Meta é imunizar todos que não receberam nenhuma dose da vacina.
Em julho, Ministério da Saúde enviará 1,5 milhões de doses da vacina e
mais 500 mil doses por mês
Os moradores do Estado do Rio de Janeiro que não receberam nenhuma
dose da vacina contra a febre amarela devem ser vacinados contra a
doença. Isso porque, a partir de agora, o estado faz parte da Área com
Recomendação de Vacinação Permanente para Febre Amarela. Assim, quem
mora ou viaja ao Rio de Janeiro deve ser vacinado. A medida foi adotada
devido aos casos de epizootias (adoecimento e morte de macacos)
registrados na região, considerada área de alta densidade populacional
com aumento de casos de febre amarela. O Ministério da Saúde recomenda a
imunização para pessoas na faixa etária de seis meses a 59 anos de
idade, que nunca tenham tomado alguma dose da vacina.
“A febre amarela no Brasil é endêmica, acontece constantemente. Se
nós não controlarmos e estivermos com cobertura vacinal alta na
população, teremos novos problemas. Por isso o Governo Federal decide
incluir o Rio entre os estados que receberão permanentemente doses da
vacina de febre amarela para garantir a cobertura vacinal elevada e
evitar novos episódios de epidemia”, ressaltou o ministro da Saúde,
Para garantir a cobertura, o Ministério da Saúde enviará ao estado,
ainda em julho, 1,5 milhão de doses da vacina. Além disso, a cada mês,
serão repassadas mais 500 mil doses até imunizar toda a população. É
importante ressaltar que cabe às Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde organizar o fluxo de vacinação. Neste ano, já foram enviadas 6,9
milhões de vacinas para o Rio de Janeiro. Em todo país, foram
distribuídas 26,9 milhões de doses extras para intensificar a vacinação e
garantir a proteção da população durante o surto que acometeu,
principalmente, nos estados da região Sudeste.
“Estamos num quadro, até pela condição climática, de redução do
número de casos de febre amarela. Mas o que a gente precisa
principalmente da imprensa e da população, é que todos saibam que esse é
o melhor momento para se vacinar. É o momento que não está tendo risco,
é agir preventivamente para estarmos protegidos para o próximo ano”,
enfatizou o Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Luiz
Antonio de Souza Teixeira Junior.
Desde abril deste ano, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma
dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, nenhum
país do mundo utiliza mais o esquema de duas doses. Isso significa que
quem já foi vacinado - em qualquer momento da vida - não precisa de dose
de reforço. Até agora, pelo menos 4,2 milhões de pessoas foram
vacinadas no Rio de Janeiro.
Além do Rio de Janeiro, a vacinação de rotina para febre amarela é
ofertada em outros 19 estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia,
Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina). Além das áreas com recomendação, neste
momento, também está sendo vacinada, de forma escalonada, a população do
Espírito Santo.
ESTABILIZAÇÃO DA DOENÇA – No momento, os casos da
febre amarela no país estão estáveis. Isso porque o inverno é
considerado período de baixa sazonalidade, já que a população de
mosquitos diminui consideravelmente. De janeiro até agora foram
confirmados 797 casos da doença, com 275 mortes. Ao todo, foram
notificados 3.245 casos, sendo que 1.929 já foram descartados e outros
519 permanecem em investigação. Outros 37 óbitos ainda são investigados e
124 foram descartados, do total de 436 notificações. O Rio de Janeiro
confirmou 22 casos e oito óbitos. No momento, nove casos continuam sendo
investigados e 56 já foram descartados.
CONTRAINDICAÇÕES – A vacina de febre amarela é a
medida mais importante para prevenção e controle da doença e apresenta
eficácia de 95% a 99%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura.
Entretanto, assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar
eventos adversos como febre, dor local, dor de cabeça, dor no corpo. Ela
é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos
60 anos, gestantes, mulheres amamentando, pacientes em tratamento de
câncer e pessoas imunodeprimidas. Pessoas com reação alérgica a ovo
devem ser avaliadas por um médico.
REFORÇO DA ASSISTÊNCIA - Desde dezembro de 2016,
quando houve um aumento de casos de febre amarela no país, o Ministério
da Saúde intensificou ações de vigilância. Em março deste ano foram
liberados R$ 19,2 milhões em recursos extras para 526 cidades afetadas
pela doença nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
Bahia e São Paulo.
Além disso, o Ministério da Saúde adiantou
outros R$ 26,3 milhões destinados às ações de vigilância em saúde para
municípios dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
Bahia e São Paulo. Esse valor se soma aos R$ 13,8 milhões liberados aos
256 municípios desses estados, como incentivo à vacinação da população
contra a doença. Também foram repassados R$ 7,4 milhões às regiões
afetadas com o aumento de casos de febre amarela em MG para custear a
assistência aos pacientes. Ao todo, desde o inicio do ano, foram
disponibilizados R$ 66,7 milhões às cidades afetadas pela febre amarela
no país.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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