O problema é maior nos setores mais pobres da sociedade, nos quais a desigualdade e a falta de informação e oportunidades contribuem para perpetuar a questão.
A maioria dos países latino-americanos está entre os 50 primeiros do mundo em fecundidade adolescente, um índice que em outras regiões está caindo. Entre 1997 e 2010, a taxa mundial reduziu 1,6%, enquanto na América Latina a queda foi de 1,25%.
Nicarágua, República Dominicana, Guatemala e Honduras têm as maiores taxas de gravidez precoce. Porém, neste mesmo período, cinco países da região ostentaram a maior redução nas taxas de fecundidade na adolescência: Colômbia (-25%), Haiti (-23%), Costa Rica, El Salvador e Peru (todos com queda de 21%).
O estudo “Gravidez na adolescência e oportunidades na América Latina e no Caribe” observa que a gravidez na adolescência vai na contramão das conquistas femininas na região. Dados mostram que mais de 70 milhões de mulheres começaram a participar do mercado de trabalho nos últimos anos e que essa participação contribuiu para reduzir a pobreza e desenvolver a América Latina.
“Há uma correlação significativa entre a maternidade precoce, o menor rendimento educacional e os piores resultados no mercado de trabalho para as mulheres”, diz o economista e autor do estudo, Luis Felipe López Calva, que ressalta que o próprio ambiente em que a adolescente se encontra desempenha um papel importante nas suas atividades. “Quem teve uma gravidez na adolescência já se encontrava em um grupo de maior risco”, acrescentou.
A pesquisa recomenda que as adolescentes tenham maior acesso à educação sexual, que ensinaria, por exemplo, quais são as opções de métodos anticoncepcionais e a importância do uso da camisinha, incentivando os adolescentes a dialogar entre si e dividir as dúvidas e experiência sobre o assunto.
Além disso, o estudo pede que os horários escolares sejam estendidos para que os adolescentes fiquem em ambientes contidos e, portanto, fiquem menos propensos a comportamentos de risco.
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