A amamentação gera inúmeros benefícios para a
saúde da mãe e do bebê. A prevenção do câncer de mama é um deles. O
risco de contrair a doença diminui 4,3% a cada 12 meses de duração de
amamentação, estima um estudo com mulheres de 30 diferentes
nacionalidades, publicado em 2002. Essa proteção independe de idade,
etnia, paridade e situação hormonal (pré ou pós- menopausa).
Neste ano, a revisão do Fundo Mundial para Pesquisas sobre Câncer
(World Cancer Research Fund - WCRF) sobre lactação e câncer de mama
aponta que a amamentação provavelmente diminui o risco de câncer de mama
em mulheres até a pós-menopausa.
Segundo o editor científico da Revista Brasileira de Cancerologia,
Ronaldo Corrêa, vários estudos realizados nos últimos 30 anos mostram a
associação entre a amamentação e a prevenção do câncer de mama. “Existe
uma correlação linear entre o tempo da amamentação e o grau de proteção.
Ou seja, quanto mais a mulher amamenta e por mais tempo – se ela teve
dois, três partos, e nesses partos ela amamentou durante muito tempo –
menor o risco, em comparação com mulheres que não tiveram tantos partos e
não amamentaram por tanto tempo”, afirma.
Veja também - #FAQMS | Perguntas frequentes sobre câncer de mama
O mecanismo responsável para tal proteção ainda não foi completamente
esclarecido, mas existem várias hipóteses para isso. “Tem uma hipótese
que afirma que enquanto a mulher amamenta, ela bloqueia os ciclos
ovulatórios, diminuindo a sobrecarga hormonal. Ou seja, ela deixa de
produzir um quantitativo maior de hormônios femininos nessa fase. Então,
isso poderia ser uma explicação plausível, uma vez que grande parte dos
casos de câncer de mama sofrem influência dos hormônios femininos”,
explica Corrêa.
Outra hipótese seria o fato da maior exfoliação das células dos
ductos mamários durante a amamentação e a grande morte programada das
células mamárias após a amamentação promoverem a remoção de células com
alguma alteração genética.
Em resumo, amamentar provavelmente diminui o risco de câncer de mama
em mulheres na pré e pós menopausa, além de estar associado a outros
benefícios de saúde para a mulher e para a criança. Manter o peso ideal
para a idade, praticar atividades físicas regularmente, não consumir
álcool, consumir diariamente uma dieta rica em frutas, verduras e
legumes também contribuem para diminuir o risco de câncer de mama.
Câncer de mama
O câncer de mama é o câncer mais frequente no mundo e entre as
mulheres, depois do de pele não melanoma, com uma estimativa de mais de
dois milhões de casos novos e cerca de 530 mil mortes em 2015 no mundo.
Entre 2005 e 2015, no mundo, estima-se que houve um incremento de 43%
dos casos de câncer de mama, sendo 2/3 deste crescimento devido ao
crescimento e envelhecimento da população. No Brasil, estimam-se 57,9
mil casos novos em 2016/2017.
No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde - assim como a da
Organização Mundial da Saúde e a de outros países - é a realização da
mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em
mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.
Para tratar o câncer de mama, o SUS oferece cirurgias oncológicas
(mastectomia, conservadoras e reconstrução mamária), radioterapia e
quimioterapia. Em 2016, foram um total de 18.488 cirurgias de
mastectomias e cirurgias conservadoras, 2,8 milhões de procedimentos de
campos de radioterapia e 1.184.622 sessões de quimioterapia, além de
3.348 cirurgias de reconstrução mamária. Cabe destacar que o SUS garante
a oferta gratuita de exame de mamografia para as mulheres em todas as
faixas etárias, desde que exista recomendação médica.
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