduz o risco de morrer de câncer. Pelo contrário, na maneira como este procedimento é praticado hoje em dia no Brasil, pode ser um perigo para a saúde da mulher.

Eu viajo frequentemente ao Brasil, onde estou passando boa parte do ano para pesquisa acadêmica. Adoro o país e os seus habitantes e, diferentemente da maioria dos estrangeiros, tento entender como a sociedade brasileira chegou a ser esta amálgama única de histórias e culturas de vários continentes. Ou seja, tenho uma ideia da “brasilidade” muito além dos estereótipos de samba, futebol e praia. O Brasil, para mim, é um paraíso de dimensões míticas. Apesar disso, onde se tem muita luz, também se vê sombra.
Quando minha namorada brasileira um dia me contou que, ao fazer o exame ginecológico regular, a médica lhe recomendou também uma sonografia transvaginal, eu fiquei um pouco irritado. Eu lhe perguntei se isso era indicado no caso de pacientes de alto risco ou para aquelas que tivessem antecedentes de câncer de ovário na família. Para minha surpresa, ela afirmou que este não era seu caso. O procedimento simplesmente foi realizado de maneira “preventiva”. Tratava-se de um exame de rastreamento. Na verdade, eu não fiquei chocado pelo uso do ultrassom transvaginal em si, pois este método, devido a sua alta resolução da imagem em comparação com a sonografia tradicional, pode ser considerado muito útil para a diagnose de mulheres grávidas ou com sintomas de alguma doença ginecológica, como miomas ou quistos, tal como para exames dos ovários em pacientes de alto risco. Entretanto, este não era o caso.
Na Alemanha, ao contrário, é bem conhecido que o ultrassom transvaginal não deve ser usado desta maneira despreocupada com fins “preventivos”. É por isso que o seguro obrigatório de saúde não paga este procedimento e as entidades médicas oficiais o consideram desnecessário e, inclusive, perigoso. Segundo o Instituto Alemão de Controle de Produtos e Serviços, o beneficio médico deste exame é “quase nulo”, mas os possíveis danos podem ser “consideráveis”. O Serviço Médico dos Seguros de Saúde, por exemplo, não recomenda seu uso para mulheres da “população média”, ou seja, mulheres saudáveis sem sintomas. Sua aplicação seria, porém, indicada caso o exame ginecológico manual mostre alguma anomalia. Do mesmo modo, o Instituto Alemão de Documentação e Informação Médica do Ministério de Saúde (DIMDI) constata que não tem nenhuma evidencia científica que possa justificar este procedimento como exame de rastreamento.
Ao inverso, devido aos frequentes falsos positivos e devido ao pânico que pode causar uma diagnose errada numa mulher, sem falar das possíveis operações desnecessárias, a sonografia transvaginal “preventiva” é qualificada como um tratamento “negativo”. Os médicos que a oferecem nos seus sites, na contramão das orientações oficiam, ou seja, vendendo o exame como se fosse um serviço particular para a “prevenção do câncer”, são advertidos pela Associação de Proteção ao Consumidor, a ponto de precisarem retirar estes anúncios sob pena de processo jurídico. Por isso, nenhuma organização profissional médica da Alemanha recomenda atualmente este exame para previr câncer de ovário ou câncer endometrial, devido aos resultados assustadores de quatro grandes estudos empíricos que foram realizados nos últimos anos na Europa, no Japão e nos EUA.
Nos EUA, tanto a Associação de Ginecologia e Obstetrícia, como o grêmio Prostate, Lung, Colorectal, and Ovarian Cancer Screening Trial (PLCO) que aconselha o governo dos EUA, assim como todas as grandes instituições de pesquisa oncológica, rechaçam este método como forma de prevenir câncer. Segundo a Aliança Nacional contra o Câncer de Ovário, os riscos provocados por falsos positivos não são menores, pois algumas mulheres já até morreram por causa de operações desnecessárias.
Isto tem a ver com o fato de um estudo amplo realizado pelo PLCO, o qual foi publicado em 2011, evidencia que, até hoje, quase nenhuma mulher tenha se salvado do câncer, graças à ultrassonografia transvaginal. Este estudo se fundamenta na base empírica mais completa até agora. Trata-se de uma pesquisa realizada com cerca de 78.000 mulheres durante treze anos, ou seja, se baseando numa mostra estatisticamente bastante significativa. No final do estudo, no entanto, na metade das pacientes que foi tratada com ultrassom transvaginal a taxa de morte por câncer de ovário foi mais alta do que no grupo das mulheres tratadas com métodos convencionais (118/100)! O grande problema é que o câncer de ovário é um assassino silencioso e agressivo, sem ter muitas possibilidades de ser detectado num estado preliminar, caso tenha estado preliminar. Convencer as mulheres que a ultrassonografia oferece uma espécie de “proteção” contra a doença é simplesmente uma mentira e absolutamente antiético, pois cria uma falsa ilusão de salubridade nas mesmas. Até hoje, a etiologia deste câncer é desconhecida, sua detecção e sua cura são difíceis.
Mas o que transforma o ultrassom transvaginal num perigo grave para muitas pacientes é a alta taxa de falsos alarmes que este método produz, como já os tinha mencionado acima. Segundo as pesquisas europeias e norte-americanas, a precisão do método é tão baixa que muitos achados resultam sendo falsos positivos, e muitos tumores existentes simplesmente não são detectados, pois a tecnologia ainda não é suficientemente madura. É mais um aspecto assustador do estudo do PLCO: em cada 100 mulheres, nas quais o ultrassom transvaginal encontrou uma anomalia, no final, só uma mulher foi diagnosticada com câncer de ovário. As outras 99 anomalias achadas eram, portanto, casos de sobrediagnóstico. De todo modo, cada terceira destas mulheres teve que se someter a uma intervenção cirúrgica, e em cada sexta destas operações houve complicações graves.
Os responsáveis da pesquisa resumem os resultados da seguinte maneira: “Este estudo mostra que os testes disponíveis não são eficazes e podem realmente causar danos por causa do elevado número de falsos positivos. Estes resultados apontam para a necessidade contínua de ferramentas de rastreio mais precisas e eficazes.”
Depois de me aprofundar um pouco nesta matéria, eu fiz uma pequena pesquisa na internet para saber qual a opinião dos médicos brasileiros sobre o assunto. E desta vez o choque foi ainda maior! Não tem praticamente nenhum site que esclareça, de maneira neutra, sobre as limitações e riscos da ultrassonografia transvaginal. Pelo contrário, quase todos os sites de clínicas e consultórios enaltecem este exame como um excelente método para prever o câncer. Recomenda-se o seu uso em intervalos regulares para mulheres completamente saudáveis: Assim, no site www.oncoguia.org.br, podemos ler o seguinte: “O melhor método para avaliação periódica e preventiva do câncer de ovário é o ultrassom transvaginal, que é o exame que apresenta sensibilidade e especificidade para detectar o câncer ovariano.”
Além disso, não achei nenhum site que fizesse referência aos estudos empíricos dos EUA e da Europa, embora o estudo do PLCO fosse amplamente divulgado nas revistas especializadas e na imprensa. Eu me pergunto então: Por que acontece isto no Brasil? Como não pode ter nenhum tipo de reflexão crítica sobre o assunto? A ciência não é universal? Enquanto os médicos brasileiros parecem desconhecer os riscos deste método, na Alemanha, uma equipe de médicos contratada pelo Ministério de Saúde acaba de ganhar um prêmio por ter comprovado os perigos deste exame por meio da pesquisa empírica (Prêmio David Sackett por medicina baseada em evidência, 16 de março de 2012)! No reporte final do seu estudo, fica evidente que o exame traz mais malefícios que benefícios à grande parte das mulheres, desde que seja praticado de maneira “preventiva”. Os autores também recomendam aos médicos que fiquem mais cientes dos estudos empíricos, em vez de se orientar nas suas experiências práticas só. Por último, exigem que as pacientes devam ser informadas de maneira transparente e imparcial sobre os riscos e limitações deste exame.

Fonte: Blog Saúde Brasil

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Saúde do trabalhador: Justiça reconhece que SUS tem competência legal para fiscalizar e autuar empresas

É lei. Quando um trabalhador tem um acidente no trabalho ou alguma doença decorrente da atividade profissional, a empresa deve comunicar o fato ao INSS.
O aviso se faz por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho – a CAT (formulário que a própria empresa preenche). Essas informações são importantes de vários pontos de vista: trabalhista, social, previdenciário, estatístico e epidemiológico. Tanto que, em caso de omissão, a lei determina autuação e multa, independentemente de facultar a sua emissão por autoridades sanitárias, sindicato ou o próprio segurado.  Foi o que aconteceu com a Pirelli Pneus Ltda., em Campinas (SP).
Durante inspeção, agentes do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), órgão da Secretaria Municipal de Saúde, descobriram que a empresa deixou de emitir a CAT para um funcionário com osteartrose.
Também conhecida como artrose ou osteoartrite,  a doença decorre de lenta e progressiva degradação de um tecido elástico que recobre as extremidades ósseas e amortecem os impactos. É responsável por 7,5% dos afastamentos do trabalho no país.
A Pirelli contestou na Justiça do Trabalho. Alegação: o Cerest (leia-se SUS) não teria competência para autuar e multar empresas, pois tais atribuições seriam apenas dos fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O Cerest replicou, reafirmando ter, sim, competência para fiscalizar e impor multas referentes à saúde pública, independentemente das relações de trabalho.
O Juiz do trabalho Rafael Marques de Setta, da 11ª Vara do Trabalho de Campinas-SP, negou a demanda da Pirelli, reconhecendo a competência legal do SUS em relação às questões de saúde e trabalho.
Em bom português: Vigilância e fiscalização em saúde do trabalhador são competência também do SUS e não apenas do Ministério do Trabalho.
“Desde a Constituição de 1988, o SUS tem várias atribuições na área de saúde do trabalhador. Uma delas é promover ações de vigilância, inclusive fiscalizar plenamente ambientes de trabalho”, explica a médica-pesquisadora Maria Maeno, da Fundacentro, em São Paulo. “Reconhece-se, assim, acertadamente que vários elementos da relação de trabalho são determinantes para a saúde e a produção de acidentes e doenças do trabalhador.”
Apesar de a legislação ser bastante clara sobre essas atribuições, muitas empresas contestam. Há resistência também da corporação dos auditores fiscais do trabalho.
“Se a vigilância e fiscalização em saúde do trabalhador fossem efetivamente feitas pelo SUS,  o Estado e a sociedade teriam um grande ganho”, defende a doutora Maeno. “Em vez de as empresas serem fiscalizadas por centenas de fiscais do trabalho, seriam fiscalizadas por milhares de agentes do SUS em todo o país. Além disso, as atribuições do SUS não se restringem às empresas formalmente constituídas; elas alcançam qualquer local de trabalho.”
Ou seja, do ponto de vista legal, não há a menor dúvida: o SUS (vigilância e fiscalização das condições e organização do trabalho) e Ministério do Trabalho  e Emprego (fiscalização do trabalho) têm atribuições em comum na área de saúde do trabalhador.
Portanto, poderiam ter ações integradas. Na prática, porém, isso não acontece na maior parte do país. Campinas é um dos poucos municípios onde SUS e MTE trabalham em conjunto em saúde do trabalhador.
Detalhe: as referências para fiscalização são diferentes.
O SUS fiscaliza com base nos códigos sanitários e na literatura científica, o que dá maior amplitude às ações.
O Ministério do Trabalho apóia-se nas normas regulamentadoras (NR). O problema é que algumas estão desatualizadas e outras trazem consequências negativas para os direitos dos trabalhadores. É o caso NR7, que determina a realização de exames periódicos por médico contratado pelas empresas; muitas vezes eles têm sido usadis para demitir trabalhadores.
Qual o caminho?
“Os órgãos governamentais devem buscar a articulação real para atuação sinérgica”, defende a dra. Maria Maeno. “Já as empresas deveriam cumprir o seu dever em vez de sobrecarregar a justiça com ações contestando competências legais estabelecidas.”

Por: Conceição Lemes - Blog Saúde Brasil

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Diabetes gestacional se manifesta na metade da gestação

Diabetes na gestação pode se manifestar, normalmente, da metade para frente da gravidez e em níveis mais altos. Foto: Shutterstock

Diabetes gestacional é nome dado à alteração dos níveis de glicose encontrada durante a gravidez. A doença afeta 7% das gestantes, segundo dados do Ministério da Saúde, e pode levar a complicações tanto para a mãe, quanto para o bebê.

A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, tem a função de facilitar a entrada do açúcar nas células. Quando há a doença, os hormônios produzidos pela placenta bloqueiam essa ação, elevando a concentração de açúcar no sangue.

O diagnóstico da doença é feito pelo exame de glicemia, dosagem da glicose no sangue. Se for constatada alguma alteração, é feito um teste da tolerância oral à glicose. A mulher costuma fazê-lo durante o primeiro exame pré-natal. Normalmente, o exame é refeito entre a 24ª e a 28ª semana. O diabetes que surge com a gravidez começa a se manifestar mais frequentemente no meio da gestação.

Níveis bem mais altos
A maior diferença entre o diabetes normal e o gestacional é que o primeiro tem mais chances de atingir níveis de glicemia mais altos, a ponto de acarretar ganho de peso, aumento da sede e da frequência de urinar. A mulher que desenvolve diabetes gestacional não costuma apresentar sintomas específicos da doença.

Os maiores riscos do diabetes na gravidez são pré-eclâmpsia (pressão alta), más-formações fetais, parto prematuro, maior incidência de cesáreas e bebês com peso aumentado, uma vez que a insulina é fator de crescimento. "Se o bebê é muito grande, o parto normal pode trazer complicações. E o maior problema do tamanho aumentado é que ele provavelmente vai precisar de um cuidado neonatal especial", afirma Gustavo Kroger, obstetra da Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

A doença durante a gravidez também pode levar a complicações futuras, tanto para a mãe, quanto para o filho. Para ela, as chances de desenvolver diabetes novamente são maiores. "Ela já tem a tendência. Por isso, a gente recomenda que, depois de seis a oito semanas do parto, e esporadicamente a cada dois anos, ela repita os exames", diz o obstetra.

O filho pode ter problemas de peso, alterações metabólicas e doenças cardiovasculares na vida adulta. "Existe a tendência de filhos de diabéticas terem problemas no futuro", explica Gustavo.

O controle da doença durante a gestação costuma reduzir bastante esses riscos. Normalmente, é feito pela dieta com redução de carboidratos e maior ingestão de fibras. Em alguns casos mais sérios, utiliza-se a insulina. "Na gestação, muitas medicações não são indicadas. Por isso, o mais indicado é dieta, insulina e atividade física adequada", afirma Gustavo.

Fatores de risco
A ocorrência de diabetes gestacional depende da predisposição genética e do estilo de vida da mulher. Sedentarismo, tabagismo e sobrepeso são fatores de risco. "Mas é um conjunto de coisas que leva a isso. Há pessoas que apresentam todos esses fatores externos e não têm diabetes gestacional", comenta o médico.

Na gestação, a idade avançada da mulher também pode contribuir. Mulheres com pressão alta, alterações de tireoide, ou grávidas de múltiplos também têm mais chances de desenvolver a doença.

Devido a esses fatores de risco, é possível reduzir as chances de desenvolver diabetes gestacional. Se a mulher deseja engravidar e estiver acima do peso adequado, o ideal é que ela faça exercícios físicos e dieta. 

Fonte:http://vidaeestilo.terra.com.br/fertilidade/noticias/0,,OI6080242-EI20144,00-Diabetes+gestacional+se+manifesta+na+metade+da+gestacao.html

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cegonha Carioca na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda


 

 
Para melhorar e dar as gestantes cariocas um atendimento de qualidade e assistência em todas as fases da gravidez, a prefeitura do Rio oferece o projeto Cegonha Carioca, que tem por objetivo diminuir a mortalidade materno-infantil e incentivar a realização do pré-natal, tão importante quanto o parto.
Com este projeto, as grávidas atendidas em todas as unidades de saúde da SMSDC, inclusive na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, recebem o enxoval para o recém-nascido e contam com ambulância para o transporte na hora do parto.

As gestantes  que já realizam o pré-natal em unidades da rede básica municipal receberão o Passaporte Cegonha, onde ficará registrada a maternidade de referência para a realização do parto. 

As mulheres cadastradas e um acompanhante visitam a maternidade com antecedência, conhecem a estrutura do local e tiram dúvidas sobre o momento da internação e do parto. Durante a visita, as futuras mamães recebem um enxoval para o seu filho. 

Quando chega a hora do parto, a gestante tem uma ambulância exclusiva para levá-la à maternidade. O transporte será acionado por central telefônica, que funcionará 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados, e que conta com uma equipe de enfermeiros-obstetras para orientar as pacientes. O programa prevê ainda a criação, em breve, de um berçário virtual, com fotos dos recém-nascidos.

Kit entregue as mamães:

1 manta (linda e super grande) 
1 tolha com capuz (linda branca com detalhes em azul) 
1 bolsa  em patchwork 
trocador grande e acolchoado 
1 body sem manga 
1 body de manga 
2 calças culotes 
1 macacão manga comprida
1 macaquinho manga curta
4 sapatinhos de pano 
1 luvinha 
1 casaquinho com capuz 
2 toalhas de boca 
Tudo super lindo e de excelente qualidade!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

HIV: infecção de bebê é evitável na gestação



O risco de mulheres portadoras do vírus HIV transmitirem a doença para o bebê durante a gestação atualmente é mínimo. De acordo com o Ministério da Saúde, com o uso dos medicamentos indicados e um acompanhamento médico, as chances de infecção para o bebê ficam em torno de 1%. Se a gestante não tomar as medicações, o risco sobe para 25%.
Entre 2008 e 2009, segundo dados do Ministério da Saúde, pelo menos seis mil brasileiras portadoras do HIV engravidaram no país. Na última década, houve redução de 44,4% nesse tipo de transmissão do vírus. "O pior de ter uma criança com Aids é saber que isso pode ser evitado", afirma Paulo Guzzo, coordenador de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa).
De acordo com o Boletim Epidemiológico DST/Aids de 2009, o Estado do Pará é responsável pela notificação de 60% dos casos de gestantes HIV positiva na região Norte. "A chamada transmissão vertical (por transmitir o vírus HIV da mãe para o filho) pode ocorrer durante a gestação, no momento do trabalho de parto e na amamentação", explica Paulo Guzzo.
Guzzo ressalta ainda que durante a gestação, se a mãe fizer uso dos antirretrovirais (remédio que combate a multiplicação do vírus) a partir do 3º mês de gestação, e o recém-nascido, nos primeiros 42 dias de vida, a possibilidade de a criança ser portadora fica em torno de 1% a 2%.
"A forma mais comum de contágio do bebê pela mãe é decorrente de problemas, como a perfuração da placenta, que aumenta o risco de haver contato entre o sangue da mãe com o do filho. Por conta disso, é indicado que o parto seja feito através da cesariana, e não normal".
O coordenador indica que a mãe HIV positiva, após o nascimento, que participe do tratamento mantendo a criança nos programas de Assistência Integral à Criança HIV positiva. A equipe de profissionais vai acompanhar o desenvolvimento do bebê através de exames que seguem as orientações do Ministério da Saúde.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

“Salve Vidas: Higienize as Mãos”


 


Pode parecer exagero, mas você sabia que as mãos são o principal veículo de transmissão de micro-organismos de um indivíduo para outro? Assim sendo, o simples ato de lavar as mãos de forma correta torna-se a principal medida de controle no desenvolvimento de infecções, pois reduz significativamente a transmissão de patógenos.
Tendo em vista a importância deste ato, foi criado em 2008 o Dia Mundial de Lavagem das Mãos (Global Hand Washing Day). O dia eleito foi 15 de outubro e a idéia é que nesse dia, em mais de 60 países, sejam desenvolvidas atividades que sensibilizem as crianças à higiene das mãos.
De acordo com a organização Global Hand Washing, esse dia foi criado com três objetivos principais: apoiar uma cultura global de lavagem das mãos com sabão, chamar a atenção dos governantes para a importância desta atividade e aumentar a conscientização sobre os seus benefícios. Ainda segundo a organização, “O desafio é de transformar a lavagem das mãos com sabão de uma abstrata boa ideia a um comportamento automático realizado nas casas, escolas e comunidades do mundo todo.”
A importância da higienização das mãos pode ser evidenciada pela existência de um segundo dia dedicado ao assunto, sendo este instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e focado principalmente no profissional de saúde. O dia 5 de maio foi o dia escolhido; a data associa o quinto dia do quinto mês aos cinco momentos da Higiene das Mãos. A campanha “Salve Vidas: Higienize as Mãos”, tem como objetivo melhorar a higienização das mãos e reduzir as infecções relacionadas com a assistência à saúde, promovendo a segurança de pacientes, profissionais e demais usuários dos serviços de saúde.
Transformar a lavagem das mãos em um hábito frequente pode salvar mais vidas do que qualquer vacina ou intervenção médica, reduzindo as mortes por diarreia em 50% e as mortes por infecções respiratórias agudas em 25%. Dessa maneira seguem abaixo algumas informações e explicações sobre quando e como se deve proceder a higienização das mãos:
-      QUANDO?
A lavagem das mãos deve ser executada principalmente nas seguintes ocasiões:
·                     Antes de manipular ou consumir alimentos
·                     Antes e depois de se entrar em contato com pessoas doentes ou acamadas
·                     Depois de ir ao banheiro
·                     Depois de espirrar, tossir ou assoar o nariz
·                     Após manipular objetos potencialmente sujos ou contaminados
·                     Após entrar em contato com animais
·                     Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas
É importante ressaltar a maior importância da higienização das mãos pelo profissional de saúde, uma vez que este pode funcionar como carreador de micro-organismos de um paciente para outro. Vale ainda reforçar que o uso de luvas não substitui a correta lavagem das mãos.
- COMO?
A correta higiene das mãos é feita com água corrente, sabonete líquido e papel toalha para secar a pele. As bactérias são removidas por ação mecânica, ou seja, é necessário esfregar as mãos. A espuma presente no sabonete também ajuda a remover a gordura da pele, eliminando uma maior quantidade de micro-organismos. Na ausência de água e sabão, o gel de limpeza das mãos é tão eficiente quanto uma lavagem correta, já que contém álcool, que remove boa parte das bactérias.