Até o momento, existem
100 locais destinados às mulheres trabalhadoras que ainda amamentam e a meta é
chegar a 200 em 2016.
O Ministério da Saúde
quer ampliar o número de salas de amamentação e creches em locais de trabalho.
Com a ação Mulher Trabalhadora que Amamenta, a meta do governo é chegar em 2016
com 200 salas de apoio em empresas de todo País aumentando em 40% o número de
mulheres alcançadas. Este ano, a meta foi superada em 100%. Estava previsto
certificar 50 salas de apoio e já chegou a 100.
A meta foi apresentada
nesta sexta-feira (7/8), pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o
encerramento da Semana Mundial de Amamentação, comemorada entre 1º e 7 de
agosto. Este ano, o tema da campanha do Ministério da Saúde, em parceria com a
Sociedade Brasileira de Pediatria, é “Amamentação e Trabalho: para dar certo, o
compromisso é de todos”. O apresentador Serginho Groisman e sua esposa,
Fernanda Vogel Molina Groisman, pais de Thomas, são os padrinhos da inciativa.
Durante a cerimônia, o ministro reconheceu 18 empresas participantes da
iniciativa.
“Nós queremos despertar uma consciência do respeito à mulher
trabalhadora e ao bebê. Todo mundo ganha. Os estudos sobre os benefícios da
amamentação para saúde da criança e da mãe são inquestionáveis, mas também são
grandes os ganhos de produtividade, do compromisso da mulher com o seu
trabalho. Cada vez mais, nós queremos estimular as empresas privadas a adotarem
a licença maternidade de seis meses, a garantia da creche no ambiente do
trabalho ou próximo dele e a implantação das salas de aleitamento materno”,
destacou o ministro, Arthur Chioro.
Para o apresentador Serginho Groisman, o envolvimento de todos –
principalmente dos pais – é imprescindível para o estímulo à amamentação. “Essa
é uma campanha muito importante para a saúde do filho e da mãe. Espero que ela
seja compartilhada e entendida por todos nós e que cada vez mais se amamente
mais. Nós, pais, precisamos ter uma participação efetiva para ajudar a mãe a
fazer esse trabalho, que é fundamental”, ressaltou.
A ação possui três eixos fundamentais preconizados pelo Ministério
da Saúde: licença-maternidade de seis meses, implementação de creches nos
locais de trabalho ou convênio com creches próximas, e a criação de salas de
apoio à amamentação dentro do ambiente de trabalho.
De acordo com a II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno
nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, o índice de aleitamento materno é
duas vezes maior entre as trabalhadoras com direito a licença (53,4%) do que o
registrado entre mulheres que não possuem o direito (26,8%). O aleitamento
materno exclusivo até os seis meses diminui em até 13% a morte de menores de
cinco anos em todo o mundo por causas evitáveis.
Salas de apoio
As salas de apoio à amamentação são espaços localizados no próprio
ambiente de trabalho, destinados às mulheres que retornam da licença
maternidade. A intenção é que elas possam durante o horário de trabalho, com
privacidade e segurança, retirar o leite, armazená-lo em local adequado e
depois levá-lo para casa, aumentando o período de amamentação do filho. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% dos
trabalhadores brasileiros são mulheres, ou seja, quase metade da força de
trabalho no País. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde
recomendam que os bebês sejam alimentados exclusivamente pelo leite da mãe até
os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com outros
alimentos, por até dois anos ou mais.
Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a
amamentação materna tem na redução da mortalidade infantil nessa faixa etária.
De acordo com a OMS e o Programa das Nações Unidades para a Infância (Unicef),
cerca de 6 milhões de crianças são salvas a cada ano devido ao aumento das
taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês.
Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções, diarreias
e alergias, cresce com mais saúde, ganha peso mais rápido, além de ficar menos
tempo internado. O aleitamento materno também diminuiu o risco de doenças como
hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. A amamentação reduz o peso
da mãe mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho
normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de se adquirir
diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário também caem
significativamente.
Além de todos esses benefícios à saúde, estudo realizado por
pesquisadores da Universidade de Pelotas comprovou que quanto mais duradouro o
período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda
média na vida adulta até os 30 anos. Foi o primeiro estudo no Brasil a mostrar
o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na
renda. A pesquisa foi divulgada pela The Lancet, uma das publicações
científicas mais importantes do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário