quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Registrada vacina do HPV contra 9 subtipos do vírus

Nova vacina aumenta proteção de cinco para nove subtipos do vírus HPV, que provoca os cânceres de útero, da vulva, da vagina e do ânus.
Uma nova vacina aprovada pela Anvisa nesta terça-feira (26/12) ampliou a proteção contra o papilomavírus humano (HPV). O novo medicamento é o Gardasil 9 que inclui cinco novos subtipos na proteção com o HPV.
Esse vírus é o principal fator associado aos cânceres de útero, da vulga, da vagina e do ânus. O Gardasil 9 foi aprovado com indicação para meninos e meninas de 9 a 26 anos. O ideal é que a imunização contra o HPV seja feita antes do início da vida sexual, já que o HPV é transmitido por meio de relações sexuais.
Mais proteção contra o HPV
A nova vacina inclui os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, além dos subtipos 6, 11, 16, 18 que existiam na versão anterior do produto. A vacina foi registrada pelo laboratório Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda.
Confira abaixo a indicação completa aprovada para a bula do Gardasil 9:
Gardasil 9 é indicada para a prevenção de cânceres do colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus; lesões pré-cancerosas ou displásicas; verrugas genitais e infecções persistentes causadas pelo papilomavírus humano (HPV).
Gardasil 9 é indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade para prevenir as seguintes doenças:
  • cânceres do colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus causados pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • verrugas genitais (condiloma acuminado) causadas pelos tipos de HPV 6 e 11.
Além de infecções persistentes e das seguintes lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58:
  • neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de graus 2 e 3 e adenocarcinoma do colo do útero in situ (AIS);
  • neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de grau 1;
  • neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) de graus 2 e 3;
  • neoplasia intraepitelial vaginal (NIVA) de graus 2 e 3;
  • NIV de grau 1 e NIVA de grau 1;
  • neoplasia intraepitelial anal (NIA) de graus 1, 2 e 3.
Gardasil 9 é indicada para meninos e homens de 9 a 26 anos de idade para prevenção do câncer do ânus, lesões pré-cancerosas anais ou displásicas, lesões genitais externas (incluindo verrugas genitais) e infecções persistentes causadas pelo HPV.
Gardasil 9 é indicada para prevenção das seguintes doenças:
  • câncer do ânus causado pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • verrugas genitais (condiloma acuminado) causadas pelos tipos de HPV 6 e 11.
Além de infecções persistentes, as seguintes lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58:
  • neoplasia intraepitelial anal (NIA) de graus 1, 2 e 3.
Fonte: Anvisa

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Começamos ontem na MMABH a I Oficina de Registro de Agravos de Notificação Compulsória, no Auditório Drª Zilda Arns, às 18h, com os médicos da unidade.


Em breve divulgaremos como foi este nossa primeira oficina! Aguardem!

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Profissionais de saúde precisam atentar às especifidades da população negra

Você sabia que existem doenças que acometem mais pessoas de uma determinada população do que outras? Por exemplo, a incidência de casos de glaucoma é maior na população negra, com risco de desenvolver a doença quatro vezes maior do que outras populações. Esse dado foi apresentado neste ano por um estudo e pode ajudar muitas pessoas no diagnóstico da doença, que muitas vezes não apresenta sintomas.
Esse é apenas um dos exemplos que podem ser citados sobre esse assunto. Mas agora que expliquei isso, vai ficar mais fácil você compreender a importância desta sexta-feira (27) ser Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. A data tenta sensibilizar os profissionais de saúde para as necessidades específicas da população negra, além de trazer reflexões a respeito do racismo institucional e suas consequências à saúde dessas pessoas.
A partir da publicação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), o Ministério da Saúde reconheceu e assumiu a importância de, como instituição democrática voltada a todos os brasileiros, elaborar mecanismos de promoção da saúde integral da população negra e do enfrentamento ao racismo institucional no Sistema Único de Saúde (SUS).
Problemas esses que são cotidianos e incidem negativamente nos indicadores de saúde dessa população – precocidade dos óbitos, altas taxas de mortalidade materna e infantil, maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas e altos índices de violência. Por isso, a necessidade de efetivar ações para garantir o acesso da população negra a ações e serviços de saúde, de forma oportuna e humanizada, contribuindo para a melhoria das condições de saúde desta população.
Políticas de Saúde para a população negra
“Nosso objetivo é fomentar a política de saúde da população negra tanto para gestores estaduais e municipais quanto para profissionais de saúde e sociedade como um todo”, explica o diretor Substituto do Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social (DAGEP/SGEP), Marcus Vinícius Barbosa Peixinho.
Desde fevereiro deste ano, tornou-se obrigatório o preenchimento do quesito raça/cor no sistema de informações do SUS, o que propiciou o início de um mapeamento de doenças genéticas ou hereditárias que são mais comuns na população negra como, por exemplo, a anemia falciforme, diabetes mellitus e a hipertensão arterial. “Com isso fica mais fácil até mesmo elaborar ações mais transversais com as áreas temáticas dentro do Ministério da Saúde, que podem ser replicadas depois em estados e municípios, ajudando mais pessoas de forma específica”, afirma Marcus Barbosa.
Esses trabalhos já estão rendendo ações práticas, sendo que atualmente o Ministério da Saúde está com duas capacitações de profissionais de saúde em andamento. Uma realizada no Rio Grande do Sul, para capacitar a Atenção Básica com base na política de saúde da população negra e doenças prevalentes, e outra estratégia está em realização no estado de Alagoas, para profissionais da Atenção Básica, mas com foco nas comunidades quilombolas.
Além disso, estão sendo realizadas por todo o país oficinas para médicos para trabalhar em cima dessas doenças mais prevalentes na população negra. “Nós tentamos capacitar médicos e profissionais de saúde tendo como base as estratégias em acordo com política de saúde da população negra”, destacou Marcus Barbosa.
Durante todo o dia 27 e manhã do dia 28, o Ministério da Saúde está realizando, em Salvador (BA), a “Oficina Técnica de Médicos e Cirurgiões Dentistas sobre Doenças Prevalentes na População Negra”. O evento é uma alusão a data e, também, um desdobramento da “Oficina Técnica de Médicos sobre Doenças Prevalentes na População Negra”, realizada entre o Ministério da Saúde e o Ministério dos Direitos Humanos nos dias 23 e 24 de agosto de 2017, no Edifício Sede do Ministério da Saúde, Auditório Emílio Ribas, em Brasília (DF).
Cartilha
O Ministério da Saúde está com a nova edição da publicação ‘Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política do SUS’ – Portaria nº 992 de 13 de maio de 2009 – acrescida do novo Plano Operativo, para o triênio 2017-2019 e da Portaria 344, de 1º de fevereiro de 2017, que dispõe sobre o preenchimento obrigatório do quesito raça/cor nos sistemas de informação de saúde do SUS e demais informações.
A data
Em 2006, o dia 27 de outubro foi instituído como o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra por organizações do movimento negro e trabalhadores de saúde. A proposta surgiu para dar força à expansão da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). A data tem o objetivo de reforçar os avanços na área da saúde e da ampliação do debate sobre o impacto do racismo na saúde, além de tentar reduzir as desigualdades raciais. Vale lembrar aqui, que esses problemas interferem diretamente na qualidade de vida de uma parcela da população que corresponde a 54% da sociedade do país – de acordo com dados do IBGE.
Janary Damacena, para o Blog da Saúde

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama

 A amamentação gera inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebê. A prevenção do câncer de mama é um deles. O risco de contrair a doença diminui 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação, estima um estudo com mulheres de 30 diferentes nacionalidades, publicado em 2002. Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e situação hormonal (pré ou pós- menopausa).
Neste ano, a revisão do Fundo Mundial para Pesquisas sobre Câncer (World Cancer Research Fund - WCRF) sobre lactação e câncer de mama aponta que a amamentação provavelmente diminui o risco de câncer de mama em mulheres até a pós-menopausa. 
Segundo o editor científico da Revista Brasileira de Cancerologia, Ronaldo Corrêa, vários estudos realizados nos últimos 30 anos mostram a associação entre a amamentação e a prevenção do câncer de mama. “Existe uma correlação linear entre o tempo da amamentação e o grau de proteção. Ou seja, quanto mais a mulher amamenta e por mais tempo – se ela teve dois, três partos, e nesses partos ela amamentou durante muito tempo – menor o risco, em comparação com mulheres que não tiveram tantos partos e não amamentaram por tanto tempo”, afirma.


O mecanismo responsável para tal proteção ainda não foi completamente esclarecido, mas existem várias hipóteses para isso. “Tem uma hipótese que afirma que enquanto a mulher amamenta, ela bloqueia os ciclos ovulatórios, diminuindo a sobrecarga hormonal. Ou seja, ela deixa de produzir um quantitativo maior de hormônios femininos nessa fase. Então, isso poderia ser uma explicação plausível, uma vez que grande parte dos casos de câncer de mama sofrem influência dos hormônios femininos”, explica Corrêa.
Outra hipótese seria o fato da maior exfoliação das células dos ductos mamários durante a amamentação e a grande morte programada das células mamárias após a amamentação promoverem a remoção de células com alguma alteração genética.
Em resumo, amamentar provavelmente diminui o risco de câncer de mama em mulheres na pré e pós menopausa, além de estar associado a outros benefícios de saúde para a mulher e para a criança. Manter o peso ideal para a idade, praticar atividades físicas regularmente, não consumir álcool, consumir diariamente uma dieta rica em frutas, verduras e legumes também contribuem para diminuir o risco de câncer de mama.

Câncer de mama
O câncer de mama é o câncer mais frequente no mundo e entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, com uma estimativa de mais de dois milhões de casos novos e cerca de 530 mil mortes em 2015 no mundo. Entre 2005 e 2015, no mundo, estima-se que houve um incremento de 43% dos casos de câncer de mama, sendo 2/3 deste crescimento devido ao crescimento e envelhecimento da população. No Brasil, estimam-se 57,9 mil casos novos em 2016/2017.
No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde - assim como a da Organização Mundial da Saúde e a de outros países - é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.
Para tratar o câncer de mama, o SUS oferece cirurgias oncológicas (mastectomia, conservadoras e reconstrução mamária), radioterapia e quimioterapia. Em 2016, foram um total de 18.488 cirurgias de mastectomias e cirurgias conservadoras, 2,8 milhões de procedimentos de campos de radioterapia e 1.184.622 sessões de quimioterapia, além de 3.348 cirurgias de reconstrução mamária. Cabe destacar que o SUS garante a oferta gratuita de exame de mamografia para as mulheres em todas as faixas etárias, desde que exista recomendação médica.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Surtos de sarampo e rubéola na Europa reforçam a necessidade de vacinação

O alerta é do Ministério da Saúde. Para evitar essas doenças, está disponível no SUS a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)


O reaparecimento de doenças já eliminadas no mundo tem preocupado o Governo Brasileiro. O alerta vem após a divulgação de que países como a França, Itália, Alemanha, Bélgica, Bósnia, Geórgia, Cazaquistão, Romênia, Sérvia, Dinamarca Ucrânia estariam sob risco de surtos de sarampo e/ou rubéola. Embora eliminado no Brasil desde 2001, o sarampo é endêmico em nove países da Europa, como aponta o boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS). Já a rubéola, eliminada no Brasil desde 2010, é considerada endêmica em 14 países europeus. Com a globalização, o risco do vírus voltar a circular no país se torna real aumentando a necessidade de manter sempre atualizada a caderneta de vacinação.
O Ministério da Saúde disponibiliza no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para evitar essas doenças. Pessoas de 12 meses a 29 anos de idade devem receber a primeira dose aos 12 meses de idade da tríplice viral e aos 15 (quinze) meses, uma dose da vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varíola), que corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e uma dose da vacina varicela. Caso haja atraso na vacinação, crianças até quatro anos de idade ainda poderão receber a vacina com o componente varicela. A partir de cinco até os 29 anos de idade, deverão ser administradas duas doses com a vacina tríplice viral. Pessoas de 30 a 49 aos de idade devem receber uma dose da vacina tríplice viral.
“A vacina contra essas doenças é a única medida preventiva e a mais segura. É importante que o esquema vacinal esteja completo, conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. O Brasil tem uma das melhores coberturas vacinais segundo a OMS e o Ministério da Saúde trabalha na perspectiva de atingir coberturas adequadas a cada ano. Por isso é importante que a população procure sempre atualizar a caderneta de vacinação”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Em 2016, a taxa de cobertura da vacina tríplice viral, administrada em crianças de um ano, atingiu 95,4% do público-alvo. O índice é ideal, visto que a meta para esta vacina é de atingir 95% do público, porém, a segunda dose administrada aos 15 meses da vacina tetra viral teve menor adesão, com 89,2% das crianças vacinadas.

ELIMINAÇÃO - O Brasil recebeu, no segundo semestre de 2016, o certificado de eliminação do sarampo da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Desde o ano 2001, não havia registro de casos autóctones da doença no Brasil. Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos relacionados à importação, sendo que o maior número de casos foi registrado nos estados de Pernambuco e Ceará. Após a implementação de medidas de prevenção e controle, como intensificação vacinal, campanhas de seguimento, bloqueio vacinal, varredura e monitoramento rápido de cobertura vacinal, a transmissão foi interrompida.
Para manter a eliminação do sarampo, a OPAS/OMS e o Comitê Internacional de Peritos (CIE) para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola recomendam a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade de sua população por meio da vacinação. O sarampo se torna, assim, mais uma doença prevenível por vacinação a ser eliminada nas Américas, após a varíola em 1973, da poliomielite em 1994 e da rubéola e síndrome de rubéola congênita, em 2015.

RUBEÓLA - O Brasil alcançou a meta de eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, até o ano de 2010. Desde então, não há registro de casos no país. Em 2008, ocorreu a maior Campanha de Vacinação da Rubéola no mundo, com 65,9 milhões de pessoas na faixa etária de 19 a 39 anos de idade vacinadas, nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Maranhão. Nos demais estados, a faixa etária foi de 20 a 39 anos de idade. Nesse ano, a cobertura vacinal foi de 94%.
A definição das faixas etárias para a Campanha de Vacinação da Rubéola, em 2008, ocorreu após o estudo de coorte de nascidos vivos entre 1927 – 2007 para identificar a população não vacinada. Destaca-se, também, a realização de uma campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em idade fértil, entre os anos de 2001 e 2002. Nesse período, foi introduzida a vacina dupla e tríplice viral no Calendário Básico de Imunização do PNI, processo iniciado em 1992.

PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES - O SUS, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), oferece todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Calendário Nacional. Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos ao ano, para combater mais de 19 doenças, em diversas faixas etárias.
Ao longo do tempo, a atuação do PNI, ao consolidar uma estratégia de âmbito nacional, apresentou consideráveis avanços. As metas mais recentes contemplam a eliminação do sarampo e do tétano neonatal, além do controle de outras doenças imunopreveníveis como difteria, coqueluche e tétano acidental, hepatite B, meningites, formas graves da tuberculose e rubéola, assim como a manutenção da erradicação da poliomielite.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ministério da Saúde amplia oferta do tratamento para aids com medicamento inovador

O dolutegravir será ofertado para todos os pacientes. Troca de terapia será gradual para quem utiliza o Efavirenz. Até o final de 2018, 300 mil pacientes poderão utilizar o antirretroviral   

Todas as pessoas que vivem com HIV e Aids no Brasil terão acesso ao dolutergravir, medicamento mais moderno e eficaz. O anúncio da expansão deste tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) foi feito nesta sexta-feira (29) pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, no encerramento do Congresso 11º Congresso de HIV/Aids e 4º Congresso de Hepatites Virais (HepAids 2017), em Curitiba/PR. O evento reuniu desde terça-feira(26), cerca de 4 mil participantes, entre ativistas, cientistas, gestores e profissionais de saúde de todo o Brasil, além de especialistas internacionais. O tema do congresso é “Prevenção Combinada: multiplicando escolhas”. Atualmente, o Dolutegravir é usado por 100 mil pessoas, mas com a expansão do tratamento no SUS, mais de 300 mil pessoas vivendo com HIV e aids, terão acesso ao medicamento até o final de 2018.

O aumento da oferta é mais um resultado do compromisso de otimizar os recursos. Considerado um dos melhores tratamento para a aids do mundo, o medicamento apresenta uma série de vantagens como alta potência; nível muito baixo de eventos adversos; comodidade para o paciente (uma vez ao dia); tratamento eficaz por mais tempo e menor resistência. A incorporação do Dolutegravir não altera o orçamento atual do Ministério da Saúde para a aquisição de antirretrovirais, que é de R$ 1,1 bilhão.

“Essa ampliação decorre dessa nossa prática de economizar e reaplicar essa economia nos serviços de saúde e melhorar a qualidade de vida de todos os brasileiros. Tenho certeza que todos ficaram satisfeitos com essa ampliação do melhor medicamento do mundo para todos os portadores de HIV, além dos aplicativos que ajudarão profissionais e população”, enfatizou o ministro Ricardo Barros.

TRANSMISSÃO VERTICAL - Durante a cerimônia de enceramento do evento, o ministro Ricardo Barros recebeu o processo de solicitação da Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical (TV) do HIV do município de Curitiba. A capital do Paraná é um dos primeiros municípios a aderir à certificação de eliminação da transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. Com o objetivo de incentivar o engajamento dos municípios no combate à transmissão vertical, o Ministério da Saúde lançou no 1º de dezembro do ano passado, com os estados, um selo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis no Brasil.

“Recebemos vários municípios que estão certificados da transmissão vertical do HIV e esperamos que o Brasil todo avance nesse sentido para que possamos na assembleia da ONU do ano que vem ser reconhecidos como mais um pais que eliminou essa transmissão, que é uma tarefa difícil, mas possível de ser eliminada. Tenho certeza que várias cidades saem do Congresso estimulados a fazerem a lição de casa”, ressaltou o ministro.

Tendo como base uma adaptação de critérios já estabelecidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a certificação será concedida a municípios cujas taxas de detecção de aids em menores de 5 anos sejam iguais ou inferiores que 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas e proporção menor ou igual a 2% de crianças com até 18 meses. Serão certificados, prioritariamente, os municípios com mais de 100 mil habitantes. A certificação será emitida por um Comitê Nacional, em parceria com estados, que fará a verificação local dos parâmetros. Os municípios receberão certificação no Dia Mundial de Luta contra Aids. A estratégia conta com o apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância); Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids no Brasil) e OPAS.

PREP - Outro destaque do Congresso foi o lançamento do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de risco à infecção pelo HIV. A medida de prevenção reduz o risco da infecção pelo HIV antes da exposição, por meio da utilização de medicamentos antirretrovirais (tenofovir associado à entricitabina) em pessoas não infectadas e que mantêm relações de risco com maior frequência. Entre o público-alvo da medida estão homens que fazem sexo com homens, gays, travestis, transexuais, profissionais do sexo e casais soro diferentes.

O documento traz as orientações para utilização dessa nova estratégia de prevenção dentro do SUS. Entre outros temas, o protocolo ressalta que o fato de fazer parte desses grupos não é suficiente para caracterizar indivíduos com exposição frequente ao HIV. Além disso, o protocolo orienta aos profissionais de saúde observar as práticas sexuais, as parcerias sexuais e os contextos específicos associados a um maior risco de infecção. Na entrevista inicial, profissionais de saúde irão orientar os pacientes sobre o procedimento e realizar uma série de exames como HIV, sífilis, hepatite B e C, função renal e hepática. O documento explica ainda que a incorporação da PrEP não desestimula o uso do preservativo. Ou seja, a profilaxia não previne outras infecções sexualmente transmissíveis. 

O Brasil é o primeiro país da América Latina a oferecer a PrEP no sistema público de saúde. A implantação ocorrerá de forma gradual, a partir de dezembro deste ano, em 22 cidades de todo o país: Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG), Passos (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Duque de Caxias (RJ), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), São Paulo(SP), São Bernardo do Campo(SP), Ribeirão Preto (SP), São Jose Rio Preto (SP), Campinas (SP), Santos (SP), Piracicaba (SP). Segundo dados do Boletim Epidemiológico, as taxas de prevalência de HIV são mais elevadas nestes subgrupos populacionais, quando comparadas às taxas observadas na população geral (0,4%). Nas mulheres profissionais de sexo é de 4,9%. Entre gays e homens que fazem sexo com outros homens (HSH), a taxa de prevalência por HIV é de 10,5%. Entre pessoas trans a prevalência chega a 31,2%.

APLICATIVOS – No encerramento do Congresso também foram lançados aplicativos para ajudar profissionais de saúde e cidadãos na atenção à saúde das pessoas vivendo com HIV e aids. Os aplicativos estarão disponíveis a partir deste sábado (30). Para os cidadãos que vivem com HIV/aids, estará disponível o aplicativo Viva Bem funcionará como um diário para o cidadão que vive com HIV/aids. Nele, é possível inserir lembretes de medicamentos, acompanhar exames, tirar dúvidas sobre esquemas dos medicamentos e monitorar CD4 e carga viral.

Serão quatro aplicativos para profissionais de saúde, para consulta e atendimento em locais remotos – sem conexão com internet. Os aplicativos permitem o acesso simples e rápido aos documentos na forma de guia de bolso: Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas de PrEP, Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para HIV em Crianças e Adolescentes, Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para prevenção da transmissão Vertical do HIV, sífilis e Hepatites Virais e Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para HIV – Adultos.

Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde 
Atendimento à imprensa – Ascom/MS - (61) 3315-2005/2577/3435

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Teste mostra que vacina brasileira contra zika previne doença na gestação

Estudo desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas é um dos mais avançados para oferta de uma vacina contra a doença. Os testes feitos em camundongos, junto com institutos dos EUA, mostraram ainda que o vírus pode causar danos aos testículos e esterilidade

A vacina contra zika desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde, apresentou resultado positivo nos testes em camundongos e macacos. A aplicação de uma única dose da vacina preveniu a transmissão da doença nos animais e, durante a gestação, o contágio de seus filhotes. É um dos mais avançados estudos para a oferta de uma futura vacina contra a doença para proteger mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações neurológicas causadas pelo vírus. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22) pela revista Nature Communications.

Os testes pré-clínicos foram realizados simultaneamente no Instituto Nacional de Saúde (NIH), Universidade do Texas e Universidade Washington, dos Estados Unidos, todos parceiros da pesquisa. Os testes obtiveram sucesso em seu objetivo, que é impedir que o vírus zika cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos camundongos quanto nos macacos. Já os testes em humanos devem ser realizados, a partir de 2019, na Fiocruz/Biomanginhos, no Rio de Janeiro.

Do grupo controle que não tomou a vacina, as fêmeas de camundongos tiveram aborto por conta da transmissão do vírus zika ou seus filhotes nasceram com microcefalia e outras alterações neurológicas.

ESTERILIDADE EM MACHOS - Além dos testes em fêmeas, foram realizados testes em camundongos machos. Um dos achados científicos inéditos é que o vírus zika pode ser capaz de causar esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de espermatozoides, a mobilidade deles (ficaram praticamente imóveis) e o tamanho dos testículos (atrofia). Esses testes não foram realizados nos macacos.

No entanto, não é possível afirmar que esse efeito também se aplique aos seres humanos. O diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos, ressalta que é preciso mais estudos para entender a dimensão deste problema. “Há uma preocupação de que esse achado evidencie que possa ocorrer um impacto similar entre os seres humanos, contudo ainda não há nenhum estudo que demonstre isso”, pontuou o diretor Pedro Vasconcelos.

A pesquisa não chegou a testar a capacidade dos animais de engravidarem fêmeas após os danos constatados nos testículos. Por isso, de acordo com o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos, ainda não é possível apontar o impacto de esterilização nesses animais. “Estamos iniciando um novo experimento nesse sentido para verificar o impacto desta esterilidade na copulação dos animais. O que se sabe é que há uma grande quantidade de vírus na excreção do esperma, que significa que o vírus tem bastante capacidade de se replicar, causando a destruição das células que resulta em diminuição (atrofia) dos testículos e, consequentemente, a esterilidade”, concluiu o diretor do IEC.

Os testes da vacina que está sendo desenvolvida pelo IEC em parceria com os institutos norte-americanos também tiveram sucesso na proteção de animais machos. Além de demonstrar efetividade entre as fêmeas de camundongos e macacos, prevenindo a transmissão do vírus zika aos seus bebês, a vacina foi capaz de impedir danos aos testículos dos camundongos machos vacinados.

A parceria para essa pesquisa foi firmada em fevereiro de 2016 a partir de acordo internacional visando o desenvolvimento de vacina contra o vírus zika.  O Ministério da Saúde vai destinar um total de R$ 7 milhões nos próximos cinco anos (até 2021) para o desenvolvimento e produção da vacina. O imunobiológico em desenvolvimento utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado de apenas uma dose, já que vacina com vírus vivo são altamente capazes de estimular o sistema imunológico e proteger o organismo da infecção.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580/2351/2745

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Governos devem intensificar esforços para o combate às doenças crônicas

Segundo um novo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os governos devem intensificar os esforços para controlar as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) e cumprir com os objetivos acordados globalmente. Isso inclui prevenir as mortes prematuras de milhões de pessoas que vivem com essas condições.
Os progressos nacionais na luta contra as DCNTs são limitados, especialmente no caso de doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares, cânceres e diabetes – que atualmente são os maiores assassinos do mundo, tirando anualmente a vida de 15 milhões de pessoas com idade entre 30 e 70 anos.
 No entanto, o Relatório de Progresso para as doenças crônicas não-transmissíveis(Progress Monitor, em inglês) da OMS 2017 – que descreve as ações dos países para estabelecer metas, implementar políticas que abordem os quatro principais fatores de risco para as DCNT (tabaco, dieta não saudável, inatividade física e uso nocivo do álcool), compartilhados e modificáveis, e criar capacidades para reduzir e tratar essas enfermidades – mostra que o progresso em todo o mundo tem sido desigual e insuficiente.
No prefácio do “Relatório de Progresso”, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, destacou os avanços na resposta às DCNT, mas pediu novas ações. “É necessária uma ação política mais clara para lidar com restrições, incluindo a mobilização de recursos internos e externos e salvaguardando comunidades de interferências de operadores econômicos poderosos".
Relatório de Progresso fornece dados sobre 19 indicadores em todos os 194 Estados Membros da OMS. Entre eles estão a definição de metas com limite de tempo para reduzir as mortes por doenças crônicas não-transmissíveis; o desenvolvimento de políticas em todos os governos para lidar com essas enfermidades; a implementação de medidas-chave para a redução da demanda de tabaco, uso prejudicial do álcool e dietas pouco saudáveis, bem como a promoção da atividade física; e o fortalecimento dos sistemas de saúde por meio dos cuidados de atenção primária e cobertura universal de saúde.

Os principais destaques da edição de 2017 são:
  • 93 países estabeleceram metas nacionais para abordar as doenças crônicas não-transmissíveis, mais que os 59 em 2015;
  • 94 países implementaram estratégias multissetoriais operacionais para enfrentar as DCNTs, em comparação com 64 em 2015;
  • 90 países desenvolveram diretrizes para gerenciar as quatro principais doenças crônicas não-transmissíveis, contra 50 em 2015;
  • 100 países realizaram campanhas de conscientização sobre atividades físicas;
  • Seis países não alcançaram nenhum dos indicadores de progresso, em comparação com 14 em 2015. Cinco deles são africanos;
  • A Costa Rica e o Irã lideram a lista dos 10 países com melhor desempenho, cada um alcançando 15 dos 19 indicadores, seguidos do Brasil, Bulgária, Turquia e Reino Unido (cada 13); Finlândia, Noruega, Arábia Saudita e Tailândia (12).
  • Nenhum país da região da OMS na África alcançou mais de oito dos indicadores de progresso. 

Douglas Bettcher, diretor da OMS para a prevenção de DCNTs, diz que o mundo não está em um bom caminho para atingir a meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): uma redução de um terço no número de mortes prematuras por essas enfermidades até 2030.

"Precisamos acelerar urgentemente o progresso nessa batalha para vencer as DCNTs", acrescentou Bettcher. "A janela de oportunidade para salvar vidas está se fechando. Isso está se manifestando diante de nossos olhos de várias formas, inclusive no crescente número de pessoas, particularmente crianças e adolescentes, que sofrem de obesidade, sobrepeso e diabetes. Se não agirmos agora para proteger as pessoas, condenaremos a juventude de hoje e do futuro a uma vida de saúde e oportunidades econômicas reduzidas".
As descobertas do Relatório de Progresso vão apoiar um relatório da OMS que será apresentado ao Secretário-Geral das Nações Unidas ainda este ano, antes da terceira reunião de alto nível da ONU sobre DCNTs, em 2018.

Nota aos editores
Os Estados Membros solicitaram à OMS, em janeiro de 2015, a produção do Relatório de Progresso para doenças crônicas não-transmissíveis. Em maio de 2015, a Organização publicou uma nota técnica detalhando os indicadores a serem utilizados. A Assembleia Mundial da Saúde reiterou, em 2016, que o relatório será usado para a elaboração de um documento para a Assembléia Geral das Nações Unidas, neste ano, sobre os esforços dos países para desenvolver respostas nacionais que abordem abordar as quatro principais DCNT.
O relatório da OMS também documenta os esforços dos países para implementar o chamado conjunto de "melhores compras" e outras intervenções que podem prevenir ou atrasar a maioria das mortes prematuras por DCNTs – aprovadas durante a Assembleia Mundial da Saúde deste ano.
Tais medidas, que são viáveis economicamente e facilmente implementáveis, incluem o aumento da tributação e da embalagem simples nos produtos derivados do tabaco; a redução do teor de sódio nos alimentos; o fornecimento de terapia medicamentosa e aconselhamento para pessoas com diabetes e hipertensão; e triagem e vacinação de meninas e mulheres para protegê-las do câncer do colo do útero.
Brasil está entre os 10 países com melhor desempenho
O Brasil é o terceiro país com melhor desempenho em termos de progresso, ficando atrás apenas da Costa Rica e do Irã. O país alcançou 13 dos 19 indicadores estabelecidos pela OMS, entre eles a implementação de medidas para a redução das dietas não saudáveis e a conscientização sobre a importância de atividades físicas.
Com uma população de 206 milhões de habitantes, o Brasil registra 928 mil mortes por doenças crônicas não-transmissíveis – 73% das mortes no país acontecem devido a essas enfermidades. O risco de morte prematura por DCNTs é de 17%.

Fonte: OPAS/OMS

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Mulheres com hepatite C: atenção aos anticoncepcionais



Mulheres portadoras do vírus da hepatite C que utilizam o medicamento Viekira Pak (ritonavir/ ombitasvir/ veruprevir+dasabuvir) não devem usar anticoncepcionais orais contendo etinilestradiol. A Anvisa publicou um Alerta Sanitário para advertir os profissionais de saúde e as pacientes sobre os riscos de reações adversas graves decorrentes da interação entre os dois medicamentos. Essas orientações, inclusive, já constam na bula do Viekira Pak.
 A Anvisa orienta ainda que as pacientes consultem seu médico para orientações sobre a troca ou interrupção de uso do anticoncepcional ou se sentirem cansaço, fraqueza, falta de apetite, náusea, vômito e fezes descoloridas durante o tratamento com o Viekira Pak.

Acompanhamento médico
Os medicamentos contendo etinilestradiol devem ser descontinuados aproximadamente 2 semanas antes do início da terapia com Viekira Pak. Além disso, durante o tratamento, deve-se realizar a troca dos anticoncepcionais contendo etinilestradiol por medicamentos contraceptivos apresentando apenas progestágeno ou métodos de contracepção não hormonais. O uso dos anticoncepcionais só pode ser retomado 2 semanas, aproximadamente, após a conclusão da terapia com Viekira Pak, mas é imprescindível que o médico seja consultado para orientar todos os procedimentos necessários.

Monitoramento da hepatite C
O Viekira Pak foi aprovado pelo Ministério da Saúde para integrar o Protocolo Clinico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de hepatite C e desde agosto de 2016, a Anvisa, em parceria com o Ministério da Saúde, vem monitorando os eventos adversos relacionados ao uso desses novos medicamentos que foram incorporados no SUS em junho de 2015 e constantes no atual Protocolo Clinico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Hepatite C.
Os pacientes que finalizaram e também aqueles que iniciaram o tratamento mas interromperam e/ou abandonaram o esquema terapêutico para o tratamento da hepatite C estão sendo contatados via telefone pelas Coordenações Estaduais do Programa de Hepatites ou outro parceiro do programa.
Assim, estão sendo desenvolvidas ações para o tratamento dos pacientes com hepatite C com maior segurança e efetividade.

Fonte: Ascom/Anvisa

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A vigilância sanitária pode incentivar a amamentação

Garantir o direito à amamentação e incentivar o aleitamento materno é papel de toda a sociedade, que deve se mobilizar para proporcionar as condições adequadas para que as mulheres amamentem pelo tempo necessário. E os profissionais da vigilância sanitária podem contribuir com alguns recursos valiosos para garantir o direito à amamentação.



Alguns regulamentos da vigilância existem para proteger o aleitamento exclusivo no peito e permitir que as mães tenham condições adequadas para alimentar seus filhos. As principais ações estão relacionadas às salas de amamentação, aos Bancos de Leite Humano e à Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Mamadeiras, Bicos e Chupetas (NBCAL).

Como a vigilância sanitária pode ajudar o aleitamento materno
Visitando os bancos de leite humano, salas de apoio à amamentação e Hospitais Amigos da Criança para ajudar a criar ambientes mais seguros para a amamentação, para a coleta e para a doação do leite humano.
Fiscalizando o cumprimento da NBCAL em estabelecimentos comerciais, tais como: mercados e farmácias, para não permitir a promoção ou incentivo de uso de produtos que atrapalham o aleitamento materno.
Divulgando a NBCAL e aplicando sanções quando for houver desrespeito às políticas de proteção do aleitamento.

Por que proteger a amamentação é importante?
O leite humano é o único alimento capaz de oferecer todos os nutrientes na quantidade exata que o bebê precisa. Ele garante o melhor crescimento e desenvolvimento e protege contra diversos tipos de doenças. Não existe nenhum outro alimento capaz de substituir o leite da mãe do mesmo modo. Além disso, a mãe que amamenta também está mais protegida, tendo menos chance de desenvolver alguns tipos de câncer.
A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e continuado até os dois anos de idade ou mais.
Não acredite em promessas de alimentos que tentam parecer melhor que o leite materno. Somente em casos muito específicos a mulher não pode amamentar. Consulte sempre um profissional de saúde habilitado.
Porque não usar mamadeiras ou chupetas?
As mamadeiras e chupetas costumam modificar a maneira de mamar e muitos bebês passam a não querer mais o peito. Além disso, podem causar problemas no nascimento dos dentes, na fala e aumentar o risco de infecções.

O que é NBCAL?
A NBCAL é o conjunto de normas que regulam o mercado de produtos destinados para crianças com até 3 anos. A regulamentação inclui bicos, chupetas, mamadeiras, leites em pó, e papinhas. Essas normas buscam evitar a interferência de produtos industrializados na prática do aleitamento materno.
NBCAL é a sigla para Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras.
Normas da vigilância sanitária que protegem o aleitamento materno no Brasil
Bancos de leite
Resolução RDC Anvisa 171/2006 - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o funcionamento de Bancos de Leite Humano.

NBCAL
Lei 11.265/2006 - Comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e também a de produtos de puericultura correlatos.
Decreto 8.552/2015 - Regulamenta a Lei nº¿11.265/2006, que dispõe sobre a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e de produtos de puericultura correlatos.
Resolução RDC Anvisa 221/2002 - Regulamento técnico sobre chupetas, bicos, mamadeiras e protetores de mamilo, anexo a esta Resolução.
Resolução RDC Anvisa 222/2002 - Regulamento Técnico para Promoção Comercial de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, constante do anexo desta Resolução.

Fonte: Ascom/Anvisa

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Rio de Janeiro passa a ser área de recomendação para vacinação

Meta é imunizar todos que não receberam nenhuma dose da vacina. Em julho, Ministério da Saúde enviará 1,5 milhões de doses da vacina e mais 500 mil doses por mês 

Os moradores do Estado do Rio de Janeiro que não receberam nenhuma dose da vacina contra a febre amarela devem ser vacinados contra a doença. Isso porque, a partir de agora, o estado faz parte da Área com Recomendação de Vacinação Permanente para Febre Amarela. Assim, quem mora ou viaja ao Rio de Janeiro deve ser vacinado. A medida foi adotada devido aos casos de epizootias (adoecimento e morte de macacos) registrados na região, considerada área de alta densidade populacional com aumento de casos de febre amarela. O Ministério da Saúde recomenda a imunização para pessoas na faixa etária de seis meses a 59 anos de idade, que nunca tenham tomado alguma dose da vacina.
“A febre amarela no Brasil é endêmica, acontece constantemente. Se nós não controlarmos e estivermos com cobertura vacinal alta na população, teremos novos problemas. Por isso o Governo Federal decide incluir o Rio entre os estados que receberão permanentemente doses da vacina de febre amarela para garantir a cobertura vacinal elevada e evitar novos episódios de epidemia”, ressaltou o ministro da Saúde,
Para garantir a cobertura, o Ministério da Saúde enviará ao estado, ainda em julho, 1,5 milhão de doses da vacina. Além disso, a cada mês, serão repassadas mais 500 mil doses até imunizar toda a população. É importante ressaltar que cabe às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde organizar o fluxo de vacinação. Neste ano, já foram enviadas 6,9 milhões de vacinas para o Rio de Janeiro. Em todo país, foram distribuídas 26,9 milhões de doses extras para intensificar a vacinação e garantir a proteção da população durante o surto que acometeu, principalmente, nos estados da região Sudeste.
“Estamos num quadro, até pela condição climática, de redução do número de casos de febre amarela. Mas o que a gente precisa principalmente da imprensa e da população, é que todos saibam que esse é o melhor momento para se vacinar. É o momento que não está tendo risco, é agir preventivamente para estarmos protegidos para o próximo ano”, enfatizou o Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Antonio de Souza Teixeira Junior.
Desde abril deste ano, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, nenhum país do mundo utiliza mais o esquema de duas doses. Isso significa que quem já foi vacinado - em qualquer momento da vida - não precisa de dose de reforço. Até agora, pelo menos 4,2 milhões de pessoas foram vacinadas no Rio de Janeiro.
Além do Rio de Janeiro, a vacinação de rotina para febre amarela é ofertada em outros 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada, de forma escalonada, a população do Espírito Santo.

ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA – No momento, os casos da febre amarela no país estão estáveis. Isso porque o inverno é considerado período de baixa sazonalidade, já que a população de mosquitos diminui consideravelmente. De janeiro até agora foram confirmados 797 casos da doença, com 275 mortes. Ao todo, foram notificados 3.245 casos, sendo que 1.929 já foram descartados e outros 519 permanecem em investigação. Outros 37 óbitos ainda são investigados e 124 foram descartados, do total de 436 notificações. O Rio de Janeiro confirmou 22 casos e oito óbitos. No momento, nove casos continuam sendo investigados e 56 já foram descartados.

CONTRAINDICAÇÕES – A vacina de febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença e apresenta eficácia de 95% a 99%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar eventos adversos como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo. Ela é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres amamentando, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Pessoas com reação alérgica a ovo devem ser avaliadas por um médico.

REFORÇO DA ASSISTÊNCIA - Desde dezembro de 2016, quando houve um aumento de casos de febre amarela no país, o Ministério da Saúde intensificou ações de vigilância. Em março deste ano foram liberados R$ 19,2 milhões em recursos extras para 526 cidades afetadas pela doença nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.
Além disso, o Ministério da Saúde adiantou outros R$ 26,3 milhões destinados às ações de vigilância em saúde para municípios dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. Esse valor se soma aos R$ 13,8 milhões liberados aos 256 municípios desses estados, como incentivo à vacinação da população contra a doença. Também foram repassados R$ 7,4 milhões às regiões afetadas com o aumento de casos de febre amarela em MG para custear a assistência aos pacientes. Ao todo, desde o inicio do ano, foram disponibilizados R$ 66,7 milhões às cidades afetadas pela febre amarela no país.

Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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terça-feira, 20 de junho de 2017

A vacinação ainda é a melhor forma de prevenir contra doenças

 Olhar seu filho levar aquela picadinha nos primeiros dias de vida é uma cena nada agradável de assistir. Apesar do desconforto, mesmo em adultos, é importante entendermos que a “picadinha” deve ser parte da nossa rotina, sendo fundamental para evitar doenças graves. Receber a vacina é uma das formas mais seguras para evitar doenças. Esta proteção, tão importante em diversas fases da vida, está disponível gratuitamente nos serviços públicos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Há mais de 100 anos, em 1904, aconteceu a primeira campanha de vacinação em massa feita no Brasil. Idealizada por Oswaldo Cruz, o fundador da saúde pública no país, a campanha tinha o objetivo de controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do Rio de Janeiro. Porém, as ações de imunização eram caracterizadas pela descontinuidade e pela baixa área de cobertura.
Para mudar essa realidade, foi criado, em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.  O Programa transformou o Brasil em um dos países que oferece o maior número de vacinas do mundo .
Ainda assim, muitas pessoas deixam de atualizar a caderneta de vacinação por inúmeros motivos que vão desde ao esquecimento até por decisões ideológicas, incluindo a dúvida da efetividade e segurança das vacinas. As vacinas feitas no Brasil, além de serem produzidas com alta tecnologia, atendem a todo o processo de qualidade de produção exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  
As vacinas são seguras, evitam o agravamento de doenças, internações e até mesmo óbitos.  Um exemplo disso é que estudos demonstram que a imunização da gripe pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da gripe.
As vacinas são produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns derivados, podendo ser administradas por meio de injeção ou por via oral. Quando a pessoa é vacinada, o corpo detecta a substância e produz uma defesa: os anticorpos, que permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro.
O Programa Nacional de Imunizações tem como missão o controle, a eliminação e a erradicação de doenças. É responsável por definir o Calendário Nacional de Vacinação, de acordo com critérios epidemiológicos e o risco de adoecimento da população.
Como o programa vem sendo desenvolvido há algum tempo, a oferta das vacinas no Brasil já colhe resultados importantes para o país como a erradicação da varíola, eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita, e a interrupção da transmissão da poliomielite.  
Apesar de muitas pessoas acreditarem que a vacina é somente para crianças, é importante atualizar a vacinação em todas as idades para evitar o retorno de doenças já erradicadas ou eliminadas.
Atualmente, são oferecidas à população brasileira 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.  São mais de 300 milhões de doses, por ano, todas adquiridas pelo Ministério da Saúde e distribuidas aos estados e municípios visando à imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Elas são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o país, gratuitamente, para combater mais de 20 doenças. Há ainda outras 10 vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como pessoas que vivem com HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Fique atento ao calendário de vacinação e mantenha sua carteira sempre atualizada! Acesse o Calendário Nacional de Vacinação aqui!
Conheça algumas doenças que podem ser evitadas graças às vacinas disponíveis no SUS:
  • Poliomelite é uma doença contagiosa, provocada por vírus e caracterizada por paralisia súbita geralmente nas pernas. A transmissão ocorre pelo contato direto com pessoas ou contato com fezes de pessoas contaminadas, ou ainda contato com água e alimentos contaminados. Vacina poliomielite inativada -VIP e vacina oral poliomielite - VOP
  • O tétano é uma infecção, causada por uma toxina produzida pelo bacilo tetânico, que entra no organismo por meio de ferimentos ou lesões na pele (tétano acidental) ou pelo coto do cordão umbilical (tétano neonatal ou mal dos sete dias) e atinge o sistema nervoso central. Caracteriza-se por contrações e espasmos, dificuldade em engolir e rigidez no pescoço. Vacinas: Penta/DTP, Dupla adulto
  • A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença infecciosa, que compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por ataques de tosse seca. É transmitida por tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada. Em crianças com menos de seis meses, apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte. Vacinas: Penta/DTP
  • O sarampo é uma doença muito contagiosa, causada por um vírus que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo. É transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou fala, especialmente em ambientes fechados. Facilita o aparecimento de doenças como a pneumonia e diarreias e pode levar à morte, principalmente em crianças pequenas. Vacinas: Tríplice viral e tetra viral e tetra viral Vacina: Penta/DTP
  • A rubéola é uma doença muito contagiosa, provocada por um vírus que atinge principalmente crianças e provoca febre e manchas vermelhas na pele, começando pelo rosto, couro cabeludo e pescoço, se espalhando pelo tronco, braços e pernas. É transmitida pelo contato direto com pessoas contaminadas. Vacinas: Tríplice viral e tetra viral
  • A caxumba é uma doença viral, caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas responsáveis pela produção de saliva na boca e, às vezes, de glândulas que ficam sob a língua ou a mandíbula. O maior perigo é a caxumba “descer”, isto é, causar inflamação dos testículos principalmente em homens adultos, que podem ficar sem poder ter filhos depois da infecção. Pode causar ainda inflamação dos ovários nas mulheres e meningite viral. É transmitida pela tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas. Vacinas: Tríplice viral e tetra viral
  • A febre amarela é uma doença infecciosa, causada por um vírus transmitido por vários tipos de mosquito. A forma da doença que ocorre no Brasil é a febre amarela silvestre, que é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora das cidades. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de cabeça, náuseas e leva a sangramento no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos casos, causar a morte. Vacina: febre amarela
  • A difteria é causada por um bacilo, produtor de uma toxina que atinge as amídalas, a faringe, o nariz e a pele, onde provoca placas branco-acinzentadas. É transmitida, por meio de tosse ou espirro, de uma pessoa contaminada para outra. Vacinas: Penta/DTP, Dupla adulto e DTPadTpa
  • Hepatite B é uma doença causada por um vírus e que provoca mal-estar, febre baixa, dor de cabeça, fadiga, dor abdominal, náuseas, vômitos e aversão a alguns alimentos. O doente fica com a pele amarelada. A Hepatite B é grave, porque pode levar a uma infecção crônica (permanente) do fígado e, na idade adulta, levar ao câncer de fígado. Vacina: Hepatite B
  • A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse (seca ou produtiva). Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório (pessoa com tosse por três semanas ou mais) seja investigado para a tuberculose. Há outros sinais e sintomas, além da tosse que podem estar presentes, tais como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. Vacina: BCG
  • A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus A (VHA) e também conhecida como “hepatite infecciosa”. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
  • O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano -  HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer. Vacina: HPV
  • Meningite C – Meningites são inflamações nas membranas que recobrem o sistema nervoso central (as meninges). Podem ser causadas por vários microorganismos como bactérias, fungos, vírus e parasitas, além de alguns agentes não infecciosos. A bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) é um dos agentes mais importantes, por apresentar incidência e letalidade consideráveis, além de ser capaz de produzir surtos. A infecção pelo meningococo (doença meningocócica) pode manifestar-se de várias formas, com ou sem acometimento das meninges, e pode ou não determinar sequelas. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça intensa, vômitos, prostração, convulsões e sinais de irritação meníngea, estes muitas vezes ausentes em lactentes. A Introdução da vacina meningocócica C con¬jugada, no Calendário Nacional de Vacinação representou um enorme avanço no controle da doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.
  • Pneumonias, meningintes, otites e até sinusites. Vacina: Pneumocócia 10v. As infecção por Streptococcus pneumoniae é uma importante causa de da pneumonia e mortes pela doença  em todo o mundo. A vacinação da criança com  a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), em todo o território nacional tem contribuído para a redução da doença.
  • Gripe - A influenza (gripe) é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, que pode levar ao agravamento e ao óbito, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção.  Grupos prioritários para a vacinação contra influenza: indivíduos com 60 anos ou mais de idade, serão vacinadas as crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores da saúde, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. Também forão incluídos para a vacinação, neste ano, os professores das escolas públicas e privadas.
  1. World Health Organization. Media centre. Influenza (seasonal). Fact sheet. November 2016 [Internet]. 2016 [atualizado 2016 Nov; citado 2017 Fev 06]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs211/en/
  2. FIORE, A.E.; SHAY, D.K.; HABER, P.; ISKANDER, J.K.; UYEKI, T.M.; MOOTREY, G.; BRESEE, J.S.; COX, N.J. Prevention and control of influenza. Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP), 2007. Morbidity and Mortality Weekly Report, Atlanta, n. 56 (RR06), p. 1-54, 2007.   
  3. MICHIELS, B.; GOVAERTS, F.; REMMEN, R.; VERMEIRE, E.; COENEN, S. A systematic review of the evidence on the effectiveness and risks of inactivated influenza vaccines in different target groups. Vaccine, Amsterdam , v.29, n.49, p.9159-9170, 2011.
  4. TRICCO, A.C.; CHIT, A.; SOOBIAH, C.; HALLET, D.; MEIER, G.; CHEN, M.H.; TASHKANDI, M.; BAUCH, C.T.; LOEB, M. Comparing influenza vaccine efficacy against mismatched and matched strains: a systematic review and meta-analysis. BMC Medicine, Londres, doi: 10.1186/1741-7015-11-153, 2013.
  5. VACCINES against influenza WHO position paper – November 2012.Weekly Epidemiological Record, Genebra, v. 87, n. 47, p. 461-476, 2012.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Infectologista alerta para o uso de repelentes em crianças

A preocupação com o combate ao mosquito Aedes aegypti já é antiga, mas o recente surto de casos do vírus zika e suas possíveis consequências, como a microcefalia, aumentaram a atenção das pessoas com relação à prevenção da doença. Além das barreiras mecânicas, como roupas e telas, o uso de repelente tem sido um ponto forte levantado por médicos e especialistas. No entanto, a população deve ficar atenta com o produto correto, principalmente aqueles destinados às crianças.

De acordo com o infectologista pediátrico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Marcio Nehab, a norma do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em Saúde (Anvisa) é que bebês abaixo dos seis meses não devem utilizar nenhum tipo de repelente, usando apenas as barreiras de proteção – roupas de manga comprida em ambientes onde existam menor chance de circulação do mosquito –, crianças entre seis meses e dois anos de idade podem usar repelentes a base de IR 3535. Já crianças entre 2 e 12 anos, repelentes a base de DEET com concentração de 10% ou então a Icaridina, também de uso infantil. “Deve-se ficar atento à faixa etária e ao produto. A idade e a concentração dos produtos que são liberados pela Anvisa são os mais importantes”, afirma o infectologista.

As mães devem ficar atentas também ao intervalo entre uma aplicação e outra do produto nos filhos e nos adultos. “A frequência da aplicação em crianças não deve passar de três vezes por dia e em adultos a orientação é que não se passe mais de três a quatro vezes por dia”, explicou Nehab. Caso o produto seja utilizado junto com outro, como o filtro solar, os médicos orientam o uso do filtro solar antes do repelente, com um intervalo de pelo menos 15 minutos para que o filtro seja absorvido pela pele com posterior aplicação do repelente.

O médico também alerta sobre os cuidados que se deve ter na hora de passar o repelente nas crianças. “A recomendação é que não se aplique nas mãos, pois elas podem levá-las à boca e, com isso, podem causar algum dano. O ideal é passar em todas as áreas expostas do corpo, como também em cima da roupa”, disse Nehab.

Com as diversas opções nas gôndolas dos mercados, são muitas as dúvidas sobre qual tipo de produto escolher. Segundo Nehab, não existe comprovação científica de que uma marca seja melhor do que outra ou que haja diferença entre as formas aerossol, creme ou líquido.

O pediatra realça que as barreiras mecânicas (roupas de manga comprida, telas de proteção, etc.), ventiladores e aparelhos de ar condicionado são mais eficazes na prevenção à picada do vetor do que aqueles produtos usados para repelir insetos em casa. Segundo ele, as pessoas devem ficar a mais de dois metros de distância de repelentes elétricos ou de fumaça, que liberam substâncias no ar, principalmente em ambientes fechados. “Se está dormindo em um ambiente fechado, onde exista um produto liberado pelo governo que possa ser utilizado para colocar na parede, que esteja a mais de dois metros da cabeça da pessoa”, esclareceu.

Fonte: Nara Boechat /IFF/Fiocruz

terça-feira, 30 de maio de 2017

Vacinação contra a Gripe é prorrogada até 9 de Junho

Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que terminaria na última sexta-feira, foi prorrogada por mais duas semanas. Até o dia 9 de junho, as unidades de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) continuarão oferecendo a vacina para a população alvo da campanha, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A vacina tem o objetivo de reduzir as internações, complicações e mortes em decorrência das infecções pelo vírus da gripe e é  plicada às vésperas do inverno, período de maior incidência da doença.
No município do Rio, mais de um milhão de pessoas foram vacinadas na campanha, mas a cobertura dos grupos prioritários ainda é considerada baixa, de 59,3%. A meta da SMS é alcançar 90% da população alvo, formada por idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a 4 anos, trabalhadores de saúde, gestantes e mulheres até 45 dias após o parto, que são os grupos mais vulneráveis aos quadros graves e complicações da gripe.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% da mortalidade global e em, aproximadamente, 50% as doenças relacionadas à influenza.
Além dos grupos prioritários, também estão sendo vacinados doentes crônicos, mediante apresentação de prescrição do médico que acompanha o paciente; professores dos ensinos básico, médio e superior, das redes pública ou privada, que deverão apresentar comprovação da atividade profissional (contracheque, declaração, carteira funcional); e presos e funcionários do sistema prisional.
Para saber a clínica da família ou centro municipal de saúde que oferta a vacina mais próximo de sua residência ou trabalho, basta verificar no site da SMS, em http://www.rio.rj.gov.br/web/sms . A consulta também pode ser feita pelo telefone, no número 1746. É importante não deixar para comparecer ao posto de vacinação somente nos últimos dias da campanha, para evitar filas e maior tempo de espera.
Apenas para quem tenha apresentado febre recente, recomenda-se adiar a vacinação até que o estado de saúde melhore. Portadores de doenças neurológicas e síndrome Guillain-Barré devem consultar um médico antes de tomar a vacina e seguir suas orientações. Já pessoas com história de alergia grave e prévia a ovo ou a algum outro componente da vacina não devem se vacinar.