segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Crack é devastador para crianças; álcool é pior ainda, diz psiquiatra


Ainda não há estudos suficientes, na opinião do psiquiatra, que relacionem esse contato precoce da droga, sozinho, com uma maior propensão de esses indivíduos se tornarem um dia dependentes químicos --assim como foram suas mães.

Bebês que tiveram contato com o crack durante sua gestação têm elevadas as chances de, no futuro,  desenvolver transtorno de hiperatividade e desatenção, de acordo com o psiquiatra infanto juvenil Erikson Furtado, da USP de Ribeirão Preto, especialista em álcool e drogas.

Além de muitos nascerem com baixo peso, diz ele, há casos de bebês com irritabilidade e imaturidade neurológica. O uso de drogas na gestação pode provocar ainda um retardo no crescimento.

"Mas combinado com fatores genéticos e até ambientais, pode contribuir com o vício [futuro], sim", disse.
Os bebês estão ainda mais vulneráveis no ventre das mães que, além do crack, combinam o uso de outras drogas como o álcool --cena muito comum entre jovens grávidas nas cracolândias.

Furtado chama a atenção para a maior tolerância que a sociedade tem com a bebida alcoólica, se comparado a outras drogas como o crack.

Para o feto, o álcool pode ser mais devastador que o próprio crack, afirma ele.
Isso porque o uso abusivo do álcool pode gerar má formação da cabeça, coração, rins e medula, entre outros --o que o crack, sozinho, não produz.

"Mais do que o crack, nesse caso, o álcool deixa a criança já muito cedo com sérios prejuízos", diz Furtado.

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