quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Saúde lança campanha de prevenção ao câncer de pele

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aderiu à ação da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Rio de Janeiro (SMDRJ) e lançou, na manhã desta quarta-feira (21/12), quando começou o verão, uma campanha de orientação e prevenção do câncer de pele. Batizada de Dezembro Laranja, a campanha será divulgada a partir de hoje em todas as unidades de saúde. Ainda com foco na prevenção do câncer de pele, o índice ultravioleta será publicado diariamente nos boletins do Centro de Operações Rio (COR).

Durante o lançamento da campanha no COR, na Cidade Nova, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, falou da importância de divulgar essa ação na rede municipal de saúde, principalmente, nesta estação do ano:

- O câncer de pele é um problema de saúde pública gravíssimo e pode ser evitado com pequenas mudanças de hábito. Todas as unidades de saúde vão ajudar nessa divulgação, conscientizando seus usuários e utilizando as redes sociais para chamar a atenção deste problema. A presença da Sociedade Brasileira de Dermatologia faz toda diferença para ajudar a resolver esse problema de saúde que é fácil resolver com prevenção e mudança cultural.

A campanha Dezembro Laranja faz parte do projeto Política de Sombras que busca informar a população sobre prevenção, inclusive com divulgação do índice ultravioleta e de dicas simples como evitar a exposição excessiva ao sol e se proteger andando pela sombra e usando chapéus e óculos contra os raios UVA e UVB. Essa iniciativa foi inspirada na bem-sucedida campanha SunSmart, desenvolvida em 1980, na Austrália, onde os números apontam uma mudança na curva da incidência do câncer da pele.

- Estamos muito felizes em ver, efetivamente, a Prefeitura do Rio abraçando essa ideia da Política de Sombras, que é um programa amplo de prevenção efetiva do carioca e dos riscos da exposição excessiva ao sol. O instrumento mais importante na prevenção do câncer de pele é o comportamental que se significa evitar o sol durante as horas de pico e buscar a sombra quando possível – destacou o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio, Flávio Luz.

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil, com mais de 200 mil novos casos por ano, que acarretam mais de duas mil mortes, além de incontáveis casos de mutilações e deformidades. Sabe-se que mais de 95% destes casos têm como causa a exposição exagerada ao sol. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os casos de melanoma – tipo mais grave de câncer de pele – deverão chegar a 370 em todo o estado, 210 deles só na Capital.

Pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), sobre hábito de exposição solar do brasileiro, executada pela Datafolha em agosto deste ano, em 130 municípios do país, revelou que mais de 100 milhões (106 milhões, mais precisamente) de brasileiros se expõem ao sol de forma intencional nas atividades de lazer (70% da população acima de 16 anos). Desse total, 63% dos brasileiros não usam protetor solar no seu dia a dia (mais de 95 milhões de pessoas). Além disso, 6 milhões de brasileiros adultos (mais de 4% da população) não se protegem de forma alguma quando estão na praia, piscina, cachoeira, banho de rio ou lago.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, no ano 2030, existirá 27 milhões de casos novos de câncer, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. O maior efeito desse aumento incidirá em países em desenvolvimento. No Brasil, o câncer já é a segunda causa de morte por doenças, atrás apenas das do aparelho circulatório.

Fonte: http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=6622336

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Combate a HIV/AIDS deve ser pautado por direitos humanos, diz escritório da ONU


Agências da ONU e representantes do governo reuniram-se na semana passada (28) em Brasília para a última reunião de 2016 do Grupo de Trabalho do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Encontro debateu as tendências mais recentes da epidemia e alertou para a situação dos grupos mais vulneráveis.

A diretora do programa da ONU no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, lembrou que, no mundo, desde 2000, mais de 1,6 milhão de novas infecções foram evitadas por conta de esforços de prevenção. O número de novos casos entre crianças caiu 50% desde 2010.
Segundo a chefe da agência, também houve avanços no acesso ao tratamento, que quase dobrou entre crianças e até 14 anos. Os dados coletados pelo UNAIDS revelam que, desde 2005, 1,8 milhões de pessoas começaram o tratamento antirretroviral e a taxa de mortalidade caiu 45%. A tuberculose é a principal causa de morte entre pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Desafios
Geogiana explicou ainda que a população-chave no mundo é formada por homens entre 25 e 49 anos e a África é o continente com maior risco de contaminação. A conjuntura da faixa etária dos 15 aos 24 anos também preocupa, pois esses jovens, de acordo com a diretora do UNAIDS no Brasil, não têm acesse pleno a terapia.
Apesar dos progressos, desde 2010, não houve queda significativa no número de novas infecções na população em geral — o que indica que, embora o tratamento tenha tido êxito, a prevenção não.
Sobre o tratamento antirretroviral, a diretora do UNAIDS afirmou que a expectativa é de que em 2020 não será mais necessário tomar uma pílula por dia — como acontece atualmente —, mas sim uma injeção a cada três meses.
Situação do Distrito Federal
Também presente na reunião, o subsecretário de Saúde do Distrito Federal, Tiago Coelho, informou que atualmente 18 mil pessoas vivem com HIV/AIDS no DF. Desse contingente, 11 mil recebem tratamento antirretroviral gratuito. Entre os indivíduos sob terapia, 93% estão com a carga viral indetectável — índice acima da meta de 90% proposta pelo GT.
Apesar de os óbitos por causas relacionadas à epidemia terem registrado queda de 11% de 2014 a 2015, outros desafios, como o número de novas infecções, geram preocupação entre as autoridades. Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Samambaia, Asa Norte e Lago Norte são as regiões administrativas com maior incidência de HIV/AIDS.
Segundo Tiago, foram 242 novos casos somente em 2016. De acordo com o subsecretário, as populações-chave do Distrito Federal são de de homens que fazem sexo com outros homens (HSH) e adultos entre 20 e 49 anos
A respeito de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), o subchefe da pasta informou que , em 2016, foram notificados 1.117 casos de sífilis no Distrito Federal, com maior prevalência entre a população masculina.
Políticas devem ser pautadas por direitos humanos
A reunião em Brasília foi também a última reunião do biênio 2015-216, durante o qual o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) ocupou a presidência do GT que, a partir de 2017, passará para o Fundo de População da ONU, o UNFPA.
O representante do UNODC no Brasil, Rafael Franzini, lembrou do apoio dado pelo grupo às ações do governo voltadas para a população privada de liberdade. Durante o biênio, alertou o dirigente, houve um crescimento desproporcional do número de brasileiros sob cárcere, onde enfrentam riscos de saúde mais altos associados a HIV/AIDS e tuberculose.
Outra frente de trabalho do grupo considerada fundamental por Franzini foram os estímulos à criação de políticas públicas para a juventude, levando em conta questões como orientação sexual, raça, violência, discriminação e direitos humanos.
Franzini elogiou o processo que levou à criação do Programa Jovens Embaixadores. “Selecionamos 20 jovens que representam a diversidade de Brasilia: negros, gays, trans, estudantes, entre outros, que receberam treinamento para participar de fóruns, para defender seus direitos, propondo sua visão e compartilhando com outros jovens suas ideias”, explicou.
“O fim da epidemia de AIDS não poderia ser alcançado sem considerar os direitos humanos. E isso torna-se claro quando são considerados temas como a discriminação no âmbito laboral, a expectativa de vida da população trans e as vulnerabilidades associadas à raça, ao uso de drogas e à violência contra a população LGBT”, acrescentou.
Segundo Franzini, esses temas precisam ser discutidos, uma vez que “ajudam a criar estigmas que logo são obstáculos para a execução de políticas publicas para acabar com a epidemia”.

Fonte: Nações Unidas