segunda-feira, 28 de julho de 2014

Infecções por HIV caem no mundo, mas crescem no Brasil, diz ONU

HIV
Dados divulgados nesta quarta-feira (16) pela Unaids, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, apontam que o índice de novos infectados pelo vírus no Brasil subiu 11% entre 2005 e 2013, tendência contrária aos números globais, que apresentaram queda.
No mesmo período, a quantidade de casos no mundo caiu 27,5%, de 2,9 milhões, em 2005, para 2,1 milhões, em 2013. Desde 2001, a queda foi de 38%. As informações estão em um novo relatório que analisa o impacto da Aids no planeta.
As mortes relacionadas com o vírus registraram queda de mais de um terço na última década. Em 2013, 1,5 milhão de pessoas morreram vítimas da doença, uma queda de 11,8% em comparação com 1,7 milhão de mortes em 2012, segundo os números da ONU. Além disso, o número representa uma queda de 35% na comparação com as 2,4 milhões de mortes registradas em 2004 e 2005.
“Terminar com a epidemia da Aids é possível’, afirmou Michel Sidibe, diretor Unaids. “Restam cinco anos para estabelecer os objetivos, que foram cumpridos até agora. Os próximos cinco anos serão decisivos para os próximos 15″, completou.
O relatório destaca que 35 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2013, um número um pouco superior aos 34,6 milhões de 2012. “Dos 35 milhões de pessoas que vivem com o HIV no mundo, 19 milhões não sabem que são soropositivos”, disse o diretor da Unaids.
Dados do Brasil
Segundo o relatório da ONU, o Brasil tinha 730 mil pessoas com Aids vivendo no país em 2013, número que representa 2% do total mundial. Estima-se que 44 mil pessoas tenham contraído o HIV apenas no ano passado, montante que também representa 2% do total global.
O documento não apresenta a quantidade de casos existentes em 2005, apenas o percentual comparativo.
Os dados das Nações Unidas afirmam que 16 mil pessoas com HIV morreram no ano passado e que 327.562 pessoas utilizavam antirretrovirais.
Em relação à América Latina, 47% dos novos casos registrados no ano passado surgiram no Brasil, sendo o México o segundo país com mais contaminações novas.
De acordo com a ONU, os grupos particularmente vulneráveis a novas infecções são transsexuais, homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e seus clientes, além de usuários de drogas injetáveis.
No fim do ano passado, o Ministério da Saúde havia divulgado que o país tinha cerca de 700 mil pessoas infectadas pelo vírus, sendo que 39 mil descobriram estar contaminadas em 2013. Além disso, o governo informou que 300 mil pessoas estavam em tratamento em 2013.
África, o continente mais afetado
A África continua sendo o continente mais afetado pela doença, com 1,1 milhão de mortos em 2013, 1,5 milhão de novas infecções e 24,7 milhões de africanos que vivem com o HIV.
África do Sul e Nigéria encabeçam a lista de países mais afetados, e a Unaids recorda que na África Subsaariana ainda é muito difícil o acesso às camisinhas: cada indivíduo sexualmente ativo tem acesso a apenas oito preservativos por ano, em média.
A América Latina tinha 1,6 milhão de soropositivos em 2013 (60% deles, homens) e o número de novos infectados permaneceu estagnado, com um recuo de apenas 3% entre 2005 e 2013. Na Ásia, os países que mais preocupam são Índia e Indonésia, onde as infecções aumentaram 48% desde 2005.
O relatório da Unaids destaca os avanços no acesso aos tratamentos antirretrovirais, com 12,9 milhões de pessoas atendidas em 2013, contra apenas 5,2 milhões em 2009. Mas o importante avanço é inferior à meta da ONU, que espera 15 milhões de atendidos em 2015.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu recentemente mais esforços para tratar em particular os homens que têm relações sexuais com homens, as pessoas transgênero, detentos, profissionais do sexo e usuários de drogas.
“Para garantir que ninguém ficará para trás, nós temos que diminuir a brecha entre as pessoas que podem ser atendidas e as que não, entre as que estão protegidas e as que são castigadas”, disse o diretor da Unaids.
O dinheiro destinado ao combate da Aids subiu de US$ 3,8 bilhões em 2002 para US$ 19,1 bilhões em 2013, mas está longe do objetivo da ONU de arrecadar entre US$ 22 e 24 bilhões em 2015.
Fonte: G1

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Acordo de metas: SMS debate redução da mortalidade materna



Foram publicadas no Diário Oficial do dia 24 de junho as Metas e os Indicadores de Desempenho para exercício 2014, que integram o Acordo de Resultados entre a Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Saúde. Agora, líderes cariocas e ocupantes de cargos estratégicos deverão, em 30 dias, ter suas metas individuais publicadas em D.O, nos moldes do exercício 2013. São algumas das metas: atingir mortalidade infantil de 11 por mil nascidos vivos em 2014 e a mortalidade materna de 56,7 por 100 mil nascidos vivos.
Para discutir estratégias dos principais problemas no pré-natal e reforçar a importância da padronização das práticas assistenciais, a Secretaria Municipal de Saúde realizará no dia 30 de julho, um ciclo de debates sobre a identificação do risco no pré-natal e o impacto da investigação na redução da mortalidade materna. Os profissionais pretendem analisar as consequências da morte materna e como evitá-la.
Mortalidade materna é a morte da mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, relacionada a qualquer causa ligada à gravidez. A SMS implementou nos últimos anos várias ações visando à redução da mortalidade materna. O ciclo de debates constitui um espaço de discussão e elaboração de estratégias coletivas no enfrentamento dessa questão. Incremento e qualificação dos processos de investigação e análise dos óbitos; qualificação do atendimento pré-natal e rastreio com diagnóstico precoce da sífilis na gestação e implementação de todos os componentes do Programa Cegonha Carioca serão alguns dos assuntos discutidos no encontro.
O ciclo de debates é um dispositivo da Agenda de Educação Permanente da Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde, com temas relevantes para a qualificação dos profissionais da rede de atenção. Esta edição é coordenada pelas gerências do Programa de Saúde da Mulher e Técnica de Dados Vitais e pela Coordenação de Educação em Saúde.
Cada unidade poderá inscrever um profissional que atue na assistência ao pré-natal para participar do evento. O encontro acontece na sede da Associação Brasileira de Odontologia, na Rua Barão de Sertório, 75, no Rio Comprido, das 13h30 às 17h.
 
Fonte: ASCON-SMS/RJ

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tratamento de HIV/Aids do Brasil salva mais que média global

2010-02-05_brasil-participa-de-campanha-mundial-contra-a-aids_ggDesde a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2000, as mortes por HIV/Aids e tuberculose no Brasil caíram a taxas maiores do que a média global, indica um estudo divulgado nesta terça-feira.
Além disso, o número anos de vida salvos graças ao acesso a tratamento e prevenção ficou acima do registrado em países em desenvolvimento, segundo a pesquisa.
De acordo com o relatório, publicado na revista científica The Lancet e divulgado na Conferência Internacional sobre Aids, que ocorre em Melbourne, na Austrália, as mortes em decorrência do HIV no Brasil caíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, maior do que os 1,5% registrados globalmente.
Nos casos de mortes por tuberculose, a taxa anual de queda foi de 4,5% desde 2000, acima da média global de 3,7%.
No cálculo dos anos de vida salvos graças ao acesso a terapia antirretroviral, programas para prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho e a promoção do uso de camisinhas, o Brasil atinge um índice de 0,37, em uma escala que vai de 0,07, para países em pior situação, até 0,49, em países muito ricos.
“O desempenho do Brasil está acima do registrado em outros países em desenvolvimento, que foi de 0,28 a 0,35″, disse à BBC Brasil um dos co-autores do estudo, Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da USP.
De acordo com o estudo, entre 1990 e 2003, mais de 230 mil anos de vida foram salvos no Brasil graças ao acesso à prevenção e tratamento. De 2004 a 2008, foram mais de 450 mil anos. E de 2009 a 2013, quase 682 mil anos.
Em todo o mundo, foram 20 milhões de anos de vida salvos desde 1990, mas o autor principal do estudo, Christopher Murray, alerta que a qualidade dos programas de tratamento e prevenção do HIV/Aids ainda tem grandes variações de acordo com a região do planeta e diz que ainda há muito a ser feito para avançar no combate à doença.

Objetivos do Milênio

O estudo foi conduzido por um grupo internacional de cientistas e coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington, nos EUA. Com a análise do Global Burden of Disease 2013 (Carga Global de Doenças) é possível verificar a incidência e mortalidade por HIV, tuberculose e malária em 188 países de 1990 a 2013.
Segundo os pesquisadores, o ritmo do declínio global no número de mortes e infecções das três doenças passou a ser mais forte a partir de 2000, com a adoção dos Objetivos do Milênio por governos ao redor do mundo. O objetivo número 6 é combater a propagação dessas doenças e garantir acesso universal ao tratamento. O prazo para o cumprimento dos objetivos vai até 2015.
“A única coisa que acho que o Brasil não irá cumprir é em relação a mortalidade materna”, diz Lotufo. “(Dos outros Objetivos do Milênio) O Brasil está alcançando tudo. O que significa que está cumprindo com a obrigação. Nada mais que isso.”
No Brasil, as mortes em decorrência do HIV caíram de um pico de mais de 17 mil em 1996 para pouco mais de 10 mil em 2013, sendo 7.912 mortes de homens e 2.305 de mulheres.
Globalmente, no pico da epidemia, em 2005, o HIV causou 1,7 milhão de mortes. A incidência global de HIV atingiu seu ponto mais alto em 1997, com 2,8 milhões de novas infecções. Desde então, vem declinando. Em 2013, foram 1,3 milhão de mortes e 1,8 milhão de novas infecções em todo o mundo.
“O que chamou mais a atenção no Brasil, que já começou com os dados da Unaids divulgados na semana passada, foi que a incidência da doença está estável”, afirma Lotufo.
“A mortalidade caiu bem, mas estamos temos uma situação de estabilidade em relação a novos casos.”

Tuberculose e malária

Os cientistas concluíram que o sucesso no combate ao HIV também teve impacto positivo sobre a luta contra a tuberculose. Depois de aumentar globalmente a uma taxa anual de 0,4% entre 1990 e 2000, a incidência global da doença começou a cair a uma taxa de 1,3% até 2013.
A maior rapidez e eficácia no tratamento tem reduzido a duração de infecções por tuberculose globalmente. No entanto, os pesquisadores alertam que o envelhecimento da população levará a um número maior de casos e mortes.
No Brasil, 4.184 homens e 1.604 mulheres morreram vítimas da doença no ano passado.
No caso da malária, de 2000 a 2013 o Brasil reduziu a taxa de mortalidade em uma média de 9,2% ao ano, com 71 mortes em 2013.
Em termos globais, a epidemia de malária teve seu pico no início dos anos 2000, com 232 milhões de casos em 2003 e 1,2 milhão de mortes em 2004. Em 2013, foram 164,9 milhões de casos e 854.566 mortes por malária no mundo.
Segundo outro co-autor do relatório, Alan Lopez, da Universidade de Melbourne, além de documentar o impressionante progresso no combate às três doenças, o estudo representa um alerta de que ainda há muito o que fazer. “HIV, tuberculose e malária ainda causam cada uma cerca de 1 milhão de mortes por ano no mundo”, salienta.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

18/07/2014 - 02 Anos do Serviço de Vigilância Epidemiológica da MMABH

A Vigilância Epidemiológica é responsável por acompanhar o comportamento das doenças na sociedade. No espaço de atuação hospitalar, a vigilância é da comunidade atendida e assistida pelo corpo de profissionais de saúde, reunindo informações com objetivo de conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença.
 
Este serviço, na MMABH, implantou-se em 18 de julho de 2012, com a proposta de prevenção dos agravos pertinentes ao público-alvo, por meio das investigações epidemiológicas, e promoção da saúde dos usuários, com ações locais em saúde, e informações sobre qualidade de vida.
 
Desde então, a equipe da Epidemiologia, em parcerias multiprofissionais na MMABH, realiza ações locais de saúde, além das investigações epidemiológicas. São 02 anos de busca ativa dos casos e difusão de informações com o intuito de prevenção de agravos, promoção da saúde e qualidade de vida aos nossos usuários!
 
Feliz Aniversário Serviço de Vigilância Epidemiológica da MMABH!!!
 
 


quinta-feira, 10 de julho de 2014

SUS incorpora teste do coraçãozinho à triagem neonatal

recem nascidoO Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, no mês de maio, a determinação de que em todas as maternidades da rede pública de saúde deve ser realizada a oximetria de pulso – Teste do Coraçãozinho –, como parte da triagem neonatal no Sistema Único de Saúde (SUS). Na triagem, a oximetria de pulso deve ser realizada no braço direito do recém-nascido e em uma das pernas. O exame já era oferecido em algumas maternidades da rede pública de saúde e, agora, se junta aos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho, feitos de forma universal nos recém-nascidos para identificar doenças e tratá-las precocemente.
O exame detecta a saturação de oxigênio no sangue e pode identificar cardiopatias (problemas de coração) críticas. “No Teste do Coraçãozinho, se a taxa de oxigênio estiver abaixo do valor normal, 95% em ambas as medidas (braço e perna) e diferença menor que 3% entre as medidas do braço em comparação com a da perna, existe a possibilidade de que o recém-nascido tenha cardiopatia. O teste é uma triagem e o recém-nascido que apresentar alterações deverá realizar o ecocardiograma e não receber alta até que o diagnóstico seja esclarecido”, explica a pediatra Tatiana Coimbra, coordenadora-adjunta de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.
A pediatra ressalta que diagnosticar a cardiopatia em recém-nascidos aumenta as chances da eficácia do tratamento, que na maioria das vezes, é cirúrgico. “E isso diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar a óbito ainda no primeiro mês de vida”, esclarece.

Fonte : Blog da Saúde

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Mortalidade materna cai 1,7% no Brasil

O Brasil é o quarto país mais lento na redução da mortalidade materna, segundo relatório coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e divulgado nesta segunda-feira (30) na África do Sul. O trabalho foi feito com base na análise das taxas entre 2000 e 2013 de 75 países participantes do Objetivos do Milênio.
No período, o Brasil teve um desempenho equivalente ao de Madagascar, com queda anual média de 1,7% na taxa de mortalidade materna. A marca está bem abaixo da média de todo o grupo, que foi de 3,1% ao ano.
Em 2013, a taxa de brasileiras que morreram na gestação, no parto ou em decorrência de suas complicações foi equivalente a 69 a cada 100 mil nascimentos. Isso representa quase o dobro da meta assumida nos Objetivos do Milênio – chegar em 2015 com, no máximo, 35 mortes a cada 100 mil nascimentos. O Brasil já assumiu que não vai conseguir atingir a marca. O país, porém, não está sozinho.
Preparado pela Parceria para a Saúde Materna, de Recém-Nascidos e Crianças (PMNCH), grupo formado por mais de 560 organizações, o relatório mostra que poucos países vão atingir o compromisso de redução de mortalidade relacionadas à gravidez e ao parto. Do total, apenas 11 conseguiram diminuir a taxa a um ritmo de pelo menos 5,5% por ano.
Para dar dimensão do que isso significa, o risco de uma mulher morrer nos países avaliados por causas relacionadas ao parto e à gestação é de 1 para 66. Nos países com alto desenvolvimento, o risco é de 1 para 3,4 mil.

Novas estratégias

O relatório, divulgado no início do Fórum do PMNCH, em Johannesburgo, alerta sobre a necessidade de se definir estratégias que acelerem avanços nas saúdes materna, infantil e neonatal.
“Precisamos renovar e redobrar nossos esforços em áreas-chave, onde o progresso vem sendo menor”, dizem os autores do documento. Eles reforçam a necessidade de se evitar que, esgotado o prazo definido nos Objetivos do Milênio, o ânimo para se alcançar as metas diminua. A mensagem é: o trabalho está inacabado, mas os objetivos são possíveis de serem alcançados. “O fim de 2015 vai inaugurar uma nova era da saúde global.”
Entre os pontos considerados essenciais pelos autores do trabalho estão a melhoria do acesso a métodos contraceptivos, fundamentais para garantir o planejamento familiar; a garantia da assistência, feita com profissionais preparados e equipados adequadamente, tanto na gestação quanto nas fases pré e pós-parto; a redução de índices de doenças como diarreia e pneumonia e o combate a altos índices de desnutrição.
 
* A jornalista viajou a convite do Fórum da Parceria para a Saúde Materna, de Recém-Nascidos e Crianças

Fonte: UOL