Comparação é entre abril e maio deste ano. Mesmo com diminuição dos casos, o Ministério da Saúde recomenda a manutenção das medidas preventivas
A transmissão da dengue no mês maio foi 68% menor na comparação com o mês de abril. Novo boletim da dengue, divulgado nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde, mostra que em abril foram registrados 348,2 mil casos contra 111,1 mil em maio. Com a chegada do inverno, a tendência é de continuar a redução dos casos da doença. Entretanto, o Ministério da Saúde reforça que as medidas de prevenção devem ser mantidas durante todo o ano.
Até o dia 30 de maio, foram registrados 1 milhão de casos prováveis de dengue. A região Centro-Oeste apresentou a maior incidência de casos, com 787,9/100 mil habitantes (119.912 casos); seguida pelas regiões Sudeste, com 775,3/100 mil habitantes (659.900 casos); Nordeste, com 288,4/100 mil habitantes (162.053 casos); Sul, com 187,7/100 mil habitantes (54.473 casos); e Norte, com 142,9/100 mil habitantes (24.666 casos). O Ministério da Saúde também foi notificado de 378 óbitos e 314 casos graves no mesmo período de 2015.
Na comparação com 2014, quando foram notificados 411,2 mil casos, o número de dengue representa um aumento de 148%. Já na comparação com 2013 - no mesmo período - quando foram registrados 1,3 milhões de casos, a redução é de 22%. Com relação aos óbitos, o número deste ano representa um aumento de 33% na comparação com os 285 óbitos de 2014, e uma redução de 23,5% na comparação com 2013, quando foram registradas 494 mortes, neste mesmo período.
Em audiência pública no Senado Federal nesta terça-feira (10), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou a importância das medidas de prevenção, tanto por parte do governo federal, gestores locais (estados e municípios) como da sociedade. “É muito importante que a população, os agentes de saúde e as autoridades mantenham as atividades. Mesmo, agora, que o número de casos diminuiu, é preciso manter o controle dos vetores. Os 15 minutos por semana fazendo check list no quintal de casa é uma medida de fundamental importância”, advertiu o ministro.
Arthur Chioro lembrou que o Ministério da Saúde estimula estados e municípios a realizarem planos de contingência, o que inclui o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). “Os municípios que atenderam a solicitação do Ministério para adotar essas medidas de prevenção tiveram uma maior capacidade de enfrentamento à epidemia, com a redução dos casos da doença”, observou o ministro.
AÇÕES - Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Ministério da Saúde repassou, em janeiro, um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros. A verba é exclusiva para qualificação das ações de combate aos mosquitos transmissores da dengue e do chikungunya, o que inclui a contratação de agentes de vigilância. Do total repassado, R$ 121,8 milhões foram para secretarias municipais de saúde e R$ 28,2 milhões às secretarias estaduais. A verba adicional não possui caráter permanente. Os recursos para a doença são repassados via Fundo Variável de Vigilância em Saúde e o valor representa um subsídio de 12% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde, de R$ 1,25 bilhão.
O Ministério da Saúde também LIRAa, instrumento que serve para traçar um panorama da situação da dengue em todo país, partindo das informações de cada município. A ideia é que essas informações sirvam para os gestores locais direcionarem, com mais precisão, as medidas de prevenção, combate e controle da doença, uma vez que o levantamento indica os locais com mais criadouros do mosquito. Neste ano, 1.844 municípios participaram do levantamento, um aumento de 26,3% em relação ao ano passado.
Também foram realizadas reuniões macrorregionais para discutir, com os gestores e técnicos das secretarias estaduais e municipais de saúde, estratégias de combate e prevenção à dengue. Outra medida para controle da dengue foi a elaboração do Plano Nacional de Contingência da Dengue e Chikungunya, disponível para estados e municípios com reforço nas orientações.
Por Carlos Américo, da Agência Saúde
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