Na primeira metade do século XX, o cigarro virou epidemia masculina. Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, perto de 80% dos homens haviam fumado em algum momento da vida adulta.
Desde então, a prevalência começou a cair nos países de língua inglesa e no Norte da Europa. Como consequência, a partir dos últimos 20 anos do século passado as mortes causadas pelo cigarro entraram em declínio, também na América Latina, Europa Central e Sul da Europa.
O pico da mortalidade feminina aconteceu mais tarde, porque as mulheres começaram a fumar em massa só a partir do anos 1960. A redução da prevalência entre elas ocorrida nas últimas décadas nos países de língua inglesa, Europa do Norte e Brasil começa a diminuir o número de mortes.
Com as medidas restritivas adotadas nos países industrializados e naqueles de renda média, a indústria passou a investir na Ásia, África e Oriente Médio, países populosos em que a legislação mais frouxa permite a publicidade e a presença do cigarro em toda parte.
Entre mais de 1 bilhão de fumantes espalhados pelo mundo, a maioria vive hoje em países pobres ou de renda média.
A prevalência caiu para menos de 20% na Austrália, Canadá, Brasil, Estados Unidos e Europa do Norte, mas ficou estabilizada em níveis ao redor de 60% nos lestes europeu e asiático.
A prevalência entre as mulheres ainda se mantém ao redor de 40% em algumas partes da Europa. Na África abaixo do Deserto do Saara, os níveis são relativamente mais baixos, e o consumo de cigarros por fumante é menor do que nas Américas, Europa e Ásia.
Ao lado dessas desigualdades na prevalência mundial, ocorreram mudanças nos tipos de cigarros consumidos, em resposta ao marketing criminoso da indústria, armado para dar ao fumante a sensação de que os cigarros “light” ou com baixos teores de alcatrão seriam mais seguros.
Entre outros estudos, uma revisão do Department of Health and Human Services dos Estados Unidos, publicada em 2010, afirmou categoricamente: “Cinco décadas de alterações no design dos cigarros não reduziram o risco de doenças entre os fumantes”.
Fumantes ativos e passivos são responsáveis por 6,3% das enfermidades que afligem a humanidade e sobrecarregam os sistemas de saúde, a maioria delas em países pobres ou de renda média. O fumo mata 6,3 milhões de pessoas por ano. As estimativas são de que durante o século XXI ele causará 1 bilhão de mortes.
Nesse panorama trágico, a situação brasileira não é das piores. A cada novo inquérito cai o número de fumantes em nosso país. Os mais recentes mostram que 15% a 17% dos brasileiros com mais de 15 anos fumam. Fumamos menos do que os americanos, alemães, italianos, franceses, dinamarqueses ou holandeses. Na Europa, apenas os suecos fumam menos do que nós: 12%.
Mulheres fumantes perdem, em média, 10 anos de vida, e os homens morrem 12 anos mais cedo.
Fonte: http://susbrasil.net/2014/07/25/o-cigarro-no-mundo/
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