terça-feira, 24 de outubro de 2017

Amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama

 A amamentação gera inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebê. A prevenção do câncer de mama é um deles. O risco de contrair a doença diminui 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação, estima um estudo com mulheres de 30 diferentes nacionalidades, publicado em 2002. Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e situação hormonal (pré ou pós- menopausa).
Neste ano, a revisão do Fundo Mundial para Pesquisas sobre Câncer (World Cancer Research Fund - WCRF) sobre lactação e câncer de mama aponta que a amamentação provavelmente diminui o risco de câncer de mama em mulheres até a pós-menopausa. 
Segundo o editor científico da Revista Brasileira de Cancerologia, Ronaldo Corrêa, vários estudos realizados nos últimos 30 anos mostram a associação entre a amamentação e a prevenção do câncer de mama. “Existe uma correlação linear entre o tempo da amamentação e o grau de proteção. Ou seja, quanto mais a mulher amamenta e por mais tempo – se ela teve dois, três partos, e nesses partos ela amamentou durante muito tempo – menor o risco, em comparação com mulheres que não tiveram tantos partos e não amamentaram por tanto tempo”, afirma.


O mecanismo responsável para tal proteção ainda não foi completamente esclarecido, mas existem várias hipóteses para isso. “Tem uma hipótese que afirma que enquanto a mulher amamenta, ela bloqueia os ciclos ovulatórios, diminuindo a sobrecarga hormonal. Ou seja, ela deixa de produzir um quantitativo maior de hormônios femininos nessa fase. Então, isso poderia ser uma explicação plausível, uma vez que grande parte dos casos de câncer de mama sofrem influência dos hormônios femininos”, explica Corrêa.
Outra hipótese seria o fato da maior exfoliação das células dos ductos mamários durante a amamentação e a grande morte programada das células mamárias após a amamentação promoverem a remoção de células com alguma alteração genética.
Em resumo, amamentar provavelmente diminui o risco de câncer de mama em mulheres na pré e pós menopausa, além de estar associado a outros benefícios de saúde para a mulher e para a criança. Manter o peso ideal para a idade, praticar atividades físicas regularmente, não consumir álcool, consumir diariamente uma dieta rica em frutas, verduras e legumes também contribuem para diminuir o risco de câncer de mama.

Câncer de mama
O câncer de mama é o câncer mais frequente no mundo e entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, com uma estimativa de mais de dois milhões de casos novos e cerca de 530 mil mortes em 2015 no mundo. Entre 2005 e 2015, no mundo, estima-se que houve um incremento de 43% dos casos de câncer de mama, sendo 2/3 deste crescimento devido ao crescimento e envelhecimento da população. No Brasil, estimam-se 57,9 mil casos novos em 2016/2017.
No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde - assim como a da Organização Mundial da Saúde e a de outros países - é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.
Para tratar o câncer de mama, o SUS oferece cirurgias oncológicas (mastectomia, conservadoras e reconstrução mamária), radioterapia e quimioterapia. Em 2016, foram um total de 18.488 cirurgias de mastectomias e cirurgias conservadoras, 2,8 milhões de procedimentos de campos de radioterapia e 1.184.622 sessões de quimioterapia, além de 3.348 cirurgias de reconstrução mamária. Cabe destacar que o SUS garante a oferta gratuita de exame de mamografia para as mulheres em todas as faixas etárias, desde que exista recomendação médica.

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