A Secretaria Municipal de Saúde fez
nesta quarta-feira, 4 de janeiro, treinamento para reforçar os
protocolos clínicos para diagnóstico e tratamento das arboviroses –
dengue, zika e chikungunya. O trabalho faz parte dos esforços da
Prefeitura do Rio para preparar a cidade para o risco de uma epidemia de
chikungunya, com a possibilidade de a metade da população carioca ser
infectada. Participaram do treinamento cerca de 300 profissionais, entre
direções gerais, médicas e de enfermagem da rede hospitalar,
coordenadores de policlínicas, clínicas da família e centros municipais
de saúde, que têm prazo até o dia 31 de janeiro para transmitir as
informações para as equipes de suas unidades e capacitá-las para a
correta identificação, cuidados e notificação das doenças transmitidas
pelo Aedes aegypti.
"O perfil de imunidade das pessoas em relação à chikungunya é muito baixo, então elas ficam mais suscetíveis ao vírus. Essa doença pode cronificar em até 40% dos casos, durando até dois anos. Isso significa que a pessoa contaminada com a chikungunya pode visitar as unidades de saúde durante dois anos com dor crônica", explica o secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, alertando para a importância do trabalho conjunto do poder público com a comunidade no combate aos focos do mosquito transmissor das arboviroses: "Temos que fazer essas campanhas de conscientização, porque 82% dos focos do Aedes aegypti estão dentro dos domicílios. Então é importante conscientizar a população para eliminar esses focos."
Material técnico com os sintomas típicos e atípicos da chikungunya, estudos de casos ocorridos em todo o Brasil e os protocolos clínicos do Ministério da Saúde foi preparado pela Subsecretaria de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência e distribuído aos diretores das unidades, para ser replicado para suas equipes. O modelo do Cartão de Acompanhamento de Arboviroses, que está sendo implantado em toda a rede, também foi distribuído e deverá ser preenchido com a evolução dos pacientes pelos médicos que fizerem o primeiro atendimento – nas emergências ou unidades de Atenção Primária – e pelos que fizerem o acompanhamento ambulatorial na Atenção Primária. Toda a rede estará preparada para o diagnóstico e para o possível aumento de demanda com a ocorrência da epidemia e, em caso de necessidade, serão montados polos de hidratação.
A integração da Atenção Primária com a rede de urgência e emergência é um dos pontos-chaves da estratégia de combate à epidemia de chikungunya. Um panorama das arboviroses na cidade foi apresentado durante o treinamento pela Superintendência de Vigilância em Saúde, da Subsecretaria de Atenção Primária. No caso da dengue – a primeira das três arboviroses a surgir no país – o acompanhamento vem sendo feito desde 2000, com experiências acumuladas pelas epidemias dos anos de 2002, 2008 e 2012. Nos casos de zika e chikungunya, o município do Rio faz o acompanhamento dos casos desde 2015, antes mesmo dos alertas do Ministério da Saúde para as complicações resultantes dessas doenças.
Relatos de casos de chikungunya acompanhados pela Vigilância em Saúde e que agravaram devido à não identificação da virose no primeiro atendimento foram apresentados aos diretores dos hospitais, como exemplos da importância da atenção aos sintomas e da notificação epidemiológica dos casos. Por se tratar de doença nova no país e cujos sintomas iniciais podem ser confundidos com diversas outras viroses – inclusive com a dengue e a zika – a atenção aos sinais e aos algoritmos assistenciais é fundamental e a condução dos cuidados dentro dos protocolos técnicos preconizados pelo Ministério da Saúde pode evitar a letalidade da doença.
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