segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Um Sorriso Muda Tudo - Operação Sorriso!

Dias de seleção dos pacientes: 8 e 9 de outubro de 2013
Local: Policlínica Piquet Carneiro
Endereço: Avenida Marechal Rondon, 381 - São Francisco Xavier-RJ
Horário: a partir das 8h
Datas das cirurgias: de 12 a 16 de outubro de 2013
Local: Hospital Pedro Ernesto (Avenida 28 de Setembro, 77 - Vila Isabel)
Informações: (21) 8515-8307
 
OSBA ONG internacional Operação Sorriso reunirá cerca de 80 profissionais da área médica para realizar um programa humanitário no Rio de Janeiro. A equipe médica reúne especialistas voluntários de diversos países para oferecer cerca de 100 vagas para cirurgias corretivas gratuitas em pacientes portadores de fissuras labiopalatinas (conhecidas também como lábio lascado, lábio leporino, fenda palatina ou goela de lobo). A seleção dos pacientes será realizada nos dias 8 e 9 de outubro de 2013, na Policlínica Piquet Carneiro (que fica na Avenida Marechal Rondon, 381 - bairro São Francisco Xavier-RJ), a partir das 8h. Já as cirurgias acontecerão, entre os dias 12 a 16 de outubro, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Avenida 28 de setembro, 77 - Vila Isabel). As informações podem ser obtidas por meio do telefone (21) 8515-8307 ou www.operacaosorriso.org.br.
Para participar não é necessário fazer pré-inscrição, apenas comparecer ao local nos dias indicados levando documentos. Pacientes e mais uma familiar que residam fora do município podem solicitar no dia por hospedagem gratuita, oferecida pela Marinha do Brasil. A ONG oferece também transporte até o hospital e alimentação sem custo. "A preocupação da Operação Sorriso no mundo inteiro é realizar um programa humanitário com qualidade. Vamos receber pessoas que precisam de ajuda e queremos que se sintam acolhidas. Para isso, montamos uma grande estrutura de recepção aos pacientes e seus familiares, onde contamos com a Marinha do Brasil no apoio à logística e alojamento", explica Clóvis Brito, vice-presidente para desenvolvimento de negócios internacionais da Operação Sorriso.
Ao todo, cerca de 80 voluntários virão do mundo inteiro para a missão do Rio de Janeiro. Os colaboradores pertencem a diferentes especialidades como cirurgia plástica, enfermagem, anestesia, psicologia, ortodontia, fonoaudiologia, pediatria etc. "A ideia é operar, e capacitar centros locais. As crianças que não forem atendidas serão encaminhadas para o serviço local, atingindo a população com resultados mais permanentes", enfatiza Luciana Glaser, coordenadora Nacional de Programas da OSB.
O programa humanitário será realizado em parceria com as empresas abaixo:
 
Obs.: Não é necessário fazer pré-inscrição para pleitear a cirurgia, apenas comparecer ao local informado acima no dia da triagem dos pacientes.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Paracoco: uma endemia brasileira - Documentário em 03/10, na FIOCRUZ!

No dia 3 de outubro, às 14 horas, será lançado, no auditório do Museu da Vida, no campus de Manguinhos, o documentário Paracoco: uma endemia brasileira, que aborda os aspectos sociais e epidemiológicos da enfermidade. A produção tem como objetivo tornar mais conhecida a paracoccidioidomicose, doença endêmica e negligenciada na América Latina, mais frequente nas populações rurais, que pode causar a morte se não detectada precocemente. Em muitos casos, é confundida com tuberculose, pois pode apresentar tosse persistente como único sintoma aparente.

O filme é uma parceria entre três unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict).

Segundo Ziadir Coutinho, pesquisador da ENSP/Fiocruz e um dos organizadores do filme, a produção é um projeto contemplado por edital de apoio, promovido pela Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, e, em breve, estará disponível para todos os interessados. Serão produzidas 400 cópias, distribuídas pela VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz, para instituições vinculadas ao SUS e a entidades da sociedade civil, principalmente as representativas dos trabalhadores rurais.

“A Paracoccidioidomicose só existe na América Latina, e o Brasil detém 80% dos casos. Por conta disso, denominamos o vídeo Paracoccidioidomicose: uma endemia brasileira. A produção reúne três instituições da Fiocruz (ENSP, Ipec e Icict), e conseguimos ainda o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde do Paraná e de Rondônia”, explicou Ziadir.

Para a composição do conteúdo do produto, foram gravadas entrevistas com profissionais de saúde e portadores da doença, além de imagens de trabalho rural. Com 24 minutos de duração, o filme foi rodado em quatro estados do país, em diversas locações: 1) no campus da Fiocruz, que possui um ambulatório, no Ipec, com mais de 60 anos de experiência em tratamento da doença; 2) em Paty do Alferes (RJ) e em Botucatu (SP), dois importantes polos da doença no país; 3) na periferia de Curitiba, no Paraná – o primeiro estado a dar atenção especial à doença, transformando a paracoco em uma doença de notificação compulsória; 4) em Rondônia, considerado atualmente o epicentro da micose no Brasil, com a mais alta taxa de mortalidade.

Classificada como negligenciada, a doença não é contagiosa e tem cura, mas causa graves sequelas, inclusive a morte, se não for diagnosticada e tratada precocemente. É muito mais comum em homens em idade produtiva, entre 30 e 50 anos. Em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois também pode apresentar-se apenas como um sintomático respiratório com tosse persistente. Alguns de seus principais sintomas são: feridas na boca, garganta e nariz; emagrecimento e fraqueza; rouquidão; falta de ar; perda dos dentes; e ínguas (caroços, gânglios) no pescoço ou na virilha.

A paracoccidioidomicose possui duas apresentações clínicas básicas, a forma tipo adulto e a forma tipo juvenil, que é mais rara. O indivíduo pode ter contato com o fungo e manifestar a doença imediatamente ou muito tempo depois, podendo ficar inativo no organismo. O fungo, contraído por meio da respiração, vive no solo das plantações. Por isso, a paracoccidioidomicose aparece principalmente entre trabalhadores rurais, marceneiros, jardineiros, tratoristas, pequeno trabalhadores rurais etc. Vale lembrar que a doença não é contagiosa, nem transmitida por alimentos ou objetos de uso pessoal.

O diagnóstico e tratamento estão disponíveis em algumas unidades da rede pública, e os medicamentos mais usados devem ser distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os doentes também podem ter acesso ao diagnóstico e tratamento por meio do Programa de Saúde da Família. No Rio de Janeiro, o Ipec/Fiocruz é um dos centros de referência para a doença.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

MMABH no Jornal GLOBO....Matéria Jornalistíca de 23/09/2013!


Vacina contra catapora passa a ser ofertada no SUS

O público alvo é formado por crianças de 15 meses que já tenham tomado a primeira dose da tríplice viral. Com a nova vacina, o Ministério pretende reduzir as internações por varicela (catapora)
 
 
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), passa a oferecer a partir deste mês de setembro, em toda a rede pública de saúde, a vacina varicela (catapora) incluída na tetra viral, que também protegerá contra sarampo, caxumba e rubéola. A nova vacina vai compor o Calendário Nacional de Vacinação e será ofertada exclusivamente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Com a inclusão da vacina, o Ministério da Saúde estima uma redução de 80% das hospitalizações por varicela (catapora).
“Com apenas uma injeção o Brasilvai poder proteger suas crianças contra quatro tipos de doenças. Hoje, temos dados que mostram que quase nove mil pessoas são internadas por ano pela varicela e temos mais de 100 óbitos. Além disso, facilita o trabalho dos profissionais e traz economia, pois usa-se apenas uma agulha, uma seringa, um único local de conservação”, declarou o ministro Alexandre Padilha.
Com a tetra viral, o SUS passa a ofertar 25 vacinas, 13 delas já disponibilizadas no Calendário Nacional Vacinação. Foraminvestidos R$ 127,3 milhões para a compra de 4,5 milhões de doses por ano. A população deve se informar no posto de saúde mais próximo para saber se a vacina tetra viral já está disponível. Isso porque alguns municípios ainda estão adequando a rotina à nova vacina, por causa da necessidade de capacitação dos profissionais para administração da dose ou pela dificuldade de distribuição para as salas de vacina em locais de difícil acesso. A previsão é que todas as 34 mil salas de vacinação distribuídas no Brasil estarão ofertando as doses até o final do mês.
A vacina tetra viral é segura - tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas. Não haverá campanha de vacinação, pois a vacina tetra viral será disponibilizada na rotina dos serviços públicos em substituição à segunda dose da vacina tríplice viral. A vacina evita complicações, casos graves com internação e possível óbito, além da prevenção, controle e eliminação das doenças sarampo, caxumba e rubéola.
PARCERIAS - A produção nacional da vacina tetra viral é resultado da parceria para transferência de tecnologia entre o laboratório público Bio-Manguinhos e o laboratório privado britânico GlaxoSmithKline (GSK). Nos acordos de transferência de tecnologia, firmados pelo Ministério da Saúde, a produção se dá por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), feito com os laboratórios públicos. Nessa parceria, os laboratórios da rede privada, são responsáveis por produzir o princípio ativo e transferir a tecnologia. Como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra do medicamento por cinco anos.
Esta é a sétima parceria entre o laboratório privado GSK e o laboratório público Bio-Manguinhos. Desde 1980, os laboratórios produzem juntos as vacinas poliomielite, Haemophilus influenzae tipo b (Hib) – que causa meningites e outras infecções bacterianas –, tríplice viral, rotavírus, dengue e pneumocócica conjugada, que protege contra a pneumonia e meningite causada por pneumococo.
Ao total, estão em vigor 35 PDPs para a produção de 33 produtos, sendo 28 medicamentos e quatro vacinas. As parcerias envolvem 37 laboratórios, 12 públicos e 22 privados, nacionais e estrangeiros.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ministério da Saúde muda faixa etária e esquema de vacina contra HPV

Meninas de 11 a 13 anos serão imunizadas contra o vírus a partir de 2014.
Em 2015, a vacinação vai abranger garotas entre os 9 anos e os 11.


O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (18) que meninas de 11 a 13 anos serão vacinadas a partir de 2014 contra o vírus papiloma humano (HPV), que pode causar o câncer do colo de útero. A partir de 2015, a vacinação vai abranger meninas dos 9 anos até os 11. A imunização ocorrerá de forma estendida – a segunda dose da vacina será aplicada seis meses depois da primeira; a terceira dose, cinco anos após.
 
Evento em Brasília que celebra os 40 anos do programa nacional de imunização do Ministério da Saúde (Foto: Rafaela Céo/G1)Evento em Brasília que celebra os 40 anos do programa nacional de imunização do Ministério da Saúde (Foto: Rafaela Céo/G1)
 
“A forma estendida tem duas vantagens. A primeira é que ela possibilita a gente alcançar a cobertura vacinal mais rápido, com duas doses, e não com três. Segundo, quando a gente dá a terceira dose, cinco anos depois, a gente está dando uma espécie de reforço, que prolonga o efeito protetor. Para o ministério não há diferença do orçamento”, explica o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
 
A vacinação ocorrerá em unidades de saúde e em escolas públicas e privadas. Para receber a dose, as meninas precisarão apresentar autorização dos pais ou responsáveis.
O anúncio das mudanças na vacinação contra o HPV foi feito durante evento do Ministério da Saúde para celebrar os 40 anos do Programa Nacional de Imunização (PNI). De acordo com o ministério, o Sistema Único de Saúde disponibiliza anualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas, soros e imunoglobulinas.
HPV (Foto: Arte/G1)
Calendário
Pelo calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde, em março de 2014, estará disponível a primeira dose da vacina para meninas de 11 a 13 anos. Seis meses depois, elas tomam a segunda dose. Cinco anos após o início da imunização, o terceiro reforço.

A partir de 2015, as pré-adolescentes de 9 a 11 anos iniciam o mesmo procedimento. “A imunização fica realmente completa quando ela toma a segunda dose”, afirma Barbosa.
Para introdução da vacina no calendário serão adquiridas 12 milhões de doses a um custo de R$ 360,7 milhões. A meta da Saúde é imunizar em dois anos 80% do público-alvo, formado por 5,2 milhões de pessoas.
 
HPV
O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de cem tipos. Desse total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer.

A vacina que será aplicada no Brasil protege contra quatro tipos de vírus do HPV – 6, 11, 16 e 18. Dois deles, o 16 e o 18, respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo o Ministério da Saúde. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorrência da doença.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Gordura para tratar o diabetes

Pesquisa brasileira pretende extrair células-tronco do tecido adiposo para, em laboratório, identificar aquelas que produzem insulina. O estudo pode ajudar pacientes a controlar melhor a glicemia


Daniel Camargos


Belo Horizonte Na indesejada gordura retirada em uma cirurgia de lipoaspiração pode estar a cura para uma doença que atinge mais de 12 milhões de brasileiros: o diabetes. O caminho, porém, depende de muita pesquisa, e uma delas será feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais. Um laboratório está sendo montado para receber equipamento capaz de extrair células-tronco do tecido adiposo. A máquina vai ser instalada no Hospital Vila da Serra, e o excedente de células-tronco será repassado para a fundação desenvolver o estudo.


A diretora de Pesquisa da Funed, Esther Margarida Bastos, diz que, inicialmente, o trabalho vai ter foco na terapia definitiva para o diabetes. Essa doença faz mais vítimas que o câncer de mama e o HIV juntos, mas também pretendemos tratar outras patologias no futuro. O objetivo, segundo Bastos, é que, com a validação do laboratório, as descobertas possam ser usadas para tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS).


Segundo a pesquisadora responsável pelo projeto, Alessandra Matavel, quando a célula-tronco é colocada de volta no tecido, outras iguais são geradas. Porém, no caso do diabetes, se o material for injetado no pâncreas (lesado pela doença), pode surgir uma pancreatite. A ideia é fazer uma diferenciação in vitro para as células produtoras de insulina , comenta Matavel. O estudo será iniciado com ratos, e o objetivo é testar se as células-tronco conseguem controlar a glicemia (nível de açúcar no sangue).


De acordo com a pesquisadora, células-tronco do tecido adiposo podem ser encontradas em qualquer fase da vida, e seu uso não está associado a questões éticas e religiosas. Outra vantagem é que o procedimento pode ser autólogo, ou seja, são usadas estruturas do próprio paciente. Elas podem ser facilmente retiradas do corpo, por meio de lipoaspiração ou cirurgia abdominal, sendo imediatamente disponíveis para utilização no próprio paciente ou para a diferenciação in vitro , destaca. Segundo ela, estudos também demonstram que essas células são capazes de inibir o processo de rejeição pelo organismo, além de modular o processo inflamatório, propiciando uma melhor cicatrização.


Doutora em bioquímica e pós-doutora em pesquisas com células embrionárias, Alessandra Matavel detalha que as células-tronco ainda não são usadas no tratamento de diabetes. Precisamos de um ponto de partida e acredito que o diabetes é uma das doenças crônicas que mais oneram o SUS , acredita. O tratamento convencional com injeção de insulina demanda seu uso pelo resto da vida, e a alternativa do transplante de ilhotas encontra barreiras na escassez de doadores e na utilização de imunossupressores para evitar o risco de rejeição.


O tratamento com células-tronco do próprio paciente, transformadas em ilhotas produtoras de insulina e com nenhum risco de rejeição, aumentaria enormemente a qualidade de vida dessas pessoas, além de reduzir o custo para o sistema de saúde. Seria uma terapia definitiva , afirma Matavel.


O projeto conta com o apoio do Hospital Vila da Serra, do Banco do Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A empresa GID Brasil vai fornecer para a Funed os equipamentos de laboratório para a realização das pesquisas. As células serão retiradas e processadas no Vila da Serra por meio de uma cirurgia de lipoaspiração; em seguida, o material será encaminhado para a Funed, onde será realizado o processo de caracterização e diferenciação em células produtoras de insulina.


Segundo Esther Bastos, a plataforma que será disponibilizada já é usada em outros países para terapias de reconstrução corporal pós-trauma ou câncer, para cicatrizar feridas complexas causadas por diabetes e radioterapias, queimaduras, artrites e rejuvenescimento, entre outros procedimentos. O diretor médico da GID Brasil, Sérgio Duval de Barros Vieira, destaca que a gordura é um dos maiores reservatórios de células-tronco do organismo, e que, de acordo com estudos já realizados no exterior, 1g do tecido produz aproximadamente 250 mil células, quantidade muito superior ao número isolado a partir de outras fontes do corpo humano. Aproximadamente, 220 mil cirurgias estéticas de lipoaspiração são realizadas no Brasil a cada ano, produzindo rotineiramente grandes volumes de valiosos tecidos , cita.


Palavra de especialista


Cuidados éticos


Toda pesquisa que envolve ser humano precisa de alto conhecimento de quem está envolvido. É preciso que haja a assinatura de um termo de consentimento esclarecido. A pessoa precisa saber qual é o objetivo da pesquisa e não pode existir a possibilidade de que tenha uma finalidade negativa. A regra é que o paciente conheça todos os detalhes do procedimento. A expectativa em estudos com células-tronco é grande, e muitas pessoas pensam que vai ocorrer um milagre. É preciso passar muita informação. Os cuidados não inviabilizam a pesquisa e são fundamentais para o desenvolvimento da ciência. João Batista Gomes Soares, presidente do Conselho Regional de Medicina/MG
 
 
 





quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dieta, exercícios e possivelmente café 'reduzem riscos' de câncer de útero

Pesquisa britânica pondera, entretanto, que evidências sobre café não são suficientes para estimular consumo da bebida.

 
Da BBC
Café pode reduzir riscos, mas evidências ainda não suficientes para aumentar o consumo. (Foto: Thinkstock/BBC)Uma pesquisa conduzida por cientistas britânicos indica que seguir uma dieta saudável, praticar exercícios diários e possivelmente tomar café podem reduzir os riscos de câncer de colo do útero.
Os pesquisadores, do Imperial College, de Londres, observaram que, apesar de terem encontrado indícios de que o café pode ajudar a proteger mulheres contra o tumor, não há evidências suficientes para estimular consumo da bebida como forma de prevenção da doença.
Na primeira análise global de pesquisas sobre câncer de colo do útero desde 2007, os pesquisadores examinaram as ligações entre a doença e a prática de exercícios, dieta e peso corporal.
Eles concluíram que cerca de 3,7 mil casos de câncer de colo do útero poderiam ter sido evitados se as mulheres tivessem se exercitado ao menos 38 minutos diários cinco dias por semana e mantido um peso saudável.
A autora do estudo, Teresa Norat, afirmou que se as mulheres se exercitarem regularmente e mantiverem uma boa dieta 'podem reduzir os riscos de câncer de útero e melhorar a saúde em geral'.
Karen Sadler, diretora-executiva do World Cancer Research Fund, afirmou que as evidências sobre o café 'são muito interessantes', mas que novas pesquisas devem ser feitas sobre os efeitos da bebida na prevenção do câncer.
'Temos de considerar os possíveis efeitos colaterais do café em outros tipos de câncer e na saúde em geral', afirmou Sadler.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/09/dieta-exercicios-e-possivelmente-cafe-reduzem-riscos-de-cancer-de-utero-1.html

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Secretaria de Saúde realiza campanha de vacinação contra hepatite B no CASS

 
A Secretaria Municipal de Saúde realiza nas próximas quinta e sexta-feiras, dias 5 e 6 de setembro, Campanha de Vacinação contra Hepatite B para funcionários do Centro Administrativo São Sebastião. O imunizante é voltado para pessoas até 49 anos e será oferecido na sala 3 do subsolo do CASS, das 10 às 15 horas.
A vacina é a forma mais segura e eficaz de se prevenir contra a hepatite B. Para estar protegido, é preciso tomar três doses, sendo a segunda aplicada 30 dias após a primeira, e a terceira seis meses após a primeira.

O imunizante também é disponibilizado aos grupos prioritários, com maior risco de ter a doença, independentemente da faixa etária: manicures, pedicures, profissionais do sexo, homossexuais e outros.

A hepatite B é uma doença viral e infecciosa. Por muitas vezes, é silenciosa. É uma das principais causas de cirrose hepática e sangue no fígado. A transmissão se dá pelo sangue, por meio de compartilhamento de seringas e por relações sexuais desprotegidas.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O nascimento da inteligência

Pesquisas revelam que fatores como amamentação, suplementação de vitamina D e até a obesidade dos pais terão impacto no nível do QI da criança do seu nascimento até o resto de sua vida


Uma safra de novos estudos realizados em todo o mundo está apresentando revelações surpreendentes sobre o processo de desenvolvimento da inteligência humana. As pesquisas apontam, pela primeira vez, fatores importantíssimos associados ainda à vida uterina e aos primeiros anos de vida que serão decisivos para a evolução do intelecto. Reunidos, esses trabalhos traçam o mais completo retrato científico do nascimento da inteligência.
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E se trata de um retrato belíssimo. Ele deixa claro o quanto essa habilidade depende de uma combinação complexa de circunstâncias para que atinja seu ápice na vida adulta. Condições que surgem antes mesmo da fecundação, como evidencia uma pesquisa realizada no Centro Médico Forest Baptist (Eua). O trabalho apontou que filhos de mães com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 (já classificado como obesidade) têm maior chance de desenvolver limitações cognitivas. Eles manifestaram três pontos a menos de QI (quociente de inteligência) em relação aos nascidos de mulheres de peso normal. Ainda se estuda de que maneira o excesso de peso da mãe impacta a inteligência do filho, mas há algumas hipóteses. “O acúmulo de peso pode contribuir para um maior número de células anormais do sistema imunológico, capazes de atacar outras estruturas”, disse à ISTOÉ Jennifer Helderman, uma das autoras do estudo. “O mecanismo resulta em uma maior predisposição à inflamação, que poderia afetar o tecido neurológico da mãe e do feto”, especula.
Nas primeiras semanas após a fecundação, inicia-se uma etapa-chave: é quando começa a se formar o tubo neural, a estrutura que dará origem ao cérebro. Diversos trabalhos relacionam o sucesso desse processo à presença em concentração adequada de ácido fólico (vitamina B). Caso contrário, uma das extremidades do tubo não se fecha, originando, por exemplo, a anencefalia (ausência parcial do encéfalo e da calota craniana). “Pesquisas confiáveis apontam forte conexão entre déficit de ácido fólico e essa anomalia”, explica o médico Luiz Celso Villanova, chefe do setor de neurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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Outras duas substâncias despontam com igual importância para a formação da inteligência: o iodo e a vitamina D. Estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, analisou as concentrações de iodo na urina de 1.040 mães em estágio inicial da gestação. Depois, aos filhos nascidos dessas gestantes foram administrados testes de inteligência aos 8 anos e de leitura, aos 9. As crianças com piores desempenhos foram as geradas por mães que apresentaram ingestão de iodo menores do que 150 mg por dia. “Sua deficiência em gestantes deve ser tratada como um assunto de saúde pública”, escreveram os autores da pesquisa. No Canadá, uma análise de vários trabalhos sobre o tema feito pela Universidade McGill concluiu que crianças nascidas de mães que receberam suplementação do composto na gravidez e após o nascimento tiveram QI entre 12 a 17 pontos mais alto do que as demais.
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ALIMENTOS
O neuropediatra Villanova alerta para a importância da suplementação de
alguns nutrientes como forma de garantir a formação correta das estruturas cerebrais
Igual influência apresenta a vitamina D, segundo pesquisas recentes. Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Epidemiologia Ambiental de Barcelona, na Espanha, acompanharam 1.820 mães e verificaram que os filhos daquelas com níveis adequados do composto na gravidez tiveram melhor desempenho em testes de inteligência do que filhos de mães com déficit da substância. Embora os cientistas não apontem uma razão específica para a associação, explicam que a literatura científica é vasta quanto ao peso da vitamina na saúde geral do bebê. “Há diversos estudos demonstrando relação entre o composto e o desenvolvimento do sistema imunológico, por exemplo. É natural supor que exista impacto também no funcionamento cerebral”, afirmou à ISTOÉ a epidemiologista Eva Morales, autora do estudo.
Por volta da 20ª semana, estruturas indispensáveis para a boa comunicação entre os neurônios estão em formação. Entre elas os dentritos (projeções que permitem essa comunicação) e a bainha de mielina (que assegura a eficácia dessa interação). Grande parte da bainha é constituída de moléculas de DHA, um gênero de ácido ômega 3. Trata-se de um composto fabricado pelo corpo, mas uma suplementação é indicada. Ela pode ser feita por meio da alimentação pela mãe. Uma das melhores fontes são os peixes de água fria, como salmão e sardinha. Também é importante que a mulher aumente o consumo de proteínas, base para a produção dos neurotransmissores, as substâncias que levam a informação de um neurônio a outro.
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Da mesma forma que a ciência está identificando o que aumenta a chance de um QI mais elevado, as pesquisas começam a apontar o que, ainda na vida uterina, pode prejudicar o potencial intelectual. A poluição é um desses elementos. Estudo do Centro de Desenvolvimento do Cérebro, da Universidade de Colúmbia (Eua), revelou que a exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos – substâncias produzidas durante a queima incompleta de combustíveis – sofrida pelo feto fará com que a criança apresente cerca de quatro pontos a menos em testes de inteligência. A hipótese é que os poluentes atravessam a placenta e danificam o tecido cerebral do feto.
Outra constatação nesse sentido é a de que o estresse materno na gestação impacta negativamente a inteligência da criança. “Ele causa danos ao desenvolvimento do córtex pré-frontal”, explica o neurocientista Antonio Pereira, do Instituto do Cérebro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O cientista brasileiro se refere à área do cérebro associada ao processamento do raciocínio. “Se a mãe tiver uma gestação sem estresse, será melhor para o desenvolvimento cognitivo da criança.”
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Há ainda achados como o da Universidade de Colúmbia (Eua), segundo o qual crianças nascidas de 37 semanas apresentaram pior desempenho de leitura e matemática do que as nascidas de 41 semanas. A conclusão foi feita com base em uma análise de 138 mil crianças de escolas públicas de Nova York (Eua) e poderia ser explicada pelo fato de que o tempo maior dentro do útero favoreceria a formação de mais redes neurais por onde as informações trafegam e são armazenadas.
Quando nasce, cada neurônio da criança faz aproximadamente 2,5 mil sinapses – as conexões entre os neurônios por meio das quais as informações são passadas de um a outro. Esse número pode chegar a 15 mil aos 3 anos de idade. Para que isso ocorra é vital que outros fatores nutricionais e ambientais sejam respeitados. Afinal, eles proverão as condições necessárias para que essas conexões se multipliquem e neurônios não sejam descartados por falta de uso. “Após alguns meses depois do nascimento, o volume cerebral quadruplica”, explica Solange Jacob, coordenadora pedagógica da organização Pupa, que desenvolve atividades com pais e crianças para melhor desenvolver o intelecto infantil na primeira infância. “Aos 3 anos, uma criança já fez um quatrilhão de conexões cerebrais.”
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Neste mês, um importante estudo publicado na revista da Associação Médica Americana confirmou de forma contundente o papel da amamentação nessa construção do intelecto. “Mostramos uma conexão direta entre o aleitamento materno e a inteligência”, disse à ISTOÉ Mandy Belfort, professora de pediatria da Escola de Medicina de Harvard (Eua) e uma das líderes do estudo. Ela e sua equipe seguiram 1.312 bebês entre 1999 e 2010. Entre os principais achados, o grupo descobriu uma relação interessante. Nas crianças de 3 anos, a cada mês adicional de amamentação foi registrada uma média de 0,21 ponto a mais em testes de QI em comparação às que não tiveram o tempo extra. A mesma influência positiva permanece aos 7 anos, em que os participantes contabilizavam um acréscimo de 0,35 ponto em testes orais e 0,29 em exames não verbais.
No Brasil, um trabalho da PUC de Pelotas (RS) encontrou a mesma relação. Em 2002 e 2003, os cientistas acompanharam 616 bebês para avaliar a permanência e a frequência com que eram amamentados. Quando as crianças completavam 8 anos de idade, elas foram submetidas a testes de QI. “Os bebês que mamaram por mais de seis meses obtiveram desempenho 30% superior”, explica a pediatra Elaine Albernaz, responsável pela pesquisa. De acordo com o pediatra carioca Daniel Becker, do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o benefício transcende o potencial de raciocínio. “O aleitamento contribui tanto para a inteligência do ponto de vista cognitivo como social e afetivo”, afirma.
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As explicações para o benefício não repousam somente em um mecanismo. Primeiro, há o estímulo do próprio contato entre mãe e filho. “Quando o bebê é amamentado, a mãe toca nele, olha e fala com ele. Esse vínculo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo”, assegura a médica Elaine. Depois, há o impacto de substâncias presentes no leite materno que atuam na formação e no crescimento dos neurônios, como as gorduras e o ácido araquidônico.
Um trabalho da PUC do Rio Grande do Sul chama a atenção para a importância de cuidados especiais aos prematuros também no que diz respeito à cognição. Durante oito anos, os pesquisadores acompanharam 200 crianças nascidas prematuramente, mas não consideradas de risco (não apresentavam sequelas neurológicas). Apresentavam apenas baixo peso (menos de 2,5 quilos) ao nascer. Em teste de avaliação de inteligência aplicado quando elas chegaram aos 8 anos, manifestaram pontuações inferiores ao esperado. “Acreditamos que a questão está mais relacionada ao baixo peso de nascimento do que com a prematuridade. Isso é um aspecto associado à desnutrição intrauterina”, explicou a neurologista infantil Magda Nunes, professora de neurologia da Faculdade de Medicina da PUC/RS e autora do experimento. Em animais, a pesquisadora constatou que a falta de nutrientes corretos torna menor o hipocampo, estrutura do cérebro que participa do processamento de funções cognitivas e da memória.
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MAPA
O cientista Aron Barbey, dos Estados Unidos, investiga
como a inteligência emerge dos circuitos de neurônios
Informações desse gênero são alvo de investigação em todo o mundo. “Nosso desafio é estudar de que maneira a inteligência emerge de sistemas neurais e o estudo da arquitetura do cérebro ajuda a entender alguns padrões de pensamento e comportamento”, afirmou à ISTOÉ o pesquisador Aron Barbey, do Laboratório de Neurociência da Universidade de Illinois (Eua). O cientista é um dos mais respeitados estudiosos dos caminhos neuronais associados à cognição. Com base em seu conhecimento, também se coloca como um dos principais defensores de que o desenvolvimento inicial de habilidades como os raciocínios concreto e abstrato tem raízes em uma interação que une, entre outros elementos, uma boa nutrição cerebral, como se viu, herança genética e ambiente.
Na fundação desses pilares, está cada vez mais consolidado, por exemplo, o poder do afeto. “A criança deve ter pelo menos uma relação afetiva significativa para desenvolver a empatia, capacidade que vai determinar muitos aspectos do processamento cognitivo”, explica o médico e psicoterapeuta João Augusto Figueiró, fundador do Instituto de Zero a Seis, entidade que tem por objetivo estimular a consciência sobre a importância da primeira infância para o desenvolvimento do indivíduo. Nesse sentido, algo banal como o convívio com um animal de estimação ajuda muito. Uma revisão de 69 pesquisas realizadas por cientistas de várias instituições europeias mostrou que pela interação entre um bicho de estimação e crianças se verifica o desenvolvimento de habilidades importantes – respeito, confiança e empatia entre elas.
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Efeito oposto promove o uso de aparelhos como smartphones e tablets. Apesar do apelo educacional desses aparelhos, a Academia Americana de Pediatria recomendou recentemente que os pais não ofereçam esses recursos a seus filhos antes que eles completem 2 anos de idade. Num artigo intitulado “Crianças devem aprender da brincadeira – e não do monitor”, a entidade cita pesquisas que associam o uso de mídias eletrônicas a um pior desempenho da linguagem e ao atraso no desenvolvimento emocional, entre outros prejuízos.
 
Autores: Monique Oliveira e Wilson Aquino - Fonte: Revista Istoé