segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Febre Amarela: doses fracionadas ajudam no combate à doença
Com esta campanha de vacinação, o Ministério da Saúde quer garantir a proteção de pessoas em áreas onde o vírus da febre amarela não circulava até então.
O vírus da febre amarela silvestre tem circulado em algumas regiões do Brasil. Para evitar que ele faça vítimas, o Ministério da Saúde adotou um esquema de vacinação especial, com uso de doses fracionadas, em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
A medida é temporária. A coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Carla Domingues, esclarece a estratégia. “O período sazonal de circulação do vírus é de dezembro a junho. E agora que o vírus entrou numa área com elevada densidade populacional, temos a necessidade de fazer essa vacinação em curto prazo de tempo para conseguir proteger as pessoas e evitar que tenhamos casos da doença e óbitos”.
Com esta campanha, o Ministério da Saúde quer garantir a proteção de pessoas em áreas onde o vírus não circulava até então. E o fracionamento de doses alcançará este objetivo, como detalha o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “A vacina fracionada é tão eficaz quanto a dose integral. Os estudos até agora demonstram isso. Não se trata de falta de vacinas. Nós temos um estoque que vai atender a demanda de outras áreas no Brasil e, com a possibilidade de surgirem novos focos da doença, é preciso ter e manter um estoque estratégico”.
Entretanto, para o sucesso da campanha, a população precisa atender ao chamado e procurar os postos de vacinação nestes estados. “Pessoas que se negam a procurar os postos de vacinação e pessoas que estão viajando para os locais onde o vírus está circulando são as que estão se infectando. É preciso se imunizar”, alerta Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo.
Para entender mais sobre a febre amarela e o fracionamento da vacina, o Blog da Saúde preparou perguntas e respostas. Confira:
O que é febre amarela?
A febre amarela é causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, transmitido ao homem e aos macacos por meio da picada de mosquitos infectados. Existem dois tipos de transmissão: a silvestre, em que o vírus circula entre mosquitos silvestres e a urbana, quando o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942. Todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Por que a vacina será fracionada?
O fracionamento de doses é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de extensão da febre amarela silvestre de forma intensa, aumentando o risco da expansão da doença em cidades com elevado contingente populacional, exigindo a realização de intensificação vacinal em curto prazo de tempo.
Essa estratégia ajuda a vacinar, em curto espaço de tempo, um grande número de pessoas. Essa medida não visa economia de recursos, porque a campanha pretende vacinar 19,7 milhões de pessoas em 15 dias, e para isso, o Ministério da Saúde precisou investir R$ 54 milhões. O montante será destinado aos estados para tornar possível a realização da campanha, com aquisição de materiais, logística e pessoal.
A dose fracionada tem a mesma eficácia do que a padrão?
Sim. A dose fracionada tem a mesma eficácia da dose padrão, de acordo com estudos do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos de Biomanguinhos/Fiocruz. Ela é absolutamente segura. A proteção comprovada é de, até o momento, oito anos. Depois disso, caso os estudos apontem a necessidade de nova dose, as pessoas serão convidadas para a renovação da vacinação contra a febre amarela. Estas pessoas serão identificadas no momento da vacinação, possibilitando esta convocação, se necessária.
Não haverá campanha em outros estados?
Não. Esta campanha em especifico só acontecerá em 76 municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Nos demais estados (3,5 mil municípios brasileiros) onde há recomendação de vacinação contra a febre amarela, a vacinação continuará na rotina. A vacina de febre amarela está disponível nos postos de vacinação e a população pode se vacinar a qualquer momento, sem a necessidade de campanha.
É importante lembrar que, quem reside nos municípios sem recomendação de vacinação contra a febre amarela, mas vai viajar para estas localidades, precisa se vacinar pelo menos 10 dias antes da viagem.
Além de me vacinar, como posso evitar a febre amarela?
Existem outras formas de prevenção contra a febre amarela. As autoridades sanitárias recomendam o uso de repelentes e roupas com mangas e calças, especialmente em locais de mata.
Erika Braz, para o Blog da Saúde
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Lixo mal descartado pode causar acidentes e doenças
Neste final de ano, as festas, comemorações e confraternizações fazem com que a quantidade de lixo e resíduos produzidos em residências e centros comerciais seja cada vez maior. A Secretaria de Estado da Saúde alerta que a população tome os devidos cuidados e evite que o lixo possa estragar estes momentos de alegria.
O especialista em saúde pública e chefe da Divisão de Vigilância sobre o Meio Ambiente, Celso Rubio, destaca que o resíduo sólido por si só não transmite doenças, mas pode provocar acidentes ou servir de abrigo e alimento para vetores que causam doenças.
“No caso dos acidentes, quem está mais vulnerável é o profissional que trabalha diretamente com a coleta e destinação deste resíduo, como catadores de lixo, carrinheiros e trabalhadores de seleção de material reciclável, por exemplo”, enfatiza Rubio.
Estes trabalhadores frequentemente se veem frente a frente com resíduos pérfuro-cortantes, como cacos de vidro, agulhas e afins, os quais muitas vezes são descartados de maneira inapropriada e podem ferir os profissionais. A recomendação nestes casos é que o resíduo seja colocado dentro de algum recipiente seguro que possa ser lacrado e vedado, diminuindo os riscos de cortes.
“Lâmpadas quebradas e restos de vidro podem ser colocados dentro de garrafas pet, com a devida identificação, o que evita muito as chances de acidentes”, lembra o especialista.
Após a separação, é indicado que os resíduos sejam colocados para serem retirados pelos caminhões de coleta bem próximo do horário em que estes veículos passem no local. Isso evita que pessoas e animais abram os sacos e baguncem os entulhos nas vias públicas, o que aumenta a chance de proliferação de doenças.
O lixo na transmissão de doenças
Mutirão de limpeza dengueUm conceito internacionalmente reconhecido na proliferação de vetores é o dos três A’s, o qual diz que todo local que possa prover alimento, água e abrigo é ideal para os animais que possam transmitir doenças se multipliquem. E o lixo descartado de maneira inadequada cumpre esta função muito bem.
Entre os animais que podem se proliferar no lixo, os que mais causam problemas à saúde das pessoas são ratos, baratas e mosquitos.
Sobre os ratos, o risco é a transmissão da leptospirose. Segundo a chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Tânia Portella, esta é uma doença endêmica transmitida por uma bactéria encontrada na água contaminada ou na urina dos roedores.
“Em períodos onde há mais chuvas, como o verão, o risco da leptospirose aumenta, pois há maior probabilidade de haver enchentes, inundações e, consequentemente, maior contato com o transmissor da doença. A leptospirose é uma doença grave, que pode levar até a morte, mas que pode ser tratada”, afirma Tânia.
No ano de 2016, o Paraná registrou 362 casos da doença, sendo que destes, 30 resultaram em óbito. Dados preliminares de 2017 mostram que 186 casos e sete óbitos já foram registrados no Estado este ano.
Já com as baratas, o problema é por onde elas passam. No lixo, estes animais podem ter contato com resíduos orgânicos como restos de papéis higiênicos, ou outros focos de bactérias e, ao entrarem nas casas, levam junto o risco de doenças.
“Em suas patas, as baratas podem levar muitas doenças que adquiriram no lixo. Em casa, estes animais podem transmitir desde diarreia, dores, febres e até doenças mais sérias como a hepatite, tanto às pessoas quanto aos animais de estimação”, enfatizou Rubio.
MOSQUITOS – Os mosquitos são um caso à parte que preocupam ainda mais a saúde da população. Especialmente nesta época do ano eles encontram no lixo o ambiente perfeito para colocarem seus ovos e multiplicarem os riscos de doenças como, por exemplo, a dengue.
“Uma tampinha de garrafa que foi descartada de maneira irregular pode acumular água e tornar-se foco do Aedes aegypti. Além disso, os mosquitos podem transmitir outras doenças ao entrar em contato, por exemplo, com um alimento que esteja descoberto, em cima de uma mesa e que as pessoas vão consumir sem saber dos riscos que estão correndo”, salientou.
EDUCAÇÃO – Os especialistas destacam que é muito difícil que o controle do lixo seja feito apenas pelos órgãos públicos, já que o descarte de resíduos é algo dinâmico e constante. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância que a população tenha uma consciência ambiental.
Outro conceito bastante usado para diminuir os problemas que o lixo pode causar são os 3R’s: reciclar, reduzir e reutilizar. Com esta ideia, os resíduos são eliminados de maneira sustentável e os resíduos que já não possuem mais serventia podem se transformar em um algo novo.
“De maneira geral, vivemos em uma sociedade que tem certo nível de consciência com relação ao lixo. E quanto maior for o nível de educação da sociedade, maiores serão os resultados que conseguiremos. Hoje já vemos crianças que recebem estes ensinamentos nas escolas e consegue transmiti-los aos pais, mudando inclusive velhos hábitos”, reiterou Rubio.
Fonte: SES/PR
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