A Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) vai fortalecer o apoio ao
Brasil no combate à sífilis. Foi assinada nesta quinta-feira (20/10),
durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT),
uma carta de compromisso estabelecendo ações estratégicas para redução
da sífilis congênita no país com prazo previsto de um ano.
Além da OPAS/OMS, outras 17 associações e conselhos de saúde vão
ajudar o Ministério da Saúde brasileiro, estados e municípios, a
combaterem a doença. O foco é detectar precocemente a doença no início
do pré-natal e encaminhar tratamento imediato com penicilina. De acordo
com o Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, entre os
papéis da OPAS/OMS no acordo está a compra emergencial de medicamentos e
a elaboração de ações técnicas e estratégicas. “A situação da sífilis
no Brasil e no mundo chama a atenção. A sífilis congênita é uma doença
que tem cura, mas que ainda não foi alcançada em vários países por um
conjunto de fatores, como a falta de penicilina no mercado mundial”,
afirmou o Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina.
Os objetivos da Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis
Congênita no Brasil, coordenada pelo Ministério da Saúde brasileiro,
são:
1. Promover a captação precoce da gestante na Atenção Básica para realização em tempo oportuno do pré-natal;
2. Fortalecer o pré-natal do parceiro;
3. Ampliar a cobertura de diagnóstico (por meio de teste rápido) e
tratamento oportuno e das gestantes e parcerias sexuais principalmente
no pré-natal na Atenção Básica, ou ainda nas maternidades e em situações
de abortamento;
4. Incentivar os profissionais de saúde, em especial a equipe de
enfermagem, para administração de penicilina benzatina na Atenção
Básica, considerando que esse medicamento é o único seguro e eficaz na
prevenção da sífilis congênita, conforme as evidências científicas;
5. Desenvolver ações de Educação Permanente em Saúde para
qualificação de gestores e profissionais na temática da sífilis
adquirida, sífilis na gestação e sífilis congênita;
6. Fortalecer ações de Comunicação em Saúde para dar visibilidade ao
tema, com ênfase em gestores, profissionais e comunidade, destacando
gestantes e parcerias sexuais;
7. Qualificar informações epidemiológicas, notificação e
investigação, com seguimento clínico-laboratorial e fechamento dos casos
de sífilis em gestantes e sífilis congênita;
8. Fortalecer ações conjuntas de gestores federal, estaduais e
municipais, profissionais de saúde, comunidade e demais atores para
prevenção da sífilis congênita;
9. Ampliar a criação e a implementação dos Comitês de Investigação de
Transmissão Vertical de HIV e Sífilis nos estados, municípios ou
regiões de saúde;
10. Implementar o processo de validação para certificação da
eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis nos municípios do
país.
A carta foi assinada por Ministério da Saúde, Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da
Saúde (OPAS/OMS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass),
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems),
Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Federal de Farmácia, Conselho
Federal de Medicina, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia (Febrasgo), Associação Brasileira de Enfermagem,
Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Doenças
Sexualmente Transmissíveis, Sociedade Brasileira de Infectologia,
Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia da Infância e
Adolescentes, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade,
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Sociedade Brasileira de
Pediatria e Aids Healthcare Foundation.
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