A
mortalidade fetal, apesar de elevada no Brasil, é pouco estudada
quanto à sua determinação. Um estudo caso-controle aninhado foi feito
para investigar os determinantes da mortalidade fetal em uma
população usuária dos serviços públicos de uma região do Rio de
Janeiro, de 2002 a 2004. Os dados foram coletados por meio de
entrevista com as puérperas e complementados em prontuários e cartões
de pré-natal. Os casos foram óbitos fetais com peso igual ou
superior a 500g e os controles foram nascidos vivos no mesmo período.
Para análise estatística, usou-se um modelo hierárquico de fatores
sócio-econômicos e psicossociais (nível distal), reprodutivos,
comportamentais e assistenciais (intermediário) e características
biológicas do feto (proximal). Destacaram-se vínculo empregatício,
situação marital estável, acompanhante na admissão e pré-natal
adequado como protetores de mortalidade fetal, enquanto violência
doméstica, morbidade na gravidez e crescimento fetal restrito
aumentaram o risco. O pré-natal se mostrou importante estratégia de
redução do risco nesta população.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Césárea e Amamentação
A comparação de alguns estudos que relataram um risco aumentado de problemas na lactação entre mães submetidas a cesarianas à outros que relatam o contrário, traz dualidade ao entendimento,da influência negativa da cesárea em relação à lactação.
Para conferir, acesse na íntegra o artigo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101998000300004
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Vacina Contra Gripe em Gestantes: Fique sabendo!!!
A vacinação de mulheres grávidas contra a gripe também ajuda a
proteger a saúde dos bebês antes e após o parto, indica um estudo
publicado no American Journal of Public Health. Baseado em dados
estatísticos da província canadense de Ontario, o estudo comparou grupos
de mulheres grávidas que receberam ou não a vacina contra a gripe H1N1
durante a pandemia de 2009-2010, que matou mais de 14 mil pessoas no
mundo.
"Nossos resultados sugerem que a vacinação contra a gripe H1N1 no
segundo e terceiro trimestres de gravidez está associada a uma melhoria
nos resultados fetais e neonatais durante a recente pandemia", indicam
os pesquisadores, que destacam a necessidade de confirmar a conclusão
com outros estudos.
No início do mês de maio deste ano, outro grupo de pesquisadores canadenses descobriu que a
vacina contra o H1N1 gerou uma série de anticorpos que protegem contra
muitos tipos de gripe, incluindo a altamente letal cepa H5N1 - a gripe
aviária.
Fonte:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5791458-EI8147,00-Vacinar+contra+gripe+durante+gravidez+pode+ajudar+bebe.html
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
RJ lançou campanha de combate à mortalidade materna
Foi lançado em fevereiro deste ano, no estado do Rio de
Janeiro, uma campanha de combate à morte materna com o tema ‘Pré-natal
de qualidade e parto seguro'. A campanha seguiu até o dia 28 de maio, deste ano,
data em que é comemorado o Dia de Combate a Mortalidade Materna. A
Campanha é uma iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e tem
apoio da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres e do
Comitê Estadual de Óbito Materno.
Enquanto outros estados também têm índices altos de mortalidade
materna mas conseguiram reduzir a mortalidade nos últimos cinco anos,
dados do Comitê de Acompanhamento dos Óbitos Maternos do Estado mostram
que os mesmos patamares de morte materna foram mantidos ao longo dos
últimos seis anos.
Mortes evitáveis
"O dado preocupante é que o
número de mulheres grávidas diminuiu. Uma das causas foi a qualidade do
pré-natal e não podemos deixar de citar que até o dia de dar a luz as
mulheres ficam peregrinando de hospital em hospital, sem saber onde
darão a luz", destaca a presidente da comissão, deputada estadual Inês
Pandeló. "Morre uma mulher a cada dois dias e, por ano, são mais de 170
mortes maternas em virtude de infecção, hipertensão ou hemorragia, sendo
que 90% dessas mortes são evitáveis."
A campanha da Alerj vai divulgar dados tratando da importância de se
fazer o pré-natal. Serão distribuídos cartilhas, folhetos e cartazes,
além de divulgação na TV Alerj e a realização de audiências públicas
para debater o tema. A comissão da Alerj fará também um levantamento nas
cidades para averiguar se as prefeituras têm comitês municipais para
investigar os óbitos.
Direito das mulheres
A deputada espera que com a
campanha mulheres sejam conscientizadas da importância dos cuidados
durante esse período, assim como os homens e os profissionais de saúde. É
necessário que se iniciem ações concretas para a redução da morte
materna. Essa é uma das mais graves violações dos direitos humanos das
mulheres, por ser uma tragédia evitável ", menciona. "Toda mulher tem
direito a uma gravidez saudável e a um parto seguro".
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
1º Treinamento CCIH - Higienização Hospitalar
A CCIH
junto com a empresa terceirizada do HMMAH promoveu um dia de treinamento sobre
Higienização Hospitalar para dar início ao processo de melhora contínua nos
Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde!
O ambiente dos serviços de saúde atualmente são foco
de atenção para a redução da disseminação de microrganismos, visto que pode
atuar como fonte de patógenos que tem potencial para causar infecções
relacionadas à assistência à saúde, como os microrganismos multirresistentes.
Segundo ANVISA (2010), há uma redução de 99% para 80%
no número de micro-organismos presentes em superfícies que foram limpas e
desinfetadas. Sabemos que as superfícies hospitalares carreiam um risco mínimo
de transmissão direta de infecção, mas pode contribuir para a contaminação
cruzada secundária, por meio das mãos dos profissionais de saúde e de
instrumentos ou produtos que poderão ser contaminados ao entrar em contato com
essas superfícies e posteriormente, contaminar os pacientes ou outras
superfícies (ANSI/AAMI, 2006).
Assim, a higienização das mãos dos profissionais de
saúde e a limpeza e a desinfecção de superfícies são fundamentais para a
prevenção e redução das infecções relacionadas à assistência à saúde.
O Serviço
de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde visa garantir aos
usuários dos serviços de saúde uma permanência em local limpo e em ambiente com
menor carga de contaminação possível, contribuindo com a redução da
possibilidade de transmissão de infecções oriundas de fontes inanimadas.
De acordo
com o texto da ANVISA (2004) percebemos o quanto é importante dar atenção a
este tópico dentro da área hospitalar. E para atender a essa demanda é
imprescindível esforços individuais e pró-atividade, para que se consiga elevar
o grau de conhecimento e evidências científicas para esse representativo
segmento de mercado. A capacitação profissional é fundamental e o envolvimento
de toda a equipe neste processo também!
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Especialistas afirmam que duração da vacina contra o HPV ainda é desconhecida
Mesmo assim, especialistas recomendam a imunização antes da iniciação sexual
Especialistas concordam que a vacina contra o HPV é altamente eficaz na
prevenção do câncer de colo de útero — segundo tumor mais frequente na
população feminina, atrás apenas do câncer de mama. No entanto, eles
admitem que a duração da imunidade ainda é desconhecida, assim como a
necessidade de dose de reforço.
O oncologista Dr. Glauco Baiocchi Neto, diretor de Ginecologia
Oncológica do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, avisa que a
imunização não garante 100% de proteção.
— Não podemos ter o mesmo raciocínio da vacina contra a hepatite B, por
exemplo, que confere imunidade para toda a vida. As pesquisas mostram
que ela é eficiente, mas previne apenas quatro tipos de vírus contra
mais de 150 que existem.
Atualmente, a vacina está disponível apenas na rede privada, mas há um
projeto de lei na Câmara dos Deputados que prevê o direito de meninas
entre nove e 13 anos receber gratuitamente as três doses na rede pública
de saúde.
Se a lei for aprovada, a ginecologista Dra. Neila Maria de Gois Speck,
professora afiliada do departamento de Ginecologia da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo), acredita que tanto população quanto
governo vai sair ganhando.
— A vacinação previne o câncer de colo de útero que é a segunda causa
de morte de mulheres por câncer no Brasil. Além disso, ela também
previne contra verrugas genitais e outros cânceres, como de ânus, reto,
boca e garganta.
Na rede privada, há a vacina bivalente — que protege contra o HPV 16 e
18, responsáveis pelo desenvolvimento de câncer — e a quadrivalente que,
além destes dois tipos, ainda é capaz de prevenir contra outros dois
(HPV 6 e 11), principais causadores de verrugas genitais.
Atualmente, o custo das três doses da vacina contra o HPV é de cerca de R$ 1.000.
Para homens
Lançada no Brasil em 2006, inicialmente a vacina foi aprovada para o
uso em mulheres entre 9 e 26 anos. Cinco anos depois, a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), permitiu a aplicação em homens da
mesma faixa etária. Mas, na prática isso não acontece.
O oncologista Dr. Luiz Paulo Kowalski, diretor do Núcleo de Cabeça e
Pescoço do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo (SP), justifica a baixa
adesão masculina.
— Além da vacina ser cara, o risco de câncer decorrente de HPV no sexo
masculino é infinitamente mais baixo que na mulher. É muito raro o homem
desenvolver câncer de pênis, mas observa-se um aumento dos casos de
câncer de orofaringe em decorrência do sexo oral desprotegido.
Apesar de a incidência ser baixa, ninguém está totalmente livre da
doença e, como a principal forma de contágio é via sexual, o médico
reforça que a camisinha não pode ser "esquecida" em nenhuma relação.
— Prevenir é sempre melhor do que tratar.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Rio e mais quatro capitais fazem campanha para prevenção e diagnóstico rápido de infecção generalizada
A campanha de mobilização para o Dia Mundial da Sepse,
conhecida como infecção generalizada, foi realizada no dia 13, no Rio de
Janeiro, com a promoção de ações voltadas à conscientização da
população e dos profissionais de saúde sobre a importância do
diagnóstico precoce da doença.
A ação teve como objetivo reduzir a incidência e as altas taxas de
mortalidade provocadas pela infecção generalizada no país.
Pela primeira vez na campanha, o Brasil recebeu ações em mais quatro
capitais brasileiras: São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Brasília. No
Rio, a ação foi realizada na Rodoviária Novo Rio, na zona portuária da
capital fluminense. A iniciativa foi promovida pelo Instituto
Latino-Americano de Sepse (Ilas) e pela Associação de Medicina Intensiva
Brasileira (Amib), com apoio do Ministério da Saúde.
Foram distribuídos no local folhetos explicativos e houve a presença de
profissionais de medicina para esclarecer as dúvidas dos cidadãos. De
acordo com o secretário-geral da Amib, Ricardo Lima, a prevenção é o
melhor remédio. ''A gente sabe que um grande problema é que essa doença
ocupa, em média, um quinto dos leitos da terapia intensiva dos
hospitais. Se a gente prevenisse e tivesse menos doentes com quadros
avançados, teríamos mais leitos para atender a outros casos'', disse.
Segundo Lima, qualquer infecção pode causar uma sepse, como pneumonia,
abcesso, meningite e infecção hospitalar. A doença se caracteriza por
ser um quadro de resposta a uma infecção que faz com que um ou mais
órgãos entrem em falência, generalizando a doença. O secretário disse
ainda que qualquer forma de prevenção pode ser benéfica, como o acesso a
boas condições de saúde, habitação, esgoto, alimentação e vacinas.
''O que nos preocupa muito é o diagnóstico e tratamento precoce.
Independentemente de todos os cuidados, nós vamos ter infecções que vão
evoluir para sepses, enquanto outros não. Tem que haver uma
conscientização do público para que não subestime quadros infecciosos'',
disse o médico.
O Ilas informou que a taxa de incidência da doença aumentou de 8% a 13%,
na última década. No período, a sepse foi responsável por mais mortes
do que certos tipos de câncer, como o de intestino. Ainda segundo o
instituto, 17% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) no
Brasil são ocupados por pacientes de sepse grave. A taxa de mortalidade
pode chegar a 55% dos portadores da doença nas UTIs.
Edição: Lana Cristina- Agência Brasil
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Mobilização une esforços pela criação de semanas estaduais de doação de leite materno no País
Em ação conjunta, o
Ministério da Saúde (MS), o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da
Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), o Instituto
de Comunicação e Inovação Científica e Tecnológica em Saúde
(Icict/Fiocruz), a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH-Br), o
Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano e a
Organização Pan-Americana de Saúde deram início a uma campanha de
mobilização social para fortalecer a proposta de criação do Dia Mundial
de Doação de Leite Humano, a ser comemorado anualmente em 19 de maio.
A data foi definida em
homenagem à assinatura da Carta de Brasília de 2005, primeiro documento
firmado entre países com o propósito de criar uma rede internacional de
Bancos de Leite Humano (BLH) para o enfrentamento da mortalidade
infantil em cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
conforme estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A comemoração do Dia
Internacional de Doação de Leite Humano foi formulada por 23 nações da
América Latina, Caribe, Península Ibérica e África, simbolizando a união
de esforços para mobilizar a sociedade em favor de alcançar a meta de
um milhão de bebês atendidos em todo o mundo.
Diante deste cenário, a
Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro assumiu posição de vanguarda ao propor a criação da Semana
Estadual de Doação de Leite Humano, coincidindo com o dia 19 de maio.
Com base nesta proposta, a BLH-Br iniciou uma ação integrada em todas as
regiões do país envolvendo os centros de referência estaduais e suas
respectivas assembleias legislativas a fim de reproduzir a iniciativa do Rio de Janeiro, cujo exito foi amplamente comprovado em sua primeira edição.
Dando prosseguimento a esta
estratégia, será realizado, nesta segunda-feira, 20/8, durante o
Encontro Nacional de Aleitamento Materno (ENAM-2012), uma sessão dos
BLHs do nordeste com seus respectivos representantes das assembléias
legislativas, com o objetivo de criar as Semanas Estaduais de Doação de
Leite Humano na região. O evento que terá como anfitriã a Assembleia
Legislativa do Ceará, contará com a presença de autoridades das Secretarias
Municipais e Estaduais da Saúde, da Área Técnica da Saúde da Criança e
do Aleitamento Materno (MS), do IFF/Fiocruz e da Comissão Nacional da
Rede BLH-Br, dentre outros.
Por sua trajetória e
militância a favor da amamentação, a atriz Maria Paula, madrinha da
campanha, representará o coletivo de mulheres que, de forma solidária,
doam leite materno para recém-nascidos que dele dependem como fator de
sobrevivência. Até o final do ano, outras quatro sessões estão previstas
nas Regiões Centro-oeste, Norte, Sul e Sudeste.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Conheça os testes que devem ser feitos no recém-nascido
A saúde do bebê começa a ser monitorada desde quando ele está no útero.
Quando nasce, é também hora de passar por diversos testes. De acordo com
Francisco Lembo, pediatra do Hospital Samaritano, de São Paulo, os
exames que são feitos no recém-nascido podem diagnosticar doenças que,
se tratadas logo no início, se tornam menos danosas - como os distúrbios
da tireoide.
No total, a maternidade é obrigada a realizar quatro exames após o nascimento. São eles o exame do pezinho, o screen auditivo, o teste de reflexo vermelho e o teste do coraçãozinho.
No total, a maternidade é obrigada a realizar quatro exames após o nascimento. São eles o exame do pezinho, o screen auditivo, o teste de reflexo vermelho e o teste do coraçãozinho.
Exame do pezinho
O exame do pezinho, que é colhido após 48 horas do nascimento, pode evitar algumas complicações futuras para a criança. Hoje, os testes ficaram mais sofisticados e existem três tipos, o básico, o intermediário e o complexo. Em cada grau, aumenta o número de doenças que podem ser diagnosticadas.
O teste básico pode detectar doenças como fenilcetonúria, anemia falciforme e hemoglobinopatias, fibrose cística e hipotireoidismo congênito. O exame intermediário inclui diagnósticos para toxoplasmose, leucinose e outras doenças. Já o complexo chega a detectar cerca de 45 problemas de saúde.
Com o resultado em mãos, o pediatra pode tratar de doenças que acarretariam em um grande dano para a saúde do bebê, como o hipotireoidismo. "Há algumas doenças que aparecem na triagem do pezinho, mas que não têm tratamento. No entanto, o diagnóstico precoce do hipotireoidismo salva a criança de ter algum déficit neurológico, que é o que normalmente acontece com bebês que nascem com algum distúrbio da tireoide", afirma Francisco.
Screen auditivo
O screen auditivo é o teste que vai avaliar se a criança nasceu com algum problema na capacidade de escutar. Ele também é feito nas primeiras horas de vida e quem avalia o bebê é um fonoaudiólogo.
Reflexo vermelho
O reflexo vermelho avalia os olhos do bebê. Por meio do exame, o médico pode diagnosticar catarata ou glaucoma na criança. O teste é realizado pelo pediatra neonatologista da maternidade.
Teste do coraçãozinho
O teste do coraçãozinho, que foi incluindo a lista dos exames pós-nascimento há pouco tempo, identifica doenças congênitas do coração. "Observou-se que aconteciam com frequência casos em que a criança era aparentemente saudável e, um ou dois meses depois, apresentava uma insuficiência cardíaca grave que podia levar até ao óbito", relata Francisco.
O exame é mede a quantidade de oxigênio no sangue. Dependendo do valor da medicação, a criança pode ser encaminhada para um eletrocardiograma, que pode avaliar melhor o que se passa com o bebê.
O exame do pezinho, que é colhido após 48 horas do nascimento, pode evitar algumas complicações futuras para a criança. Hoje, os testes ficaram mais sofisticados e existem três tipos, o básico, o intermediário e o complexo. Em cada grau, aumenta o número de doenças que podem ser diagnosticadas.
O teste básico pode detectar doenças como fenilcetonúria, anemia falciforme e hemoglobinopatias, fibrose cística e hipotireoidismo congênito. O exame intermediário inclui diagnósticos para toxoplasmose, leucinose e outras doenças. Já o complexo chega a detectar cerca de 45 problemas de saúde.
Com o resultado em mãos, o pediatra pode tratar de doenças que acarretariam em um grande dano para a saúde do bebê, como o hipotireoidismo. "Há algumas doenças que aparecem na triagem do pezinho, mas que não têm tratamento. No entanto, o diagnóstico precoce do hipotireoidismo salva a criança de ter algum déficit neurológico, que é o que normalmente acontece com bebês que nascem com algum distúrbio da tireoide", afirma Francisco.
Screen auditivo
O screen auditivo é o teste que vai avaliar se a criança nasceu com algum problema na capacidade de escutar. Ele também é feito nas primeiras horas de vida e quem avalia o bebê é um fonoaudiólogo.
Reflexo vermelho
O reflexo vermelho avalia os olhos do bebê. Por meio do exame, o médico pode diagnosticar catarata ou glaucoma na criança. O teste é realizado pelo pediatra neonatologista da maternidade.
Teste do coraçãozinho
O teste do coraçãozinho, que foi incluindo a lista dos exames pós-nascimento há pouco tempo, identifica doenças congênitas do coração. "Observou-se que aconteciam com frequência casos em que a criança era aparentemente saudável e, um ou dois meses depois, apresentava uma insuficiência cardíaca grave que podia levar até ao óbito", relata Francisco.
O exame é mede a quantidade de oxigênio no sangue. Dependendo do valor da medicação, a criança pode ser encaminhada para um eletrocardiograma, que pode avaliar melhor o que se passa com o bebê.
Fonte: http://vidaeestilo.terra.com.br/fertilidade/noticias/0,,OI6112974-EI20142,00-Conheca+os+testes+que+devem+ser+feitos+no+recemnascido.html
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Cesariana eletiva e aleitamento materno: revisão sistemática com metanálise
Muito tem se falado
dos efeitos deletérios da cesariana eletiva para o binômio mãe-bebê, e
está comprovado que a cesariana eletiva aumenta os riscos de distúrbios
respiratórios e de morte neonatal, mesmo quando controlados os fatores
potencialmente confundidores. Essa associação entre cesariana e
desfechos perinatais desfavoráveis ocorre mesmo em mulheres sem
complicações da gravidez e entre aquelas que são submetidas ao que
eufemisticamente se convencionou chamar "cesariana sem indicação médica
definida", ou seja, sem necessidade mesmo (!). Por outro lado, estudos
longitudinais têm demonstrado que não apenas há piora dos desfechos
perinatais mas também efeitos deletérios em longo prazo, como o aumento
de atopia, asma, alergia e obesidade em crianças nascidas de cesariana.
Hoje eu vou falar
de um assunto bem polêmico e que foi abordado em uma recente revisão
sistemática com metanálise publicada no "The American Journal of
Clinical Nutrition", sobre os efeitos da cesariana sobre o aleitamento
materno. O artigo se intitula "Breastfeeding after cesarean delivery: a systematic review and meta-analysis of
world literature" e teve por objetivo determinar se a cesariana
(eletiva ou intraparto) está associada com uma taxa mais baixa de
amamentação comparada com o parto vaginal.
Esse é o link para o resumo do artigo no PubMed:
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres no Brasil: conquistas recentes e desafios prementes
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher foi criado em
1983 no contexto da redemocratização do país e na esteira da Conferência
de Alma-Ata (1978), que definiu as bases da atençãoprimária em saúde.
Os movimentos sociais e os movimentos de mulheres, principalmente o
movimento feminista, influenciaram a construção do programa (1).
Paralelamente, no âmbito do Movimento Sanitário, se concebia o
arcabouço conceitual que embasaria a formulação do SUS. A implementação
do Programa nos anos 1990 foi influenciada pelas características dessa
nova política de saúde e norteada pelos princípios da integralidade e da
equidade da atenção.
Em 2004, o programa foi transformado na Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher. O intuito da política é promover a melhoria
das condições de vida e saúde das mulheres por meio da: (i) garantia de
direitos; e (ii) ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção,
prevenção, assistência e recuperação da saúde.
Este artigo vai apresentar os principais avanços na área dos direitos
sexuais e direitos reprodutivos alcançados na última década e destacar
que, apesar das conquistas de cidadania verificadas nesse período, a
agenda pública nessa área necessita romper preconceitos arraigados em
alguns setores da sociedade para que possamos vislumbrar, a curto prazo,
melhores indicadores de morbimortalidade da mulher brasileira.
Planejamento reprodutivo no âmbito da atenção integral
A ampliação do acesso pelas mulheres aos métodos contraceptivos representa indicador importante para avaliar a atenção à saúde da mulher. Em 2006, 99% das mulheres que participaram da PesquisaNacional sobre Demografia e Saúde (PNDS)(2) afirmaram conhecer ou ter ouvido falar de algum método contraceptivo. A prevalência de uso de métodos chega a alcançar 55% já nas primeiras idades (15-19 anos). Mais de 90% das mulheres unidas em todas as idades já praticaram algum tipo de anticoncepção, especialmente pelo uso de métodos modernos de alta eficácia (pílula, injetáveis, preservativo, entre outros).
A ampliação do acesso pelas mulheres aos métodos contraceptivos representa indicador importante para avaliar a atenção à saúde da mulher. Em 2006, 99% das mulheres que participaram da PesquisaNacional sobre Demografia e Saúde (PNDS)(2) afirmaram conhecer ou ter ouvido falar de algum método contraceptivo. A prevalência de uso de métodos chega a alcançar 55% já nas primeiras idades (15-19 anos). Mais de 90% das mulheres unidas em todas as idades já praticaram algum tipo de anticoncepção, especialmente pelo uso de métodos modernos de alta eficácia (pílula, injetáveis, preservativo, entre outros).
Em relação ao uso de preservativos, a Pesquisa Nacional de
Comportamentos e Atitudes (3) (PCAP), de 2008, revelaram que 57,6% das
mulheres em idade fértil afirmaram ter utilizado o preservativo na
primeira relação sexual. Em 2004, esse número era de 54,3%. O número de
atendimentos clínicos (4) para indicação e fornecimento de diafragma e
indicação de procedimento e inserção de dispositivo intrauterino no
período de 2003 a 2008 indica, igualmente, aumento significativo no
acesso das mulheres aos métodos anticoncepcionais. No ano de 2008 foram
verificados 202.661 atendimentos,
enquanto em 2003, foram 142.932.
enquanto em 2003, foram 142.932.
A pílula anticoncepcional de emergência, também conhecida como pílula
do dia seguinte, é outro recurso disponibilizado na rede de atenção do
SUS. Ela é utilizada com o objetivo de evitar gravidez indesejada em
situações excepcionais, não devendo ser usada narotina, em substituição a
outros métodos anticoncepcionais. Esse recurso é fornecido desde 2003
aos municípios que possuem população igual ou superior a 50 mil
habitantes. O Ministério da Saúde disponibilizou no período de 2003 a
2010, aos estados e municípios o montante de 1.565.244 milhão de
cartelas.
Atenção humanizada obstétrica, neonatal e ao abortamento
Na atenção aos direitos reprodutivos, o acesso à consulta de pré–natal de qualidade é um dos indicadores utilizados para avaliação. Em um período de dez anos, aumentou significativamente o acesso às consultas. A realização de no mínimo seis consultas de pré-natal, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, ocorreu em 74% das gestações, para usuárias do SUS, em 2006. Segundo a PNDS 2006, 3,6% das mulheres não se submetiam a nenhuma consulta pré-natal. Em 1996, esse número era de 31,9%.
Na atenção aos direitos reprodutivos, o acesso à consulta de pré–natal de qualidade é um dos indicadores utilizados para avaliação. Em um período de dez anos, aumentou significativamente o acesso às consultas. A realização de no mínimo seis consultas de pré-natal, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, ocorreu em 74% das gestações, para usuárias do SUS, em 2006. Segundo a PNDS 2006, 3,6% das mulheres não se submetiam a nenhuma consulta pré-natal. Em 1996, esse número era de 31,9%.
A realização de quatro consultas ou mais de pré-natal teve aumento em
13% (de 77% para 90%) no mesmo período. No ano de 2008 foram
registradas no sistema de informação ambulatorial mais de 19.465.622
consultas de pré-natal. A assistência pré-natal é um momento importante
para diminuir a incidência da sífilis congênita e da transmissão do HIV
da mãe para o bebê, com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Com
uma prevalência de 0,41% de infecção pelo HIV em gestantes, estima-se
que 12.456 recém-nascidos sejam expostos ao HIV anualmente (Estudo
Sentinela Parturientes, 2004). Já a prevalência de sífilis em
parturientes encontra-se em 1,6%, cerca de quatro vezes maior que a
infecção pelo HIV, representando cerca de 50 mil gestantes infectadas,
com estimativa de 12 mil casos de sífilis congênita (5).
Uma das estratégias para diminuir esses índices, foi o
desenvolvimento do Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da
Epidemia de Aids e outras DSTs, que tem como elemento fundamental o
enfrentamento das múltiplas vulnerabilidades às quais as mulheres
brasileiras estão sujeitas. O plano consolida o compromisso que vem
sendo assumido historicamente pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres em afirmar e efetivar os
direitos assegurados às mulheres, nos tratados internacionais e na
legislação brasileira, e implementar políticas para
a redução das desigualdades em nosso país.
Redes de apoio contra a violência em mulheres
A violência contra a mulher ainda representa um grande desafio para todas as políticas públicas. Segundo os dados do Sistema de Vigilância de Violência Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências, no ano de 2007 foram registrados 9.038 casos de violência, dos quais em 74,4% as vítimas eram mulheres. A maior proporção de ocorrência de violência foi observada entre as crianças e jovens de 10 a 19 anos (27,7%), seguidas das mulheres de 20 a 29 anos (21%) e de crianças de 0 a 9 anos (17,2%).
a redução das desigualdades em nosso país.
Redes de apoio contra a violência em mulheres
A violência contra a mulher ainda representa um grande desafio para todas as políticas públicas. Segundo os dados do Sistema de Vigilância de Violência Doméstica, Sexual e/ou Outras Violências, no ano de 2007 foram registrados 9.038 casos de violência, dos quais em 74,4% as vítimas eram mulheres. A maior proporção de ocorrência de violência foi observada entre as crianças e jovens de 10 a 19 anos (27,7%), seguidas das mulheres de 20 a 29 anos (21%) e de crianças de 0 a 9 anos (17,2%).
Em relação à violência sexual, o país contava em outubro de 2009 com
481 serviços hospitalares e demais unidades de saúde qualificadas para
atender especificamente esse tipo de situação de violência sexual
cometida contra mulheres e adolescentes. Deste total, 60 unidades de
saúde realizam o procedimento de aborto por razões médicas e legais. Em
2008, foram realizados 3.284 procedimentos médicos dessa natureza.
Oferecer segurança para as mulheres que têm o direito garantido em lei
de interromper uma gestação por consequência de violência sexual
representa questão central para o respeito aos direitos reprodutivos.
O Ministério da Saúde, em 2009, incorporou na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (Rename) o medicamento misoprostol. Este é
utilizado em situações obstétricas específicas (6; 7) e, ainda, para a
realização de interrupção da gravidez prevista em lei. Dessa maneira, o
Ministério da Saúde, ao assumir o financiamento do misoprostol utilizado
na rede de saúde, traz um componente para a atenção à saúde, essencial
para a redução significativa das mortes maternas.
Por outro lado, não existem dúvidas de que ainda é alto o número de
abortos feitos em condições de clandestinidade nos países da América
Latina e Caribe. No Brasil, desde os anos 1980, registra-se em pesquisas
a subnotificação das mortes por aborto, apontadas como as mais mal
notificadas dentre as mortes maternas (8). Mais do que isso, a
ilegalidade não os têm impedido, mas apenas piorado as condições em que
são realizados e agravados os riscos inerentes a essa prática.
Nesse contexto, o aborto feito em condições de insegurança representa
em nosso país sério problema de saúde pública. Em 2009, foram
realizados 200,6 mil atendimentos nos quais a causa registrada era de
aborto em condições de insegurança. São situações que colocam em risco a
integridade física e psíquica das mulheres.
O tema do aborto é controverso e envolve valores e dogmas religiosos.
A prática do aborto inseguro evidencia diferenças socioeconômicas,
culturais, étnico-raciais e regionais. Entretanto, é premente
estabelecer amplo debate público para que a sociedade possa se
manifestar em torno da atual legislação. As mulheres devem ter autonomia
sobre sua sexualidade e seu corpo e o debate do aborto deveria ser
guiado pelo bem comum da sociedade.
Do ponto de vista da saúde pública, a situação atual de mortes de
mulheres em plena capacidade reprodutiva é insustentável. Nessa direção,
e coerentes com as bases democráticas do país, defendemos a instalação
de amplo processo de debate nacional sobre o tema que culminaria em
manifestação da sociedade em voto plebiscitário. A descriminalização do
aborto seria, do nosso ponto de vista, medida de grande impacto para a
reversão dos atuais indicadores de morbimortalidade feminina.
Autor: José Gomes Temporão (foto) é médico, graduado pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com especialização em doenças
infecciosas e parasitárias (UFRJ), mestrado em saúde pública (Fiocruz) e
doutorado em saúde coletiva (UERJ). Foi ministro da Saúde de 2007 a
2010.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Impacto do Exercício Físico na Gravidez
Nos últimos Jogos Olímpicos de Londres,
atletas do sexo feminino desempenharam performances incríveis e fizeram
parte de momentos marcantes cada qual em seu esporte. Na verdade, a
participação das mulheres em modalidades esportivas vem aumentando
significativamente nas últimas décadas em todo o mundo. Durante o mesmo
período, o número de atletas incorporando exercícios físicos durante a
gravidez também tem crescido de forma expressiva.
Assim sendo, mais recentemente surgiram importantes
investigações científicas examinando o impacto fisiológico de tais
atividades durante a gestação. Um número crescente de pesquisadores
internacionais na cadeira da fisiologia do exercício vem obtendo
conhecimentos e dados pertinentes sobre o assunto. De fato,
as conclusões e provas de tais investigações não deixam dúvidas que a
prática física moderada desempenhada ao longo da gestação acarreta
importantes benefícios em prol da saúde.
Em conversa por telefone, o Dr. Gregory Davies, professor da Divisão
de Medicina Materno-Fetal e da Faculdade de Motricidade Humana da Queen’s University
no Canadá, destacou os riscos à saúde associados com a falta de
atividade física durante a gravidez, que incluem a perda de
condicionamento físico, o ganho excessivo de peso materno, um maior
risco de diabetes gestacional, a hipertensão induzida pela gestação, o
desenvolvimento de outras doenças circulatórias, dores lombares e a
deterioração do bem-estar psicológico.
No entanto, a questão do exercício praticado com cargas de alta
intensidade, ou seja, frequências cardíacas mais elevadas ao longo da
gestação, ainda é tema de debate e muita discussão dentro do âmbito da
fisiologia do exercício. Muitas atletas de alto rendimento, assim como
outras mulheres em geral, optam por continuarem a praticar as atividades
físicas durante a gravidez com cargas excessivas. Consequentemente, é
muito importante determinar quando tais protocolos se tornam nocivos,
potencialmente predispondo o feto a riscos.
A atividade física com programas de alta intensidade pode precipitar
alterações cardiovasculares que potencialmente podem comprometer o
bem-estar do feto. A hipótese levantada por muitos especialistas, é que o
exercício praticado com uma frequência cardíaca elevada durante este
período poderia causar uma drástica redistribuição do débito cardíaco
(um redirecionamento do fluxo sanguíneo dos órgãos viscerais para a
musculatura esquelética), em detrimento das necessidades fisiológicas do
feto, ocasionando a hipóxia fetal.
Infelizmente, notamos que há uma falta de estudos que investigam de forma rigorosa o impacto fisiológico da prática
do exercício com cargas de alta intensidade neste caso específico. Além
disso, quase não há estudos examinando o assunto por um período maior.
Assim sendo, a informação que temos sobre o tema é de certa forma
limitada e pouco conclusiva para que os pesquisadores da área cheguem a
um consenso definitivo, sobre exatamente quais devem ser as diretrizes a
serem adotadas.
Mesmo assim, em um estudo recente, examinando atletas de alto
rendimento durante a gravidez, pesquisadores noruegueses concluiram que o
bem-estar fetal pode ser comprometido quando o exercício é praticado de
forma extenuante.
Kjell Salvesen, o professor que liderou o estudo, advertiu
para não tirarmos conclusões precipitadas sobre os resultados da
investigação, pois poucos participantes fizeram parte da mesma.
“No entanto, acredito que as observações constatadas em nosso
laboratório são suficientemente alarmantes e merecedoras de pesquisas
mais aprofundadas no futuro, com o intuito de averiguar o assunto mais a
fundo, não somente em atletas de alto nível, como foi feito em nosso
estudo, mas também em outras mulheres que almejam se exercitar durante a
gravidez com cargas caracterizadas por intensidades mais altas,” disse
ele.
“Assim sendo, durante a gestação as mulheres devem ter cautela quando
adotarem cargas mais intensas e não devem se submeter a nenhum
protocolo de exercício, cuja intensidade da atividade física ultrapasse
90% da frequência cardíaca máxima materna,” acrescentou o Dr. Salvesen.
Quando perguntei ao doutor sobre a quantidade de exercício
considerada apropriada para as mulheres praticarem durante a gestação,
ele afirmou que, “A prática física composta por uma caminhada ou jogging
de 4 a 5 dias por semana durante 30 a 45 minutos, caracterizada por uma
intensidade durante a qual um bate papo seja possível, é considerada
segura e recomendável para todas as gestantes saudáveis.”
Entretanto, é importante notar, que a caminhada e o jogging
não são as únicas modalidades disponíveis para aquelas mulheres que
procuram os benefícios fisiológicos do exercício ao longo do período de
gestação.
Robert McMurray, um renomado fisiologista da University of North Carolina, me disse que durante a gravidez a prática de certos esportes pode ser mais apropriada que outras.
“Eu ainda acredito que a natação é a melhor modalidade esportiva
durante esse período por diversas razões: ela é benéfica para o sistema
cardiovascular, ela mantém e desenvolve o tônus muscular, ela facilita
a fluidez do fluxo sanguíneo materno-fetal, e causa menos problemas
relacionados ao equilíbrio. A natação também ocasiona uma menor
sobrecarga sobre as articulações, e menos riscos relacionados à elevação
da temperatura corporal, pois, a água ajuda a dissipar o calor com
maior eficiência do que o ar,” afirmou o Dr. McMurray.
Em suma é sempre aconselhável que as mulheres discutam suas práticas
físicas e cargas de exercícios com seus médicos. No entanto, para
aquelas sem nenhum risco adicional na gestação, um regime de exercícios
de intensidade moderada deve fazer parte do seu cotidiano.
Consequentemente, elas devem sempre desempenhar atividades físicas
durante a gravidez e se preparar fisicamente para o nascimento do bebê.
“Elas deveriam treinar para tal dia como se fosse as ‘Olimpíadas do
Nascimento’, incorporando o exercício em suas rotinas diárias até mesmo
durante todo o terceiro trimestre caso seja tolerável,” afirmou o Dr.
Davies, que completa dizendo que, “Elas também deveriam seguir os seus
programas físicos específicos às necessidades da gravidez da mesma forma
que os atletas olímpicos se dedicam para a preparação de uma
competição.”
Fonte: Boainformacao.com.br http://www.boainformacao.com.br/2012/08/o-impacto-do-exercicio-na-gravidez/
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Lúpus atrapalha a gravidez
Com maior prevelência, geralmente, nas mulheres, o lúpus é uma doença crônica que
pode afetar, além da fertilidade, diversos órgãos como a pele, rins,
articulações e sistema circulatório.
O lúpus é um tipo de doença auto-imune – que são aquelas em que o
organismo reage contra ele mesmo, provocando inflamações e outros
problemas que podem tanto ser controlados ao longo dos anos. Outras
doenças auto-imunes são a artrite reumatóide, a esclerose múltipla, a
tireoidite e a psoríase.
É necessário que a mulher portadora de lúpus tome alguns cuidados ao
começar a tentar a engravidar, porque essas pacientes têm um risco
aumentado de infertilidade e de abortamento.
É importante saber que a doença não tem causa conhecida e nem cura.
Quando crônica, a doença apresenta fases de remissão e de surtos. Além
disso, os medicamentos de controle da doença podem reduzir a fertilidade
feminina.
O planejamento de uma gravidez tem de levar em conta essas fases para não pôr em risco a vida da mãe
ou ainda do bebê, que pode e deve ser saudável.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Cientistas da Fiocruz lideram avanço no tratamento da Aids
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, a medida mais eficaz de prevenção da transmissão vertical do HIV (tentativa de impedir que o bebê seja infectado pela mãe soropositiva durante a gestação, o parto ou a amamentação) é o tratamento de recém-nascidos com o antirretroviral Zidovudina, mais conhecido como AZT. No entanto, os resultados de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia (Ucla), em parceria com a Fiocruz no Brasil, mudam essa orientação oficial: combinações de dois ou três antirretrovirais (Nevirapina, Nelfinavir e Lamivudina), com primeira dose ministrada à criança em até 48 horas após o parto, demonstraram ser duas vezes mais eficazes para o corte da transmissão do HIV quando comparadas ao uso de AZT.
A combinação das drogas muda completamente o padrão de tratamento da doença em todo o mundo. De acordo com a infectologista e diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), Valdilea Veloso, “o impacto é imenso. Hoje os nossos resultados estão nos manuais da OMS, estão nos manuais do sistema de saúde americano, europeu, brasileiro, então o impacto é realmente global”, afirma. A pesquisa foi publicada na revista científica americana The New England Journal of Medicine e pode ser consultada.
Considerado o primeiro trabalho randomizado (de duas intervenções) e controlado de profilaxia pós-exposição de HIV em bebês nascidos em países que utilizam o AZT como principal técnica de prevenção, o estudo contou com 1.684 crianças tratadas em 17 hospitais da África do Sul, da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil, sendo 70% dos bebês participantes vinculados a instituições brasileiras.
O Ipec/Fiocruz, com o maior número de participantes, foi o responsável por coordenar a pesquisa no Brasil, que contou também com bebês tratados no Hospital Federal dos Servidores do Estado (RJ), Hospital Geral de Nova Iguaçu (RJ), Hospital Conceição (RS), Hospital Femina (RS) e da Irmandade da Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre (RS). Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) também fizeram parte do estudo.
“O Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi responsável por todos os testes moleculares envolvendo o diagnóstico dos bebês brasileiros e a carga viral das gestantes. Foram dez anos entre implementação do estudo e execução desta primeira fase, que nos proporcionou um grande aprendizado em pesquisa clínica e gestão de qualidade. Esses estudos internacionais são extremamente rígidos, assim como todo o processo de validação dos métodos utilizados. Proporcionou-nos um diferencial e uma importante capacitação, que nos permitirá participar de outras pesquisas internacionais de mesmo porte”, afirmou a pesquisadora do IOC, Mariza Morgado, que participou do estudo. “Com a conclusão da primeira fase do estudo, constatamos que o reforço do tratamento de bebês tem impacto importante na transmissão vertical. Mas o projeto continua. Vamos analisar outros aspectos a partir de agora, como, por exemplo, a genotipagem dos bebês e das gestantes”.
Para a pesquisa, entre abril de 2004 e julho de 2010, foram selecionados recém-nascidos de mães soropositivas que descobriram ter a doença pouco antes do parto e, por isso, não foram tratadas com AZT durante a gestação. As crianças foram separadas em três grupos de análise e receberam diferentes combinações dos medicamentos: o primeiro grupo, com 566 crianças, recebeu somente AZT, o segundo, com 562, AZT e Nevirapina, e o terceiro, com 556, AZT, Nelfinavir e Lamivudina. A primeira dose dos antirretrovirais foi ministrada nas 48 horas iniciais de vida do bebê, com continuidade do tratamento por seis semanas. Do total de crianças participantes, 140 foram infectadas antes da administração dos antirretrovirais: em 97 a transmissão ocorreu durante a gestação e, em 43, no parto. Após três meses de acompanhamento, a transmissão ocorreu em 4,8% dos bebês que receberam somente AZT, mas apenas em 2,2% dos que receberam AZT e Nevirapina e em 2,4% dos que tomaram AZT, Nelfinavir e Lamivudina. Os resultados também apontaram que a terapia com duas drogas, aplicada ao segundo grupo, quando comparada com a de três (terceiro grupo), foi menos tóxica.
“Os achados são aplicáveis apenas a bebês de alto risco, o que significa que esses possuem mães que não receberam terapia antirretroviral durante a gravidez”, explica a brasileira Karin Nielsen-Saines, coordenadora-geral do estudo e pesquisadora de doenças pediátricas infecciosas do Instituto de Aids da Ucla. “Bebês nascidos de mulheres HIV positivas, que estavam sendo efetivamente tratadas com antirretrovirais durante a gestação, já apresentam menos de 1% de chances de adquirir a doença de suas mães”. Ainda segundo Karin, crianças nascidas de mães que não receberam terapias antirretrovirais têm 25% de chances de serem infectadas durante a gravidez ou parto. Essa possibilidade aumenta para cerca de 40% quando os bebês são amamentados, motivo pelo qual mulheres soropositivas são aconselhadas a não amamentar em muitos países.
Pioneirismo do Ipec/Fiocruz em estudos sobre HIV
O estudo sobre prevenção da transmissão vertical de HIV faz parte do esforço maior que o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) tem realizado nos últimos anos no combate a Aids/HIV. No início desde ano, a revista americana Science, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, publicou um ranking das dez maiores inovações de 2011 e elegeu como campeã a pesquisa HPTN 052, realizada, no Brasil, pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, e coordenada pelo Ipec, no Rio de Janeiro. O estudo é um ensaio clínico pioneiro da Rede de Testes para Prevenção de HIV (HPTN, na sigla em inglês) que demonstrou que, se indivíduos HIV positivos aderem a um esquema eficaz de terapia antirretroviral, o risco da transmissão do vírus ao parceiro sexual sem infecção pode ser reduzido em até 96%.
O mérito da pesquisa, segundo a publicação, é provar que o tratamento com antirretrovirais, medicamentos que controlam a ação do vírus HIV no organismo, também pode diminuir a transmissão do mesmo, ou seja, servem como um método de prevenção contra a doença. “Em conjunto com outros ensaios clínicos promissores, os resultados concretizam esforços para acabar com a epidemia de Aids no mundo de uma forma inconcebível até a um ano atrás”, afirma o editor-chefe da Science, Bruce Alberts.
Iniciado em 2005, o estudo HPTN 052 contou com a participação de 1.763 casais sorodiscordantes (97% heterossexuais) e foi realizado em 13 centros de saúde que fazem parte da Rede de Testes, localizados em países da Ásia, África e Américas, como África do Sul, Botsuana, Brasil, Estados Unidos, Índia, Malásia, Quênia,Tailândia e Zimbábue. No Brasil, o Ipec, incluído na HTPN desde 2001, coordenou a participação de mais dois centros, o GHC e o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), no Rio de Janeiro.
Por Renata Moehlecke/Agência Fiocruz de Notícias
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Comitê Central de Óbito Materno e Infantil
Hoje, dia 03/09, o Comitê Central de Óbito Materno e Infantil se reuniu no Centro Comercial São Sebastião (CASS) - subsolo, para discutir a realidade da vigilância dos óbitos no município do Rio de Janeiro, ou seja, suas fragilidades, os dados de incidência, causas básicas destes óbitos e medidas de evitabilidade, buscando entender as questões de sensíveis na assistência à mulher e à criança.
Na parte da manhã o tema de foco foi o óbito materno, e a discussão se direcionou, na assistência, na aplicação dos protocolos, educação continuada, referência e contra referência entre as unidades hospitalares e a atenção primária, além das questões sociais como fatores influentes para os óbitos.
Na parte da tarde, foi realizada uma apresentação dos dados epidemiológicos da vigilância dos óbitos infantis e fetais, que retratam que 50% se referem aos fetais. Na análise, entende-se que a causa destes óbitos quase sempre é causa materna, e os pontos críticos são acesso e assistência no pré-natal, e geralmente são redutíveis pelo adequado controle na gravidez, prevenção e diagnóstico. Em relação aos neonatais, os precoces são de maior prevalência, e causas como ITU, hipertensão na gestação ainda são de maior causa.
Além da HOSPITAL MATERNIDADE MARIA AMÉLIA BUARQUE DE HOLLANDA, outras unidades e aparelhos públicos estavam presentes, com o IFF, IMM Fernando Magalhães, Hospital Maternidade Oswald de Nazareth, Hospital Maternidade Alexander Fleming, Hospital Maternidade Carmela Dutra, CREMERJ, as CAPs, Coordenação da Saúde da Família, Gerências dos Programas da Mulher e da Criança, entre outros.
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