quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Saúde lança campanha de prevenção ao câncer de pele

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aderiu à ação da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Rio de Janeiro (SMDRJ) e lançou, na manhã desta quarta-feira (21/12), quando começou o verão, uma campanha de orientação e prevenção do câncer de pele. Batizada de Dezembro Laranja, a campanha será divulgada a partir de hoje em todas as unidades de saúde. Ainda com foco na prevenção do câncer de pele, o índice ultravioleta será publicado diariamente nos boletins do Centro de Operações Rio (COR).

Durante o lançamento da campanha no COR, na Cidade Nova, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, falou da importância de divulgar essa ação na rede municipal de saúde, principalmente, nesta estação do ano:

- O câncer de pele é um problema de saúde pública gravíssimo e pode ser evitado com pequenas mudanças de hábito. Todas as unidades de saúde vão ajudar nessa divulgação, conscientizando seus usuários e utilizando as redes sociais para chamar a atenção deste problema. A presença da Sociedade Brasileira de Dermatologia faz toda diferença para ajudar a resolver esse problema de saúde que é fácil resolver com prevenção e mudança cultural.

A campanha Dezembro Laranja faz parte do projeto Política de Sombras que busca informar a população sobre prevenção, inclusive com divulgação do índice ultravioleta e de dicas simples como evitar a exposição excessiva ao sol e se proteger andando pela sombra e usando chapéus e óculos contra os raios UVA e UVB. Essa iniciativa foi inspirada na bem-sucedida campanha SunSmart, desenvolvida em 1980, na Austrália, onde os números apontam uma mudança na curva da incidência do câncer da pele.

- Estamos muito felizes em ver, efetivamente, a Prefeitura do Rio abraçando essa ideia da Política de Sombras, que é um programa amplo de prevenção efetiva do carioca e dos riscos da exposição excessiva ao sol. O instrumento mais importante na prevenção do câncer de pele é o comportamental que se significa evitar o sol durante as horas de pico e buscar a sombra quando possível – destacou o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio, Flávio Luz.

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil, com mais de 200 mil novos casos por ano, que acarretam mais de duas mil mortes, além de incontáveis casos de mutilações e deformidades. Sabe-se que mais de 95% destes casos têm como causa a exposição exagerada ao sol. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os casos de melanoma – tipo mais grave de câncer de pele – deverão chegar a 370 em todo o estado, 210 deles só na Capital.

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), sobre hábito de exposição solar do brasileiro, executada pela Datafolha em agosto deste ano, em 130 municípios do país, revelou que mais de 100 milhões (106 milhões, mais precisamente) de brasileiros se expõem ao sol de forma intencional nas atividades de lazer (70% da população acima de 16 anos). Desse total, 63% dos brasileiros não usam protetor solar no seu dia a dia (mais de 95 milhões de pessoas). Além disso, 6 milhões de brasileiros adultos (mais de 4% da população) não se protegem de forma alguma quando estão na praia, piscina, cachoeira, banho de rio ou lago.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, no ano 2030, existirá 27 milhões de casos novos de câncer, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. O maior efeito desse aumento incidirá em países em desenvolvimento. No Brasil, o câncer já é a segunda causa de morte por doenças, atrás apenas das do aparelho circulatório.

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=6622336

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Combate a HIV/AIDS deve ser pautado por direitos humanos, diz escritório da ONU


Agências da ONU e representantes do governo reuniram-se na semana passada (28) em Brasília para a última reunião de 2016 do Grupo de Trabalho do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Encontro debateu as tendências mais recentes da epidemia e alertou para a situação dos grupos mais vulneráveis.

A diretora do programa da ONU no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, lembrou que, no mundo, desde 2000, mais de 1,6 milhão de novas infecções foram evitadas por conta de esforços de prevenção. O número de novos casos entre crianças caiu 50% desde 2010.
Segundo a chefe da agência, também houve avanços no acesso ao tratamento, que quase dobrou entre crianças e até 14 anos. Os dados coletados pelo UNAIDS revelam que, desde 2005, 1,8 milhões de pessoas começaram o tratamento antirretroviral e a taxa de mortalidade caiu 45%. A tuberculose é a principal causa de morte entre pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Desafios
Geogiana explicou ainda que a população-chave no mundo é formada por homens entre 25 e 49 anos e a África é o continente com maior risco de contaminação. A conjuntura da faixa etária dos 15 aos 24 anos também preocupa, pois esses jovens, de acordo com a diretora do UNAIDS no Brasil, não têm acesse pleno a terapia.
Apesar dos progressos, desde 2010, não houve queda significativa no número de novas infecções na população em geral — o que indica que, embora o tratamento tenha tido êxito, a prevenção não.
Sobre o tratamento antirretroviral, a diretora do UNAIDS afirmou que a expectativa é de que em 2020 não será mais necessário tomar uma pílula por dia — como acontece atualmente —, mas sim uma injeção a cada três meses.
Situação do Distrito Federal
Também presente na reunião, o subsecretário de Saúde do Distrito Federal, Tiago Coelho, informou que atualmente 18 mil pessoas vivem com HIV/AIDS no DF. Desse contingente, 11 mil recebem tratamento antirretroviral gratuito. Entre os indivíduos sob terapia, 93% estão com a carga viral indetectável — índice acima da meta de 90% proposta pelo GT.
Apesar de os óbitos por causas relacionadas à epidemia terem registrado queda de 11% de 2014 a 2015, outros desafios, como o número de novas infecções, geram preocupação entre as autoridades. Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Samambaia, Asa Norte e Lago Norte são as regiões administrativas com maior incidência de HIV/AIDS.
Segundo Tiago, foram 242 novos casos somente em 2016. De acordo com o subsecretário, as populações-chave do Distrito Federal são de de homens que fazem sexo com outros homens (HSH) e adultos entre 20 e 49 anos
A respeito de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), o subchefe da pasta informou que , em 2016, foram notificados 1.117 casos de sífilis no Distrito Federal, com maior prevalência entre a população masculina.
Políticas devem ser pautadas por direitos humanos
A reunião em Brasília foi também a última reunião do biênio 2015-216, durante o qual o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) ocupou a presidência do GT que, a partir de 2017, passará para o Fundo de População da ONU, o UNFPA.
O representante do UNODC no Brasil, Rafael Franzini, lembrou do apoio dado pelo grupo às ações do governo voltadas para a população privada de liberdade. Durante o biênio, alertou o dirigente, houve um crescimento desproporcional do número de brasileiros sob cárcere, onde enfrentam riscos de saúde mais altos associados a HIV/AIDS e tuberculose.
Outra frente de trabalho do grupo considerada fundamental por Franzini foram os estímulos à criação de políticas públicas para a juventude, levando em conta questões como orientação sexual, raça, violência, discriminação e direitos humanos.
Franzini elogiou o processo que levou à criação do Programa Jovens Embaixadores. “Selecionamos 20 jovens que representam a diversidade de Brasilia: negros, gays, trans, estudantes, entre outros, que receberam treinamento para participar de fóruns, para defender seus direitos, propondo sua visão e compartilhando com outros jovens suas ideias”, explicou.
“O fim da epidemia de AIDS não poderia ser alcançado sem considerar os direitos humanos. E isso torna-se claro quando são considerados temas como a discriminação no âmbito laboral, a expectativa de vida da população trans e as vulnerabilidades associadas à raça, ao uso de drogas e à violência contra a população LGBT”, acrescentou.
Segundo Franzini, esses temas precisam ser discutidos, uma vez que “ajudam a criar estigmas que logo são obstáculos para a execução de políticas publicas para acabar com a epidemia”.

Fonte: Nações Unidas

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Memórias destaca estudo sobre arbovírus em mosquitos

A edição de outubro da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível online. Entre os destaques, um estudo realizado por pesquisadores da Colômbia, que identificou a presença de arbovírus em diferentes espécies de mosquitos, incluindo os Aedes (Stegomya) aegypti e Culex spp., na região do caribe Colombiano. Em outro estudo, pesquisadores apontam a presença do vírus zika em mosquitos Aedes aegypti coletados no Rio de Janeiro e reforçam o papel do Aedes na transmissão da doença. O periódico traz ainda o primeiro artigo de revisão sobre leishmaniose tegumentar americana, que reúne e analisa publicações de epidemiologia e imunologia sobre a doença. Todos os artigos publicados na revista ‘Memórias’ podem ser acessados gratuitamente online.
Arbovírus e mosquitos no Caribe colombiano
Considerando a possibilidade de surtos e epidemias de vírus emergentes e reemergentes – como o caso recente do vírus zika, pesquisadores da Universidade de Antioquia e da Universidade Nacional da Colômbia investigaram a presença de patógenos em 22.180 mosquitos coletados em uma área no litoral do país. Por meio de testes moleculares, os pesquisadores identificaram insetos de diferentes espécies contendo flavivírus e alphavírus. Os resultados mostraram a presença do vírus dengue em Aedes (Stegomya) aegypti, de febre amarela em Haemagogus sp., e do vírus do Oeste do Nilo em Culex spp.. A análise sugere a possível circulação desses patógenos na região. Os resultados obtidos integram um estudo multidisciplinar conduzido entre 2011 e 2013, em San Bernardo del Viento, na região de Córdoba. Apesar de apresentar condições propícias para a reprodução de arbovírus, como a presença de aves migratórias e influência da ação humana, a região ainda é pouco estudada. Leia mais.
Em busca de respostas para leishmaniose assintomática
Em estudo de revisão, pesquisadores da Universidad Autónoma de Yucatá, no México, analisaram dados relacionados à leishmaniose tegumentar americana (LTA). Com base em informações epidemiológicas, os especialistas indicaram que a forma assintomática da doença é a mais comumente detectada em áreas endêmicas e apontaram o biomarcador ‘Montenegro Skin Tes’ como uma ferramenta útil para identificar as características da resposta imunológica provocada em pacientes que não apresentam sintomas da enfermidade. Já a partir de dados imunológicos, a revisão apontou os mecanismos responsáveis por controlar a infecção pelo parasito causador da leishmaniose e evitar danos aos tecidos. Acesse o artigo.
Transmissão de zika
Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou pela primeira vez a presença de mosquitos Aedes aegypti naturalmente infectados com o vírus zika na América do Sul. Os resultados foram obtidos durante atividade de vigilância e monitoramento realizada pelo Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, por meio de coleta de mosquitos em localidades onde foram identificados casos de zika, no Estado do Rio de Janeiro. Entre junho de 2015 e maio de 2016, foram coletados 1683 mosquitos das três espécies: Aedes albopictus, Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca, e Aedes aegypti. Em Laboratório, os insetos foram identificados, separados e analisados por meio da técnica de RT-PCR. O achado confirma que o mosquito Aedes aegypti é o principal vetor do patógeno no Rio de Janeiro. Nenhum mosquito das outras duas espécies foi encontrado naturalmente infectado. Confira o estudo.
Lucas Rocha e Max Gomes (IOC/Fiocruz)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

OMS recomenda 29 maneiras de acabar com infecções cirúrgicas e evitar microrganismos multirresistentes


Pessoas que se preparam para cirurgias devem sempre tomar banho, mas não serem depiladas, e antibióticos só devem ser usados para prevenir infecções antes e durante o procedimento, não depois. Essas recomendações fazem parte das novas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de salvar vidas, reduzir custos e impedir que microrganismos multirresistentes se propaguem.
O documento “Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection”, disponível em inglês, apresenta uma lista com 29 maneiras concretas para prevenir as infecções cirúrgicas – elaborada por 20 dos principais especialistas mundiais a partir de 26 revisões das evidências mais recentes. As recomendações também foram publicadas nesta quinta-feira (3) na “The Lancet Infectious Diseases” e foram desenhadas para abordar a carga crescente dos cuidados de saúde associados a infecções nos pacientes e nos sistemas de saúde pelo mundo.
“Ninguém deveria ficar doente enquanto procura ou recebe cuidados”, afirmou Marie-Paule Kieny, Diretora-Geral Assistente para Sistemas de Saúde e Inovação da OMS. “Prevenir infecções cirúrgicas nunca foi tão importante, entretanto é algo complexo e requer uma série de medidas de prevenção. Essas diretrizes são uma ferramenta valiosa para proteger os pacientes.”
As infecções cirúrgicas são causadas por bactérias que penetram no corpo através de incisões feitas durante a cirurgia. Elas colocam a vida de milhões de pacientes em risco a cada ano e contribuem para a propagação da resistência aos antibióticos. Em países de baixa e média renda, 11% dos pacientes que passam por cirurgias sofrem infecções no procedimento. Na África, até 20% das mulheres submetidas a cesáreas contraem infecção na ferida, comprometendo sua própria saúde e sua habilidade de cuidar dos bebês.
Entretanto, infecções cirúrgicas não são um problema apenas para países pobres. Nos Estados Unidos, as infecções contribuem para que os pacientes passem 400 mil dias a mais no hospital, com um custo adicional de US$ 900 milhões a cada ano.

Prevenindo infecções antes, durante e depois da cirurgia
As diretrizes contêm 13 recomendações para o período pré-cirúrgico e outras 16 para prevenir infecções durante e depois do procedimento. Elas vão desde simples precauções, como assegurar que os pacientes tomem banho antes da cirurgia e a melhor maneira de higienizar as mãos para as equipes cirúrgicas, até orientações sobre quando usar antibióticos para prevenir infecções, quais desinfetantes usar antes da incisão e quais suturas utilizar.
“Mais cedo ou mais tarde, muitos de nós precisarão de cirurgia, mas nenhum de nós quer pegar uma infecção na mesa de operação”, disse Ed Kelley, Diretor do Departamento de Prestação de Serviços e Segurança da OMS. “Aplicando essas novas diretrizes, as equipes cirúrgicas podem reduzir danos, melhorar a qualidade de vida e fazer a sua parte para acabar com a resistência a antibióticos. Nós também recomendamos que os pacientes que se preparam para cirurgias perguntem a seus médicos se eles estão seguindo as orientações da OMS.”
Até o momento, não havia diretrizes internacionais baseadas em evidências e a interpretação das evidências e recomendações das diretrizes nacionais não era uniforme. As novas diretrizes da OMS são válidas para qualquer país, adaptáveis a circunstâncias locais, e levam em conta a consistência das evidências científicas, os custos e recursos necessários e os valores e as preferências dos pacientes. A oferta de orientações mais detalhadas sobre a prevenção das infecções complementa a popular Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS.

Interrompendo a propagação da resistência aos antibióticos
Outro ponto importante é que as diretrizes recomendam o uso de antibióticos apenas antes e durante a cirurgia, com o objetivo de prevenir as infecções. Trata-se de uma medida crucial para interromper a propagação da resistência a esses medicamentos. Ao contrário do habitual, antibióticos não devem ser usados após a cirurgia.
Antibióticos são medicamentos usados para prevenir e tratar infecções bacterianas. A resistência ocorre quando a bactéria se modifica em resposta ao uso desses medicamentos e se desenvolve naturalmente com o tempo. Entretanto, o uso inapropriado em humanos e animais pode acelerar rapidamente o processo.
A resistência aos antibióticos está colocando em risco as conquistas da medicina moderna. Sem antibióticos eficazes para prevenir e tratar infecções, transplantes de órgãos, quimioterapia e cirurgias como cesárea e próteses do quadril se tornam muito mais perigosas e podem aumentar o tempo de internação no hospital, os custos médicos e a mortalidade.
Muitos estudos revelam que a implementação de uma série de medidas preventivas reduz significantemente os danos das infecções cirúrgicas. Um estudo piloto em quatro países africanos mostrou que a aplicação de algumas das novas recomendações poderia reduzir as infecções cirúrgicas em 39%. Com base nesses exemplos, a OMS está desenvolvendo um guia e uma série de ferramentas que ajudarão as autoridades nacionais e locais a colocar as recomendações em prática.

Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde, 2016.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Ministério da Saúde vai distribuir teste rápido de Zika

Foram adquiridas 3,5 milhões de unidades produzidas pelo laboratório público Bahiafarma. A previsão é que os testes cheguem a partir de novembro 

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (25/10), a compra de 3,5 milhões de teste rápido para identificar o vírus Zika. Está prevista a distribuição de dois milhões de kits até o final deste ano e o restante até fevereiro de 2017. A tecnologia confirma, em 20 minutos, se o paciente está ou já foi infectado pelo vírus Zika em algum momento da vida. Ou seja, com a tecnologia será possível identificar o vírus no organismo, independente do tempo de infecção. A produção do insumo será feita pelo laboratório público Bahiafarma. Atualmente, o teste ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) é o PCR (biologia molecular), que só detecta a doença durante no período de viremia, quando o vírus está presente na corrente sanguínea.
Ao todo, foram investidos R$ 119 milhões para a aquisição dos testes sorológicos, com projeção para garantir o abastecimento da rede por um ano. A negociação com a Bahiafarma permitiu a compra no valor unitário de R$ 34,00, quase quatro vezes menor que o valor proposto por outra empresa do mercado, de R$ 131,75 por teste. A compra foi feita por meio de licitação dispensável, quando é permitida à administração pública a contratação de produtos ou serviços em que a transferência de tecnologia é estratégica ao SUS. A medida está prevista na Lei nº 8.666/93. O desenvolvimento do teste rápido contra o Zika é fruto da parceria entre o Governo da Bahia e a empresa sul-coreana Genbody Inc., que firmaram um acordo de transferência de tecnologia para a Bahiafarma.

O teste será realizado em pessoas que tiverem sintomas da doença e com indicação médica, sendo que as gestantes e crianças terão preferência. “Além de ser rápido, este é o primeiro teste de Zika que permite a detecção pregressa da infecção pelo vírus. Isso é muito importante para cuidar da população que mais precisa por isso a prioridade são as gestantes e as crianças”, enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Ouça aqui a matéria da rádio saúde.

O diagnóstico produzido pela Bahiafarma é composto por duas tiras portáteis em que são depositadas as amostras de soro dos pacientes a serem analisadas. A primeira tira vai identificar infecções recentes, de até duas semanas, anteriores à realização do exame. A segunda vai identificar se a pessoa foi infectada há mais tempo, tudo isso dentro de 20 minutos. Com essa maior agilidade no resultado, o tratamento pode ser iniciado imediatamente, se tornando mais eficaz, já que o contágio pode ser confirmado assim que surgem os sintomas da doença. “Os parâmetros obtidos pelo teste da Bahiafarma na Anvisa e no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde foram acima de 90%. Isso assegura a qualidade do teste que traz um diagnóstico mais complexo já que é possível detectar tanto a infecção imediata quanto a passada”, explicou Ronaldo Dias, presidente da Bahiafarma.

AÇÕES PERMANENTES A compra do teste rápido faz parte da estratégia permanente do Ministério da Saúde de enfrentamento ao Aedes aegypti e chega antes do verão, período de maior circulação do vetor e, consequentemente das doenças transmitidas por ele, como Zika, dengue e chikungunya.
Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua associação com os casos de malformações neurológicas, que aconteceu no segundo semestre de 2015, o Ministério da Saúde tem tratado o tema como prioridade.
Os recursos federais destinados à Vigilância em Saúde, Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS), para a transferência aos estados, municípios e Distrito Federal que incluem as ações de combate ao Aedes aegypti cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão em 2015. E, no ano de 2016, teve um incremento de R$ 580 milhões, chegando o valor a R$ 1,87 bilhão. Além disso, o Ministério da Saúde contou com apoio extra do Congresso Nacional, por meio de emenda parlamentar, no valor de R$ 500 milhões.
DADOS ZIKA O Brasil registrou, até 17 de setembro, 200.465 casos prováveis de Zika, o que representa uma taxa de incidência de 98,1 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados laboratorialmente, em 2016, três óbitos por vírus Zika no país. Em relação às gestantes, foram registrados 16.473 casos prováveis em todo o país. A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de Zika em fevereiro deste ano. Desde então, estados e municípios vinham preparando seus sistemas de registros para encaminhar estas notificações ao Ministério da Saúde. Antes disso, o monitoramento do vírus Zika era realizado por meio de vigilância sentinela.
A região Sudeste teve 83.151 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (74.190); Centro-Oeste (29.875); Norte (11.928) e Sul (1.321). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 193,5 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (131,2); Sudeste (97,0); Norte (68,3); Sul (4,5).

Por Amanda Mendes e Victor Maciel da Agência Saúde
Atendimento à imprensa – Ascom/MS
(61) 3315-2745/3580/2351

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

OPAS/OMS fortalecerá apoio ao Brasil no combate à sífilis

sifilis carta compromisso
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) vai fortalecer o apoio ao Brasil no combate à sífilis. Foi assinada nesta quinta-feira (20/10), durante a Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), uma carta de compromisso estabelecendo ações estratégicas para redução da sífilis congênita no país com prazo previsto de um ano.
Além da OPAS/OMS, outras 17 associações e conselhos de saúde vão ajudar o Ministério da Saúde brasileiro, estados e municípios, a combaterem a doença. O foco é detectar precocemente a doença no início do pré-natal e encaminhar tratamento imediato com penicilina. De acordo com o Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, entre os papéis da OPAS/OMS no acordo está a compra emergencial de medicamentos e a elaboração de ações técnicas e estratégicas. “A situação da sífilis no Brasil e no mundo chama a atenção. A sífilis congênita é uma doença que tem cura, mas que ainda não foi alcançada em vários países por um conjunto de fatores, como a falta de penicilina no mercado mundial”, afirmou o Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina.
Os objetivos da Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis Congênita no Brasil, coordenada pelo Ministério da Saúde brasileiro, são:

1. Promover a captação precoce da gestante na Atenção Básica para realização em tempo oportuno do pré-natal;
2. Fortalecer o pré-natal do parceiro;
3. Ampliar a cobertura de diagnóstico (por meio de teste rápido) e tratamento oportuno e das gestantes e parcerias sexuais principalmente no pré-natal na Atenção Básica, ou ainda nas maternidades e em situações de abortamento;
4. Incentivar os profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem, para administração de penicilina benzatina na Atenção Básica, considerando que esse medicamento é o único seguro e eficaz na prevenção da sífilis congênita, conforme as evidências científicas;
5. Desenvolver ações de Educação Permanente em Saúde para qualificação de gestores e profissionais na temática da sífilis adquirida, sífilis na gestação e sífilis congênita;
6. Fortalecer ações de Comunicação em Saúde para dar visibilidade ao tema, com ênfase em gestores, profissionais e comunidade, destacando gestantes e parcerias sexuais;
7. Qualificar informações epidemiológicas, notificação e investigação, com seguimento clínico-laboratorial e fechamento dos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita;
8. Fortalecer ações conjuntas de gestores federal, estaduais e municipais, profissionais de saúde, comunidade e demais atores para prevenção da sífilis congênita;
9. Ampliar a criação e a implementação dos Comitês de Investigação de Transmissão Vertical de HIV e Sífilis nos estados, municípios ou regiões de saúde;
10. Implementar o processo de validação para certificação da eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis nos municípios do país.

A carta foi assinada por Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Federal de Farmácia, Conselho Federal de Medicina, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Associação Brasileira de Enfermagem, Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia da Infância e Adolescentes, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Sociedade Brasileira de Pediatria e Aids Healthcare Foundation.

Fonte: OPAS/OMS

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Vacina inédita para esquistossomose inicia nova fase de estudos

Iniciativa é fruto de parceria público-privada entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia. O projeto é um dos priorizados pela Organização Mundial da Saúde para garantir o acesso da população dos países pobres a tecnologias de última geração 

O Brasil inicia neste ano a nova fase de estudos clínicos para a vacina de esquistossomose, chamada de Vacina Sm14. O anúncio foi feito esta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os testes acontecerão entre setembro e dezembro de 2016, período que corresponde à mais alta endemicidade da doença em território africano. A produção e desenvolvimento da vacina é uma parceria público-privada (PPP) entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia S.A. O projeto é um dos priorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao longo das três etapas de Fase II, está prevista a participação de 350 voluntários, entre adultos, inicialmente, e em criança. A Vacina Sm14 será administrada em três doses, com intervalos de um mês entre cada uma. A conclusão e os resultados dos estudos estão previstos para 2017. “É a primeira vez no mundo que uma vacina parasitária produzida com tecnologia brasileira de última geração chega à Fase II de estudos clínicos. Um importante passo para o enfretamento desse problema de saúde que atinge principalmente populações pobres de diferentes países”, comemorou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina utiliza a proteína Sm14, sintetizada a partir do Schistosoma mansoni, verme causador da esquistossomose na América Latina e na África. Será produzida a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita causador da doença se instale no organismo ou que lhe cause danos. “Esse tipo de iniciativa fortalece o Brasil como uma base tecnológica capaz de assegurar o atendimento das demandas do sistema público de saúde”, afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
Nessa fase do estudo, os testes serão realizados em adultos moradores da região endêmica no Senegal, na África, local atingido simultaneamente por duas espécies do parasito Schistosoma, causador da doença. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é muito importante para que se possa verificar a segurança da Vacina Sm14.

ESQUISTOSSOMOSE - Os casos da doença acontecem em ambientes onde não há infraestrutura adequada de saneamento básico: fezes de pessoas infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas inapropriadamente em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria. Por sua vez, os caramujos liberam larvas do verme na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença. A vacinação terá potencial de interromper o ciclo de transmissão, induzindo uma imunidade duradoura.

 Por Agência Saúde, com informações da Fiocruz
Atendimento à imprensa - (21) 2562-1500 / (21) 2561-4830

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Fiocruz capacita especialistas da América Latina contra o Aedes

aedes aegypti fiocruz coc

Diante da emergência internacional de saúde pública causada pelo vírus zika, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou a importância das ações para monitorar a resistência dos mosquitos Aedes aegypti a inseticidas utilizados em saúde pública e publicou um documento atualizando os procedimentos indicados para realização desta vigilância. Com o objetivo de disseminar essas práticas e avançar na formação de uma rede integrada de monitoramento nas Américas, foi iniciada, na última segunda-feira (27/6), uma oficina promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com apoio do Ministério da Saúde, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e do Instituto de Biologia do Exército (IBEx). O treinamento reúne, até sexta-feira (1º/7), entomologistas dos Ministérios da Saúde de onze países e conta com atividades teóricas e práticas coordenadas pelo Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC/Fiocruz.
A mesa de abertura do evento teve a presença do assessor regional de entomologia em saúde pública da Opas, Haroldo Bezerra; da assessora do Programa de Malária da OMS, Martha Quiñones; da vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC/Fiocruz, Elisa Cupolillo; dos pesquisadores do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores, José Bento Pereira e Ademir Martins; e do diretor do IBEx, coronel Edson Pereira Filho. Representando a direção do IOC/Fiocruz, Elisa ressaltou a relevância da pesquisa científica para a saúde da população. “Esse treinamento é muito importante para os nossos países. O Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores atua na missão do IOC, unindo pesquisa, formação de recursos humanos e prestação de serviço à sociedade”, afirmou a vice-diretora. “Espero que o intercâmbio de conhecimento contribua para as políticas públicas de saúde em todos os países”, completou o coronel Edson.
Pressão seletiva
De acordo com José Bento Pereira, chefe do Laboratório e coordenador técnico da capacitação, a resistência está relacionada a características genéticas dos insetos, que permitem que eles sobrevivam aos inseticidas. Geralmente, ela é identificada apenas em alguns mosquitos de uma população. Porém, quando os inseticidas são aplicados indiscriminadamente, esses mosquitos sobrevivem e os genes da resistência tendem a ser mais frequentes nas gerações futuras, reduzindo a eficácia dos produtos. Detectar a resistência e identificar os mecanismos envolvidos é fundamental para o manejo dos inseticidas, incluindo a escolha dos produtos mais adequados e a realização de trocas quando necessário. “Com o uso racional de um inseticida, eliminamos a pressão seletiva do ambiente e o fenômeno de resistência pode ser revertido. O objetivo é evitar que ferramentas importantes no controle dos mosquitos sejam perdidas”, afirma o pesquisador.
Ao lado da vigilância, a aplicação correta e o uso racional dos inseticidas são considerados essenciais para evitar a disseminação da resistência. Uma das autoras do guia sobre monitoramento e manejo da resistência em mosquitos A. aegypti publicado pela OMS, Martha Quiñones lembra que os produtos disponíveis considerados seguros para a saúde humana são limitados, tornando a questão ainda mais importante. “Sem um uso adequado e racional dos inseticidas é difícil conseguir a redução das populações de mosquitos e, consequentemente, das doenças transmitidas por eles. Portanto, temos que assegurar um bom manejo e vigiar muito bem o surgimento da resistência entre populações de insetos, aplicando medidas para mitigar esse problema”, declarou ela. Nesse sentido, Ademir destaca que o controle mecânico dos criadouros do A. aegypti, evitando o acúmulo de água parada, é essencial. “O uso residencial de inseticidas também provoca pressão seletiva e estimula a disseminação da resistência. Precisamos preservar esses produtos para os momentos em que eles são realmente necessários ou ficaremos sem esta alternativa”, enfatizou ele.
Rede de vigilância
Além de apresentar as metodologias recomendadas na última publicação da OMS, o curso visa promover a troca de experiências entre os países. Segundo Haroldo Bezerra, da Opas, a maioria dos países da América Latina tem capacidade técnica para realizar a vigilância da resistência do A. aegypti a inseticidas. No entanto, é necessário avançar e fortalecer essa vigilância como uma rotina, padronizando os métodos, procedimentos e interpretação dos resultados, o que permite uma melhor comparação dos resultados e compartilhamento de informações. “Queremos estimular que as análises sejam consideradas pelos tomadores de decisão em cada país e, no futuro, formar uma rede integrada de monitoramento. Assim, podemos trabalhar conjuntamente na busca de soluções para o problema de resistência dos vetores aos inseticidas”, disse.
Entomologistas dos Ministérios da Saúde de Bolívia, Colômbia, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru, República Dominicana e Uruguai participaram do treinamento, que também teve a presença de um representante do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde do Brasil. Com presença endêmica do mosquito A. aegypti, todos esses países registram casos de dengue. Além disso, com exceção do Uruguai, todos passaram a ter também a circulação dos vírus chikungunya e zika nos últimos anos. Considerando as diferentes estratégias adotadas atualmente para o manejo dos inseticidas, os entomologistas acreditam que o curso e a futura criação de uma rede de vigilância nas Américas devem contribuir para o aprimoramento das ações de controle do vetor.
Na Guatemala, a coordenadora do programa de controle de vetores, Soledad Morales, diz que o monitoramento da resistência do A. aegypti aos inseticidas é realizado, mas sem periodicidade fixa. A expectativa é tornar essa ação sistemática após o curso. “O intercâmbio de informações e de tecnologias é muito importante, pois nos proporciona um melhor manejo integrado dos vetores”, avaliou Soledad. Já na República Dominicana, o responsável por entomologia e controle de vetores, Angel Solis, conta que o plano de vigilância passou a incluir o monitoramento da resistência do A. aegypti esse ano. Até 2015, o país trabalhava apenas com a vigilância de resistência nos mosquitos transmissores da malária. “Com esse curso, podemos começar a unificar os critérios e homogeneizar as técnicas para construir um verdadeiro programa internacional de vigilância da resistência”, ponderou Angel.
Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Brasil e EUA irão realizar estudo com grávidas em países com Zika

O objetivo é verificar se essas mulheres foram infectadas pelo vírus durante a gestação e as consequências para os fetos. Ao todo, 10 mil grávidas serão acompanhadas em diversos países
O Brasil e os Estados Unidos deram início a um estudo internacional para avaliação dos riscos que o vírus Zika pode gerar para a saúde de gestantes e dos fetos. A análise será conduzida pelo Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. Ao todo, 10 mil mulheres grávidas serão acompanhadas em diversos países onde há circulação do vírus, sendo quatro mil brasileiras. O trabalho já teve início em Porto Rico, no Caribe, e no Brasil deverá começar nos próximos dois meses (julho e agosto).
O estudo tem como objetivo acompanhar a gestação de mulheres que, inicialmente, não estão infectadas pelo Zika. A partir desse acompanhamento, os especialistas irão comparar os resultados das mães que forem infectadas durante a gestação, e também das que não forem infectadas pelo vírus. A ideia é verificar as consequências dessa infecção para os fetos, nos casos positivos. Depois do parto, os bebês serão monitorados durante um ano. Participarão do estudo mulheres com idade acima de 15 anos de idade, que serão acompanhadas a partir do primeiro trimestre de gravidez. No Brasil, o trabalho será realizado com moradoras dos municípios do Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE) e Ribeirão Preto (SP).
Além do Brasil e Porto Rico, serão monitoradas gestantes da Colômbia, além de outras regiões onde há circulação do Zika. O acompanhamento será realizado mensalmente durante o pré-natal, além de exames que serão realizados semanalmente, por até seis semanas após o parto. Além de exames físicos, as grávidas terão amostras de sangue, urina, saliva e secreções vaginais coletadas. Os recém-nascidos serão avaliados 48 horas após o nascimento, e novamente aos três, seis, nove e 12 meses.
A análise será feita pela comparação dos resultados das gestações entre mães infectadas e não infectadas por Zika. Todas as informações relatadas durante o estudo serão documentadas, como a frequência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, ocorrência de microcefalia, malformações do sistema nervoso e outras complicações. O estudo também vai comparar o risco de complicações na gravidez entre mulheres que tiveram sintomas de infecção por Zika e aquelas que foram infectadas, mas não apresentaram sintomas. Além disso, avaliará as alterações causadas pela infecção em embriões e fetos, e a forma com que outros fatores podem interferir, como determinantes sociais, ambientais e a ocorrência de outras infecções, como casos prévios de dengue.
No Brasil, além da Fiocruz, outras instituições estarão envolvidas, como os Institutos Nacionais da Saúde (NIH).
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
(61) 3315.3580 / 3435

terça-feira, 21 de junho de 2016

Projeto Família Grávida orienta gestantes durante o pré-natal no Hospital Maternidade Maria Amélia

20/06/2016 15:35:00  » Autor: Anna Beatriz Cunha / Fotos: Ricardo Cassiano

O hall do setor ambulatorial do Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio, é transformado às quartas-feiras em um espaço de discussão multiprofissional para grávidas e seus familiares. Enquanto aguardam atendimento das consultas do pré-natal, as gestantes participam do projeto Família Grávida, que transmite informações sobre os principais assuntos relacionados à gravidez, ao parto, ao puerpério e ao bebê.


A enfermeira e coordenadora do Laboratório, Admissão e Alojamento Conjunto, Michele Mendes, explicou que o Família Grávida é um espaço de discussão e esclarecimentos de dúvidas importante durante a gravidez:

- A ideia do projeto surgiu da percepção do tempo de espera do atendimento. A ideia era colocar alguma atividade para passar o tempo mais rápido. O objetivo é alcançar toda a família: pai, avó, tio, filho, sem limitação de acompanhantes, em um espaço aberto de perguntas e esclarecimento de dúvidas. Quando as gestantes têm informações sobre determinados assuntos, elas se sentem mais seguras na hora de certos procedimentos.

Desde que foi criado em 2014, o projeto já atendeu mais de 800 gestantes e seus acompanhantes, como o casal Valéria Passos, 25 anos, e Rodrigo de Souza, de 28. Enquanto aguardavam para o pré-natal do quarto filho, eles observavam atentamente a palestra do Serviço de Epidemiologia sobre a importância das vacinas nas gestantes e nos recém-nascidos.


- Gostei muito das explicações que recebemos aqui. Por mais que seja o quarto filho, sempre temos algo a aprender. Ainda mais nesse momento preocupante de zika e da gripe H1N1. É sempre bom estarmos relembrando de todos os cuidados que precisamos. É importante para a saúde da mãe e do bebê também – disse Valéria.

A ideia do projeto é fazer com que as gestantes se sintam acolhidas, com ações de prevenção e promoção em saúde, com foco na qualidade de vida da família que espera um bebê. Semanalmente, equipes de diversas especialidades assistenciais da maternidade, tais como Enfermagem, Obstetrícia, Pediatria, Anestesia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Epidemiologia, Fisioterapia e Fonoaudiologia são incumbidas de promover palestras no local.

Responsável pela palestra de imunização do Serviço de Epidemiologia, a enfermeira Mercedes Neto explica que a ideia do Família Grávida é levar o máximo de informação às grávidas e seus familiares:

- Trabalhamos sempre com a temática da prevenção. Como o público é do pré-natal, levamos mais informações sobre as doenças preocupantes para as gestantes e a importância da imunização. Prezamos muito o acesso à informação. O projeto é uma ação que faz parte das nossas competências, que é educação e saúde.

Ao final de cada encontro, é realizado um sorteio com as participantes para a entrega de um brinde. No encontro sobre a importância das vacinas, a contemplada foi Nayara Dutra, de 20 anos, grávida de 9 meses do primeiro filho, que ganhou um kit com sabonetes.


- Estou fazendo todo o meu pré-natal aqui e gostando muito. Essa ideia de ocupar nosso tempo enquanto esperamos para a consulta médica é fantástica. Nada mais tedioso do que um consultório médico e essa forma de ocupar nosso tempo com informação é muito bem recebida. Como marinheira de primeira viagem, é sempre bom adquirir informações para mim e para minha filha – destacou Nayara, na companhia do marido Maurício de Oliveira, de 27 anos.

Inaugurado em maio de 2012, o Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, que é referência na realização de parto humanizado, completou quatro anos com a marca de mais de 18 mil partos realizados na unidade. Só no ano passado, 5.400 bebês chegaram ao mundo na maternidade.

A maternidade, que fica na Rua Moncorvo Filho, 67, integra a rede do Programa Cegonha Carioca, projeto pioneiro implantado em 2011, que tem como objetivo humanizar e garantir o melhor cuidado para mãe e para o bebê – desde o pré-natal até o parto, para reduzir a mortalidade materno-infantil e incentivar a realização de exames pré-natal.


segunda-feira, 13 de junho de 2016

SUS oferece tratamento para quem deseja parar de fumar

cigarronoDepois de 22 anos como tabagista, a garçonete Eliete Alves da Costa Barros, 46 anos, decidiu que era hora de parar de fumar.
“Foi há 09 anos atrás que eu vi meu marido doente com problema no coração e decidi que era preciso tomar uma atitude. Fumar em casa estava prejudicando ele também.  Na época eu fumava duas cartelas e meia de cigarros todos os dias. Eu sentia muito cansaço e era um pigarro na garganta o tempo todo”, conta.
Quem fuma pode ficar dependente da nicotina, substância  tóxica presente no tabaco que provoca uma série de doenças graves e fatais, como vários tipos câncer e complicações cardiorrespiratórias.Essa dependência química causada pela nicotina do cigarro e outros produtos como cachimbo, charutos, narguilé e outros é reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde desde 1997.  Além da nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono também são exemplos das cerca de 4.720 substâncias tóxicas existentes na fumaça do cigarro que trazem risco à saúde.
O tabagismo ainda pode provocar o desenvolvimento de outras complicações, como tuberculose, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata.
Tratamento
No Brasil, existe desde 2004 um tratamento para ajudar as pessoas que querem parar de fumar, mas não conseguem. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas de Saúde e nos Hospitais. Foi com esse apoio do SUS que  Eliete colocou em prática a vontade que tinha de deixar o vício:

“Sempre digo que exige muita força de vontade de quem fuma, mas o empenho do pessoal do posto médico foi fundamental. Eles insistiram comigo e isso fez diferença. Eu comecei o primeiro tratamento, não dei conta e desisti. Na segunda vez só que consegui. Ia aos grupos toda semana e tomei o medicamento durante pouco tempo”, explica a garçonete.
O tratamento completo disponível no SUS envolve métodos que vão desde o aconselhamento até o uso de medicamentos. O tabagista terá acesso a informações, reuniões de apoio, consultas para acompanhamento da saúde e acompanhamento psicológico, se necessário. Caso haja a indicação de apoio medicamentoso, está disponível a terapia de reposição de nicotina, goma de mascar, pastilha e cloridrato de bupropiona. O uso de medicamentos é um recurso adicional no tratamento e deve ser usado, se possível, juntamente com os serviços de apoio, embora eficazes se administradas separadamente. O uso desses medicamentos pode dobrar as chances de um fumante parar de fumar, mas só devem ser usados com acompanhamento profissional.
As informações sobre os locais de atendimento e horários disponíveis de tratamento podem ser encontradas nas unidades de atenção básica e nos hospitais próximos de casa ou do trabalho. O Disque Saúde no número 136 também oferece informações sobre como parar de fumar.
Decisão
O primeiro passo para abandonar o tabagismo é decidir, de forma concreta, quando será o primeiro dia sem cigarro. É importante fazer dessa data uma ocasião especial, com uma programação agradável para conseguir se distrair e relaxar.  Evite tomar essa decisão em situações que, no geral, possam induzir naturalmente a fumar , como uma festa com os amigos fumantes ou situações onde estará estressado ou ansioso.
“Eu ia nas reuniões, me informava, buscava ir ao médico pra ver como estava a minha saúde. Um conselho que dou pra qualquer pessoa que queira parar de fumar é que tenham força de vontade! Busquem apoio, ajuda, para ter forças”, reforça Eliete. 
 
 Para mais informações sobre Como Deixar de Fumar acesse:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa-nacional-controle-tabagismo/tratamento-do-tabagismo
Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

quarta-feira, 8 de junho de 2016

08/06 - Reunião Científica Enfermagem Obstétrica UFRJ na MMABH


Hoje o Serviço de Epidemiologia da MMABH participou da Reunião Científica das Residentes de Enfermagem Obstétrica da UFRJ, com discussão sobre imunização em gestantes e puérperas. O diálogo foi direcionado para os benefícios do calendário de vacinação proposto pelo MS para as gestantes e o feto, e porque estas vacinas são utilizadas pelo serviço.



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ministério da Saúde confirma 1.489 casos de microcefalia no país

Desde o início das investigações, em outubro de 2015, foram notificados 7.723 casos suspeitos, sendo que 3.072 foram descartados e 3.162 permanecem em investigação 
O novo informe epidemiológico divulgado, nesta quarta-feira (1º), pelo Ministério da Saúde confirma 1.489 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita em todo o país. O novo boletim é referente à semana epidemiológico nº 20, que corresponde até o dia 28 de maio. O Informe reúne informações encaminhadas semanalmente pelas secretarias estaduais de saúde.
No total, foram notificados 7.723 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 3.162 permanecem em investigação. Outros 3.072 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia e ou malformações confirmadas por causa não infecciosas ou não se enquadrarem na definição de caso.

Os 1.489 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 539 municípios, localizados em 25 unidades da federação. Desses casos, 223 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika. O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.

Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 294 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Destes, 63 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 192 continuam em investigação e 39 foram descartados.

O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral. 

A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 28 de maio de 2016


Regiões e Unidades Federadas
Casos de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção congênita
Total acumulado1 de casos notificados de 2015 a 2016
Em investigação
Confirmados2,3
Descartados4
Brasil
3.162
1.489
3.072
7.723
Alagoas
63
72
165
300
Bahia
647
249
211
1.107
Ceará
186
110
194
490
Maranhão
80
126
55
261
Paraíba
311
129
442
882
Pernambuco
491
358
1.133
1.982
Piauí
11
85
71
167
Rio Grande do Norte
253
113
62
428
Sergipe
114
77
43
234
Região Nordeste
2.156
1.319
2.376
5.851
Espírito Santo
88
12
49
149
Minas Gerais
54
3
55
112
Rio de Janeiro
275
64
116
455
São Paulo
198a
8b
123
329
Região Sudeste
615
87
343
1.045
Acre
21
0
17
38
Amapá
2
8
1
11
Amazonas
11
4
5
20
Pará
29
1
0
30
Rondônia
4
4
7
15
Roraima
9
8
7
24
Tocantins
93
11
33
137
Região Norte
169
36
70
275
Distrito Federal
4
5
35
44
Goiás
63
14
59
136
Mato Grosso
118
16
93
227
Mato Grosso do Sul
2
2
14
18
Região Centro-Oeste
187
37
201
425
Paraná
6
4
27
37
Santa Catarina
1
1
5
7
Rio Grande do Sul
28
5
50
83
Região Sul
35
10
82
127
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 28/05/2016).

1. Número cumulativo de casos notificados que preenchiam a definição de caso operacional anterior (33 cm), além das definições adotadas no Protocolo de Vigilância (a partir de 09/12/2015) que definiu o Perímetro Cefálico de 32 cm para recém-nascidos com 37 ou mais semanas de gestação e demais definições do protocolo. 
2. Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus Zika em testes laboratoriais. 
3. Foram confirmados 223 casos por critério laboratorial específico para vírus Zika (técnica de PCR e sorologia). 
4. Descartados por apresentar exames normais, por apresentar microcefalia e/ou malformações congênitas confirmada por causas não infecciosas ou por não se enquadrar nas definições de casos.

a)    Conforme informado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo 198 casos se encontram em investigação para infecção congênita. Desses, 39 são possivelmente associados com a infecção pelo vírus Zika, porém ainda não foram finalizadas as investigações.
b)    01 caso confirmado de microcefalia por Vírus Zika em recém-nascido com local provável de infecção em outra UF.

Da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 / 2351