sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Curso de Gestantes - "Família Grávida" - Part. Epidemiologia- 22/01/2014
A participação da Epidemiologia no curso de gestantes da MMABH - "Família Grávida" focou nas doenças sexualmente transmissíveis e ações preventivas para qualidade de vida da mãe, do pai e do recém-nascido. As perguntas e discussões foram direcionadas pelas grávidas, que variavam sobre as vacinas e no manejo do uso de camisinhas.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Desafios na Saúde da Mulher no Século XXI
O mundo mudou e a mulher também mudou. Atualmente ela trabalha e cuida da casa, tem menos filhos e mais tarde, vive mais tempo e exige mais. Por isso, deve-se prestar atenção no modo como constroem suas vidas, pois muitas condições de saúde estão relacionadas a este processo.
A partir da década de 80 a mortalidade por eventos cardiovasculares na mulher (Infarto do Miocárdio, AVC-Derrame e Hipertensão Arterial) passou a ser maior que a dos homens. Possivelmente porque vivem mais tempo do que os homens e passam a ter mais risco em desenvolver a doença, mas principalmente porque cada vez mais são responsáveis pela manutenção econômica da família, o que exigiu mudanças no seu estilo de vida. A taxa de famílias chefiadas por mulheres subiu de 20,2 para 28,5% no Brasil.
Assim, muitas modificações no estilo de vida, trouxeram repercussões no “status”de saúde da mulher, como o tabagismo, o alcoolismo, mudanças nos hábitos alimentares, piora da qualidade do sono, sedentarismo, estresse com a condição financeira, preocupações com a educação dos filhos e maior variabilidade de parceiros sexuais com predisposição a doenças sexualmente transmissíveis.
Quando ponderamos outras causas de adoecimento e morte, encontramos o Câncer de Mama e de Colo Uterino, que também estão associados aos fatores acima. O Câncer de Mama tem grande relação com dieta rica em gordura, ingestão de álcool e história familiar. O câncer de colo uterino tem associação com infecções persistentes pelo vírus HPV (vírus do papiloma humano) e se deve ao início precoce da atividade sexual e relações sexuais desprotegidas, além da associação ao tabagismo. Além disso, muitas disfunções na sexualidade têm sido cada vez mais relatadas e devem ser abordadas com atenção no que tange o cuidado à saúde da mulher.
Como melhorar estas condições? Prevenção parece ser uma das chaves para esta situação. A prevenção é definida por ações de intervenção antecipadas, com a finalidade de impedir a manifestação de doenças e diminuir os agravos da saúde. Algumas enfermidades não podem ser evitadas, mas sua detecção precoce aumenta a chance de cura. Assim, recomenda-se consultas médicas anuais no ginecologista e no cardiologista após os 40 anos de idade. Avaliação com Proctologista (especialista em intestino) anualmente após os 50 anos, desde que não tenha fatores de risco para doenças intestinais, neste caso a procura deve ser antecipada. Considerar avaliação com Geriatra para acompanhar processos relacionados ao envelhecimento. Todas as rotinas de exames devem ser solicitadas por estes profissionais e devem ser avaliadas pelos mesmos, como exames de sangue (Colesterol, Hormônios, Glicemias, etc..), Mamografia, Densitometria óssea, Papanicolau e ultrassonografia entre outros.
A Longevidade está 30% associada a condições genéticas, ao meio ambiente em 20% e ao estilo de vida em 50%. Assim, além das avaliações clínicas, a manutenção e melhora do estado de saúde depende de ações que possam melhorar o estilo de vida das mulheres. Neste contexto surge o Coaching de Saúde e Bem-Estar.
O Coaching é uma metodologia assertiva com foco no resultado que vem sendo aplicada em empresas há algumas décadas e expandiu seus horizontes para o nível pessoal. Na metodologia do Coaching ele observa a vida de seus clientes, suas aspirações e necessidades e trabalha com o Coachee (cliente) em prol de seu estado desejado - desenvolvimento do planejamento da saúde; adequação das necessidades de cada pessoa considerando os aspectos contextuais da vida de cada um; delineamento do estado atual e programação das atividades inerentes ao cliente; melhorar o desempenho em saúde do cliente, trazendo-lhe implemento na qualidade de vida global e desempenho profissional.
O Estado de Saúde é um Saldo construído pelo indivíduo. A mulher entende a atenção a saúde como um ato de zelo e amor a si mesma, o que é um grande facilitador, pois a coloca em busca desta condição.
O Grande desafio é como adequar tantas transformações e manter a saúde? Alguns aspectos foram apontados neste artigo e visam colaborar no processo de construção de uma vida mais saudável.
Prof. Dr. Rogério de Fraga, médico urologista Hospital VITA Batel, Master Coach na empresa Cuidado e Saúde, Presidente do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia.
A partir da década de 80 a mortalidade por eventos cardiovasculares na mulher (Infarto do Miocárdio, AVC-Derrame e Hipertensão Arterial) passou a ser maior que a dos homens. Possivelmente porque vivem mais tempo do que os homens e passam a ter mais risco em desenvolver a doença, mas principalmente porque cada vez mais são responsáveis pela manutenção econômica da família, o que exigiu mudanças no seu estilo de vida. A taxa de famílias chefiadas por mulheres subiu de 20,2 para 28,5% no Brasil.
Assim, muitas modificações no estilo de vida, trouxeram repercussões no “status”de saúde da mulher, como o tabagismo, o alcoolismo, mudanças nos hábitos alimentares, piora da qualidade do sono, sedentarismo, estresse com a condição financeira, preocupações com a educação dos filhos e maior variabilidade de parceiros sexuais com predisposição a doenças sexualmente transmissíveis.
Quando ponderamos outras causas de adoecimento e morte, encontramos o Câncer de Mama e de Colo Uterino, que também estão associados aos fatores acima. O Câncer de Mama tem grande relação com dieta rica em gordura, ingestão de álcool e história familiar. O câncer de colo uterino tem associação com infecções persistentes pelo vírus HPV (vírus do papiloma humano) e se deve ao início precoce da atividade sexual e relações sexuais desprotegidas, além da associação ao tabagismo. Além disso, muitas disfunções na sexualidade têm sido cada vez mais relatadas e devem ser abordadas com atenção no que tange o cuidado à saúde da mulher.
Como melhorar estas condições? Prevenção parece ser uma das chaves para esta situação. A prevenção é definida por ações de intervenção antecipadas, com a finalidade de impedir a manifestação de doenças e diminuir os agravos da saúde. Algumas enfermidades não podem ser evitadas, mas sua detecção precoce aumenta a chance de cura. Assim, recomenda-se consultas médicas anuais no ginecologista e no cardiologista após os 40 anos de idade. Avaliação com Proctologista (especialista em intestino) anualmente após os 50 anos, desde que não tenha fatores de risco para doenças intestinais, neste caso a procura deve ser antecipada. Considerar avaliação com Geriatra para acompanhar processos relacionados ao envelhecimento. Todas as rotinas de exames devem ser solicitadas por estes profissionais e devem ser avaliadas pelos mesmos, como exames de sangue (Colesterol, Hormônios, Glicemias, etc..), Mamografia, Densitometria óssea, Papanicolau e ultrassonografia entre outros.
A Longevidade está 30% associada a condições genéticas, ao meio ambiente em 20% e ao estilo de vida em 50%. Assim, além das avaliações clínicas, a manutenção e melhora do estado de saúde depende de ações que possam melhorar o estilo de vida das mulheres. Neste contexto surge o Coaching de Saúde e Bem-Estar.
O Coaching é uma metodologia assertiva com foco no resultado que vem sendo aplicada em empresas há algumas décadas e expandiu seus horizontes para o nível pessoal. Na metodologia do Coaching ele observa a vida de seus clientes, suas aspirações e necessidades e trabalha com o Coachee (cliente) em prol de seu estado desejado - desenvolvimento do planejamento da saúde; adequação das necessidades de cada pessoa considerando os aspectos contextuais da vida de cada um; delineamento do estado atual e programação das atividades inerentes ao cliente; melhorar o desempenho em saúde do cliente, trazendo-lhe implemento na qualidade de vida global e desempenho profissional.
O Estado de Saúde é um Saldo construído pelo indivíduo. A mulher entende a atenção a saúde como um ato de zelo e amor a si mesma, o que é um grande facilitador, pois a coloca em busca desta condição.
O Grande desafio é como adequar tantas transformações e manter a saúde? Alguns aspectos foram apontados neste artigo e visam colaborar no processo de construção de uma vida mais saudável.
Prof. Dr. Rogério de Fraga, médico urologista Hospital VITA Batel, Master Coach na empresa Cuidado e Saúde, Presidente do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
América Latina tem terceira maior taxa de gravidez na adolescência do mundo, diz Banco Mundial
O problema é maior nos setores mais pobres da sociedade, nos quais a desigualdade e a falta de informação e oportunidades contribuem para perpetuar a questão.
A maioria dos países latino-americanos está entre os 50 primeiros do mundo em fecundidade adolescente, um índice que em outras regiões está caindo. Entre 1997 e 2010, a taxa mundial reduziu 1,6%, enquanto na América Latina a queda foi de 1,25%.
Nicarágua, República Dominicana, Guatemala e Honduras têm as maiores taxas de gravidez precoce. Porém, neste mesmo período, cinco países da região ostentaram a maior redução nas taxas de fecundidade na adolescência: Colômbia (-25%), Haiti (-23%), Costa Rica, El Salvador e Peru (todos com queda de 21%).
O estudo “Gravidez na adolescência e oportunidades na América Latina e no Caribe” observa que a gravidez na adolescência vai na contramão das conquistas femininas na região. Dados mostram que mais de 70 milhões de mulheres começaram a participar do mercado de trabalho nos últimos anos e que essa participação contribuiu para reduzir a pobreza e desenvolver a América Latina.
“Há uma correlação significativa entre a maternidade precoce, o menor rendimento educacional e os piores resultados no mercado de trabalho para as mulheres”, diz o economista e autor do estudo, Luis Felipe López Calva, que ressalta que o próprio ambiente em que a adolescente se encontra desempenha um papel importante nas suas atividades. “Quem teve uma gravidez na adolescência já se encontrava em um grupo de maior risco”, acrescentou.
A pesquisa recomenda que as adolescentes tenham maior acesso à educação sexual, que ensinaria, por exemplo, quais são as opções de métodos anticoncepcionais e a importância do uso da camisinha, incentivando os adolescentes a dialogar entre si e dividir as dúvidas e experiência sobre o assunto.
Além disso, o estudo pede que os horários escolares sejam estendidos para que os adolescentes fiquem em ambientes contidos e, portanto, fiquem menos propensos a comportamentos de risco.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Ministério da Saúde recebe primeiro lote da vacina contra HPV
O Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote da vacina contra o papiloma vírus (HPV), com quatro milhões de doses, que serão distribuídas gratuitamente na Campanha de Vacinação deste ano, em março, no Sistema Único de Saúde (SUS). O insumo, que previne contra o câncer de colo de útero, será aplicada gratuitamente em meninas de 11 a 13 anos em 2014 e, a partir do ano seguinte, será ofertado também para meninas de 9 e 10 anos. O Ministério da Saúde investiu R$ 465 milhões na compra de 15 milhões de doses da vacina para este ano, quantidade suficiente para que 5 milhões de pré-adolescentes sejam imunizadas. É a primeira vez que a população terá acesso gratuito, em nível nacional, à vacina contra o HPV.
“O dia de hoje marca dois passos importantes na história da saúde pública. O primeiro é a proteção de futuras mulheres, e consequentemente também homens, contra uma doença sexualmente transmissível. Por meio da campanha de vacinação, vamos iniciar um processo de conscientização e orientação sexual para essas meninas que ainda vão iniciar a vida sexual. O segundo passo importante é a redução dos gastos da população na área da saúde: ao ter acesso gratuito à vacina contra o HPV no SUS, as famílias vão deixar de gastar R$ 1 mil reais na rede privada na compra de três doses para proteger suas filhas contra um problema sério e grave, o câncer de colo de útero, que em algumas regiões do país é a principal causa de morte entre as mulheres”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (10), noInstituto Butantan, em São Paulo.
O ministro participou de evento que marca o início da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do insumo, que envolve a transferência de tecnologia da empresa estrangeira atual produtora da vacina, a Merck Sharp & Dohme (MSD), para o laboratório público brasileiro, que passará a produzi-lo em território nacional. O ministro vai visitar a área de formulação e envase de vacinas do Butantan, que foi reinaugurada com instalações mais modernas.
“Através dessa parceria com o Butantan, damos um passo importante para fortalecê-lo e consolidá-lo como instituição pública de referência mundial. É uma grande aposta nesse instituto, o Brasil precisa de instituições como essa. Certamente eu e outros tomaram gosto pela ciência e pela pesquisa visitando o Instituto Butantan quando criança. Ao investir mais de R$ 400 milhões na compra da vacina contra o HPV este ano – dobrando o faturamento do instituto –, o Ministério da Saúde dá um forte apoio à modernização do Butantan, mantendo o seu papel na saúde pública e de espaço formador de pesquisadores. Vamos contribuir para que continuem fazendo pesquisa e inovação tecnológica.”, concluiu o ministro.
O Ministério da Saúde vai investir R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período necessário para a total transferência de tecnologia para o laboratório brasileiro. A Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Butantan e a Merck possibilitou uma economia estimada de R$ 78 milhões na compra da vacina em 2014. O Ministério da Saúde pagará cerca de R$ 30 por dose, o menor preço já praticado no mercado – 15% abaixo do valor do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A produção da vacina do HPV faz parte de um conjunto de ações que o Ministério da Saúde tem estabelecido com o Butantan para ampliar a produção brasileira de insumos e medicamentos. Atualmente, o Butantan está envolvido em oito PDPs firmadas pelo Ministério da Saúde com laboratórios privados para a produção de oito produtos de Saúde – vacinas contra Hepatite A e Influenza e medicamentos oncológicos. Além desses medicamentos, o Butantan produz vacinas contra Hepatite B, contra Raiva, a Tríplice (Difteria, Tétano e Pertucis) e a Dupla (Difteria e Tétano), além de soros antiaraquinídico, antitetânico, antiescorpiônico, antibotulínico, antilonômico, antibotrópico.
Com a parceria para produção da vacina contra o HPV, o faturamento do laboratório público paulista triplicará em cinco anos, passando de R$ 348 milhões em 2013 para 1,1 bilhão em 2018. E o país passará a produzir 16 biológicos, dentre os quais medicamentos para câncer de mama, leucemia e artrite reumatoide.
HPV e câncer – A vacina contra HPV que será distribuída no SUS é a quadrivalente, que previne contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no País. É o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, atrás apenas do câncer de mama.
A cada ano, 270 mil mulheres no mundo morrem por conta da doença. No Brasil, 5.160 mulheres morreram em 2011 em decorrência da doença. Para 2013, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 17.540 novos casos.
Cada menina deve receber três doses da vacina para estar imunizada contra o HPV. Após a primeira dose, a segunda deverá ocorrer em dois meses. E a terceira, em seis. A vacina deve ser aplicada com autorização dos pais ou responsáveis. Ela tem eficácia comprovada para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
O Ministério da Saúde orienta ainda que as mulheres dos 25 aos 64 anos façam anualmente o exame preventivo para verificar se há indício de HPV. Em 2012, foram 11 milhões de exames no SUS, o que representou investimento de R$ 72,6 milhões. Do total, 78% foram na faixa etária prioritária.
O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. No Brasil, a cada ano, 685, 4 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.
Fonte: Vera Stumm e Fabiane Schmidt / Agência Saúde
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Na contramão do mundo, Brasil amarga aumento no número de casos de HIV
Bruna Sensêve | Correio Brasiliense
Mais de 35 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo, anunciou, neste ano, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). O número de novos casos caiu 33% nos últimos anos, de 3,4 milhões em 2001 para 2,3 milhões em 2012. Na mesma direção, o número de mortes reduziu de 2,3 milhões em 2005 para 1,6 milhão no ano passado. Na contramão dessas taxas, o Brasil amarga um aumento no número de infectados. Em 2011, foram registrados 38.776 casos, o maior desde a descoberta da doença, segundo o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
A perigosa estabilidade é observada nos três anos anteriores: 37.359, 38.188 e 38.529, respectivamente. O número de óbitos também encontrou ameaçador equilíbrio, com cerca de 12 mil mortes pela doença desde 2009. A taxa só é menor que a registrada em meados da década de 1990, antes do coquetel de antirretrovirais ser oferecido no atendimento público de saúde. Os dados não chegam a anunciar uma segunda epidemia da doença, apesar de se aproximarem dos números que causaram tanta comoção na época em que a Aids eclodiu no mundo ocidental.
“Em alguns meios artísticos, por exemplo, as pessoas perdiam alguém conhecido praticamente de três em três meses”, conta Edgar Hamann, professor e médico do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. Mas o especialista desconfia que haja, no Brasil, um processo de banalização da doença, fenômeno também observado em países europeus. “As pessoas pensam: ‘Agora estão sobrevivendo, estão bem’. Então, acham que a Aids é curável, o que não é verdade.”
A mudança de mentalidade é vista como um retrocesso pelo médico, pois pode ter motivado uma queda no uso do preservativos, já constatada em pesquisas com jovens. “A gente não pode ver isso como um fenômeno individual. A pessoa está se descuidando por que não sabe, por que não procura se interar ou por que não está entendendo bem? Não é nenhuma dessas respostas. Normalmente, são atitudes que por baixo têm uma partilha, uma concessão de um grupo”, analisa o professor.
Epidemia concentrada
Diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita considera a “nova interpretação” sobre a Aids controversa. “Precisamos ter um mecanismo de esclarecimento de que o medicamento é bom, tem eficiência e pode tornar a doença uma condição crônica controlável, mas o melhor é não tê-la.” Segundo Mesquita, o Brasil nunca esteve sob uma epidemia da doença que fosse considerada generalizada. Entre as três gradações usadas para a classificação internacional, o país sempre esteve em um estágio intermediário, chamado de epidemia concentrada.
Diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita considera a “nova interpretação” sobre a Aids controversa. “Precisamos ter um mecanismo de esclarecimento de que o medicamento é bom, tem eficiência e pode tornar a doença uma condição crônica controlável, mas o melhor é não tê-la.” Segundo Mesquita, o Brasil nunca esteve sob uma epidemia da doença que fosse considerada generalizada. Entre as três gradações usadas para a classificação internacional, o país sempre esteve em um estágio intermediário, chamado de epidemia concentrada.
“Ela é associada principalmente à população de alto risco, mas não só”, explica. A epidemia generalizada é vista em regiões como a África Subsaariana, onde mais de 1% da população tem o HIV (leia Para saber mais). “O Brasil nunca teve esse perfil da epidemia. Embora tivesse avançando bastante, (a doença) nunca tomou essa dimensão”, garante.
O mundo também observa um ressurgimento da infecção causado por comportamentos de risco, aumentado entre homens que fazem sexo com homens em vários cidades europeias. Em Amsterdã, por exemplo, foi relatado um aumento de 68% no comportamento sexual de risco entre esses homens — apesar das altas taxas de testes de HIV e acesso à terapia antirretroviral.
Esse fenômeno mostra sinais em terras brasileiras desde 2008, ano em que o número de homens infectados expostos por relação com outros homens era de 3.120. Nos três anos seguintes, subiu para 3.386, 3.678 e 3.709, respectivamente. Ainda assim, as maiores taxas de infecção desde os anos 2000 permanece entre a população heterossexual, especialmente mulheres. Essa é a forma de exposição que mais levou brasileiras a adquirirem o HIV — uma média de 90% das infecções no sexo feminino desde que o vírus surgiu no país.
Esforço regional
Apesar dos números intrigantes, o Brasil tem posição de destaque na América Latina e no Caribe quanto à garantia de acesso ao tratamento contra a Aids. O país está entre as sete nações que alcançaram uma cobertura universal (maior de 80%). As outras são Argentina, Barbados, Chile, Cuba, Guiana e México, de acordo a Organização Mundial da Saúde e Organização Panamericana de Saúde (OMS/OPAS). Segundo Monica Alonso, conselheira da OMS/OPAS para HIV e Doenças Sexualmente Transmissíveis, o Brasil é um dos líderes da região quanto ao acesso e à medicação antirretroviral, e caminha para políticas que permitirão a intervenção mais precoce contra o vírus. “Melhorias no Brasil têm um impacto nas figuras regionais, sim, no entanto, há uma direção comum de todos os países da região.”
Apesar dos números intrigantes, o Brasil tem posição de destaque na América Latina e no Caribe quanto à garantia de acesso ao tratamento contra a Aids. O país está entre as sete nações que alcançaram uma cobertura universal (maior de 80%). As outras são Argentina, Barbados, Chile, Cuba, Guiana e México, de acordo a Organização Mundial da Saúde e Organização Panamericana de Saúde (OMS/OPAS). Segundo Monica Alonso, conselheira da OMS/OPAS para HIV e Doenças Sexualmente Transmissíveis, o Brasil é um dos líderes da região quanto ao acesso e à medicação antirretroviral, e caminha para políticas que permitirão a intervenção mais precoce contra o vírus. “Melhorias no Brasil têm um impacto nas figuras regionais, sim, no entanto, há uma direção comum de todos os países da região.”
Para Alonso, a América Latina e o Caribe contam com um forte apoio político para o HIV, bem como as redes da sociedade civil. “Um exemplo disso é o Grupo de Cooperação Técnico Horizontal, em que os chefes dos programas nacionais de HIV trocam informações e discutem ações para uma resposta mais articulada na região.” Os números referentes a 2012 representam uma melhoria de 10% em comparação aos coletados dois anos antes pela instituição. Em dezembro de 2012, 725 mil pessoas recebiam antirretrovirais na região, ou 75% do total estimado com necessidade de tratamento.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Obesidade quadruplica em países em desenvolvimento, diz relatório
O número de adultos acima do peso ideal ou obesos nos países em desenvolvimento quase quadruplicou desde 1980, diz um relatório divulgado hoje na Grã Bretanha.
De acordo com o estudo, quase um bilhão de pessoas vivendo nesses países – nações como China, Índia, Indonésia, Egito e Brasil – estão acima do peso.
O relatório prevê um ‘enorme aumento’ em casos de ataques cardíacos, derrames e diabetes à medida que os hábitos alimentares no mundo em desenvolvimento se aproximam dos padrões de países desenvolvidos, com mais consumo de açúcar, gordura animal e alimentos industrializados na dieta.
O estudo, feito pelo Overseas Development Institute, um dos principais centros de estudo sobre desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha, comparou dados de 1980 com dados de 2008, e verificou que na América Latina, por exemplo, o percentual de pessoas acima do peso recomendado era de 30% em 1980 e de quase 60% 18 anos depois.
Obesidade globalizada
Globalmente, o percentual de adultos que apresentavam sobrepeso ou obesidade – que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 – cresceu de 23% para 34% entre 1980 e 2008. Em números absolutos, isso representa um crescimento de 250 milhões de pessoas em 1980 para 904 milhões em 2008.
Globalmente, o percentual de adultos que apresentavam sobrepeso ou obesidade – que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 – cresceu de 23% para 34% entre 1980 e 2008. Em números absolutos, isso representa um crescimento de 250 milhões de pessoas em 1980 para 904 milhões em 2008.
A maior parte deste aumento foi visto no mundo em desenvolvimento, especialmente nos países onde os rendimentos da população cresceram, como o Egito e México.
O relatório do ODI diz que a composição das dietas nestes países mudou de cereais e grãos para o consumo de mais gorduras, açúcar, óleos e produtos de origem animal.
Isso se compara a 557 milhões em países de alta renda. No mesmo período, a população mundial quase dobrou.
Ao mesmo tempo, no entanto, a subnutrição é ainda reconhecida como um problema para centenas de milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento, particularmente as crianças.
As regiões do Norte da África, Oriente Médio e América Latina apresentaram grandes aumentos nas taxas de sobrepeso e obesidade, para cerca de 58% da população geral, um nível em pé de igualdade com a Europa.
Enquanto a América do Norte ainda tem o maior percentual de adultos com excesso de peso, 70%, regiões como a Austrália e sul da América Latina não ficam muito atrás, com 63%.
O maior crescimento em pessoas com sobrepeso ocorreu no sul da Ásia oriental, onde a percentagem triplicou a partir de um ponto de partida mais baixo, de 7%, para 22%.
Entre os países, o relatório descobriu que a taxa de sobrepeso e obesidade quase dobrou na China e no México, e aumentou em um terço na África do Sul desde 1980.
Muitos países do Oriente Médio também registraram um alto percentual de adultos com excesso de peso.
‘Publicidade, influências da mídia’
Um dos autores do relatório, Steve Wiggins, apontou para várias razões explicando os aumentos. ‘Com renda mais alta, as pessoas têm a possibilidade de escolher o alimento que eles querem. Mudanças no estilo de vida, o aumento da disponibilidade de alimentos processados, publicidade, influências da mídia… tudo isso levou a mudanças na dieta’, adverte.
Um dos autores do relatório, Steve Wiggins, apontou para várias razões explicando os aumentos. ‘Com renda mais alta, as pessoas têm a possibilidade de escolher o alimento que eles querem. Mudanças no estilo de vida, o aumento da disponibilidade de alimentos processados, publicidade, influências da mídia… tudo isso levou a mudanças na dieta’, adverte.
Wiggins vê o fenômeno especialmente em economias emergentes, onde uma maior classe média vive em centros urbanos e faz pouco exercício físico.
O resultado, diz ele, é ‘uma explosão de sobrepeso e obesidade nos últimos 30 anos’, o que poderia levar a sérias implicações para a saúde.
O estudo cita países que conseguiram evitar aumentos da obesidade graças à valorização de dietas tradicionais à base de cereais e vegetais, como Peru e Coreia do Sul.
Fonte: G1
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Sistema de saúde público brasileiro é referência internacional, diz Banco Mundial
O Sistema Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população, é o que afirma o livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”, recentemente lançado pelo Banco Mundial.
O livro busca analisar a trajetória do programa desde sua criação, destaca progressos trazidos pelo SUS e aponta que, com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas mais igualitários de saúde.
Com a criação do SUS, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever na legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado.
O livro destaca que os esforços para a ampliação dos gastos em saúde e de uma melhor alocação dos recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país, contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde, com importante impacto na redução da mortalidade.
Entre os desafios do SUS, o estudo identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado e a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária.
ONU Brasil
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Estudo definirá público para vacina contra a dengue
O Ministério da Saúde está financiando um estudo que tem como finalidade indicar as áreas e os públicos prioritários a serem imunizados contra a dengue. O estudo integra as medidas preparatórias para a introdução da vacina contra a doença no Brasil e conta com recursos de R$ 5,3 milhões.
Um grupo de trabalho, formado por técnicos do Ministério da Saúde, Anvisa e especialistas de diversas universidades – como Escola Paulista de Medicina e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - irá elaborar um plano para subsidiar o Ministério da Saúde na definição das áreas e grupos etários para receber a vacina.
O estudo é dividido em três partes, um inquérito soroepidemiológico, um de morbi-mortalidade e outro de imunidade celular. O inquérito soroepidemiológico será realizado em 63 cidades representativas das cinco regiões do país. O objetivo do inquérito é determinar o grau de imunidade da população à infecção pelo vírus da dengue. Serão coletadas cerca de mil amostras de sangue por cidade, na faixa etária de 1 a 20 anos. As amostras das outras faixas etárias serão obtidas na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
O trabalho de morbi-mortalidade consiste em uma ampla revisão dos artigos e informações científicas sobre dengue no Brasil publicadas em periódicos nacionais e internacionais. A meta é coletar informações epidemiológicas para caracterizar a ocorrência, o perfil da transmissão de dengue no país, reunindo informações adicionais sobre grupos etários vulneráveis, taxas de letalidade e sorotipos circulantes.
Já a pesquisa de imunidade celular será realizada em pessoas infectadas pelos sorotipos DENV 1, 2, 3 e 4. O objetivo é avaliar a resposta imunológica desses pacientes e o desenvolvimento dos casos graves da doença. Os trabalhos subsidiarão a elaboração de modelos matemáticos que servirão como ferramenta para apoiar o Ministério da Saúde na definição do público que receberá a vacina contra a dengue. Todo o estudo deve estar concluído em dois anos.
Testes - A vacina brasileira contra a dengue, que já está em fase de testes em humanos, é desenvolvida pelo Instituto Butantan, com o apoio do Ministério da Saúde. A expectativa é que o imunobiológico seja administrado em uma única dose e combata os quatro sorotipos da doença (1, 2, 3 e 4) já identificados no mundo. A técnica utiliza o chamado vírus atenuado, isto é, o próprio vírus da dengue modificado, de maneira que produz anticorpos na população, mas não desenvolve a doença. A pesquisa pelo Instituto Butantan iniciou em 2006.
No mundo estão sendo testadas sete vacinas. No Brasil, além do Butantan, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também está pesquisando uma nova vacina contra a dengue com apoio do Ministério da Saúde. Os estudos são realizados desde 2009, em parceria com o laboratório privado GSK. A previsão é que a vacina seja concluída no prazo de cinco anos.
Investimentos - O Ministério da Saúde tem investido fortemente em políticas para o controle da dengue. Com o objetivo de intensificar as ações de vigilância e prevenção à doença, o Ministério está dobrando o volume de recursos adicionais. Ao todo, serão repassados a estados e municípios R$ 363,4 milhões.
O recurso extra representa um acréscimo 110% em relação ao que foi transferido em 2012. No ano passado, foram repassados R$ 173,3 milhões. Em contrapartida, os municípios precisam cumprir metas como assegurar a quantidade adequada de agentes de controle de endemias, garantir a cobertura das visitas domiciliares pelos agentes e realizar o LIRAa.
Além desse valor adicional, os estados e municípios recebem anualmente recurso do Piso Fixo de Vigilância em Saúde, destinado a ações de prevenção não apenas à dengue como também a outras doenças, como malária, hanseníase, entre outras. Em 2013, o montante total do piso foi de R$ 1,2 bilhão.
Cuidados - Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
Fonte: Aline Reis/ Agência Saúde
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Nasce o primeiro bebê do Rio de Janeiro em 2014
O primeiro bebê a nascer em 2014 no Rio de Janeiro foi um menino. Ele e a mãe, Lidiane Silveira da Silva, foram atendidos no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste.
O menino, que se chamará Breno Michel, nasceu de parto normal, à 0h09, pesando 3,46 kg, e é o primeiro filho de Lidiane. Ela ficou emocionada com o nascimento do filho.
— Logo soube que ele tinha sido o primeiro do hospital e fiquei superfeliz! Mas foi meio inesperado pois ele podia nascer até dia 14.
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