segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ministério da Saúde investe R$ 100 milhões para vacina da dengue

A previsão é um investimento total de R$ 300 milhões do governo federal para os estudos do Butantan, incluindo recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e BNDES
Ministério da Saúde investe R$ 100 milhões para vacina da dengueO ministro da Saúde, Marcelo Castro, assina nesta segunda-feira (22), em São Paulo (SP), o contrato com o Instituto Butantan para financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica para a vacina da dengue. No total, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões nos próximos dois anos para o desenvolvimento do estudo. O Instituto inicia nesta segunda-feira, no Hospital das Clínicas, a vacinação de um grupo de voluntários para dengue.
Ao todo, a previsão é um investimento de R$ 300 milhões do governo federal para os estudos do Butantan. Além dos recursos do Ministério da Saúde, estão sendo analisados outros R$ 100 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de um contrato da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), e R$ 100 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).  
“O investimento é um compromisso do governo federal com o desenvolvimento de novas tecnologias contra Aedes aegypti e as doenças transmitidas por esse mosquito. A pesquisa do Butantan é promissora contra a dengue e pode nos auxiliar na busca soluções contra o vírus Zika”, afirma o ministro da Saúde, Marcelo Castro.  
O Butantan, principal produtor de imunobiológicos do país, é vinculado ao Governo do Estado de São Paulo e já desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de Biologia e Biomedicina em parceria com instituições estrangeiras. Uma delas é o National Institutes of Health (NIH) – agência de saúde do governo norte-americano –, com o qual o Instituto está em estágio avançado de desenvolvimento da vacina contra a dengue.
No total, 17 mil voluntários de 13 cidades nas cinco regiões do Brasil participarão dos estudos e serão vacinados durante um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan estima ter a vacina contra a dengue disponível em 2018.
A vacina do Butantan tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.
Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.
Os resultados da segunda fase da vacina já superaram as expectativas em relação a eficácia e segurança,  se mostrando superior a outras vacinas já disponíveis ou em desenvolvimento. Para a imunização será necessária apenas uma dose da vacina que pode ser aplicada em pessoas de todas as idades, inclusive em crianças.
VACINA ZIKA –O Ministério da Saúde anunciou no dia 11 o primeiro acordo internacional para desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika. A pesquisa será realizada conjuntamente pelo governo brasileiro e a Universidade do Texas Medical Branch dos Estados Unidos. Para isso, serão disponibilizados pelo governo brasileiro US$ 1,9 milhão nos próximos cinco anos.
De acordo com o cronograma de trabalho, a previsão é de desenvolvimento do produto em dois anos. A parceria no Brasil para desenvolvimento da vacina será com o Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O IEC é o Laboratório de Referência Nacional para Arbovirus e Centro Colaborador da OPAS/OMS para Referência e Pesquisa em Arbovirus. Já a Universidade texana é Centro Colaborador da OMS para Pesquisa em Vacinas, Avaliação e Treinamento de Doenças Infecciosas Emergentes. A parceria poderá contar com o apoio da OPAS.

O acordo prevê a instituição de um Comitê de Coordenação que irá se reunir, pelo menos, duas vezes ao ano para analisar o progresso e os resultados alcançados no âmbito da cooperação. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a Organização Mundial de Saúde.

O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal, além da parceria com os governos estaduais e municipais.
O plano foi criado para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika e oferecer suporte às gestantes e aos bebês. Ele é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito, Atendimento às Pessoas e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa.
Por Gabrielle Kopko, da Agência Saúde
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

23,8 milhões de imóveis já foram vistoriados para o combate ao Aedes

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O número de imóveis vistoriados pelos agentes de saúde e militares das Forças Armadas, na mobilização nacional de combate ao Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika –, já representa 35,6% dos 67 milhões estimados em todo o Brasil. Ao todo, 23,8 milhões de imóveis foram percorridos pelas equipes até quinta-feira (11), em busca de criadouros e para orientar a população sobre medidas de prevenção ao mosquito.
O número inclui domicílios e prédios públicos, comerciais e industriais, conforme balanço da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) de Enfrentamento à Microcefalia. No levantamento anterior, 20,7 milhões de imóveis tinham recebido as equipes de combate. Ao todo, 4.251 municípios dos 5.570 definidos para serem vistoriados já contabilizaram a presença de agentes e militares. Todos os estados e o Distrito Federal registraram as ações das equipes no Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR).

Entre os estados, a Paraíba e o Piauí permanecem entre os que registraram maior percentual de imóveis percorridos: 79,1% e 77,8, respectivamente. Na sequência, aparece Minas Gerais, com 67,7% de cobertura, sendo a maior unidade federativa em números absolutos: 4,8 milhões de estabelecimentos. O estado de São Paulo é o segundo em visitas, com 4,3 milhões (26,3%). Já o Rio de Janeiro segue como terceiro, totalizando 3,2 milhões (48,6% do total).
Os agentes e militares identificaram, até agora, 844,8 mil imóveis com focos do mosquito. Isso significa 3,6% do total de visitados. A meta é reduzir esse índice de infestação para menos de 1% de imóveis com foco. Entre fechados e com recusa de acesso, a Sala Nacional contabilizou 5,6 milhões de imóveis fechados.
A mobilização nacional para o enfrentamento ao Aedes conta, atualmente, com mais de 300 mil profissionais em ação. São 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 46,5 mil agentes de controle de endemias, além de aproximadamente 2 mil militares, no combate ao vetor. Durante as visitas, eles procuram por focos, orientam os moradores à prevenção do mosquito e, ainda, aplicam larvicidas, quando necessário. A orientação é para que esse grupo participe, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.
Para o governo federal, a melhor forma de combater o Aedes aegypti é impedir o seu nascimento. Por isso, diversas medidas estão sendo preparadas para ampliar o combate ao mosquito. Neste sábado (13) será realizada uma grande ação nacional de educação em saúde, com 220 mil militares das Forças Armadas, junto com profissionais dos estados e municípios, indo às ruas orientar a população. A mobilização acontecerá em mais de 350 municípios de todas as unidades da federação.
Fonte: Agência Saúde
Foto: Celso Pupo/ Shutterstock

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Depois do Carnaval, não se esqueça de fazer o teste

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Estava curtindo o carnaval e se esqueceu de deixar a camisinha entrar na festa? Quem teve relação sexual sem proteção ou algum acidente em que o preservativo falhou pode fazer o teste rápido para aids de graça na rede pública do país. Para fazer o teste, oferecido gratuitamente pelo SUS, basta comparecer em uma unidade básica de saúde ou no CTA, Centro de Testagem e Aconselhamento, e apresentar um documento de identificação com foto, como identidade ou carteira de motorista. O resultado fica pronto em 30 minutos e é sigiloso.
Mas atenção: antes de fazer o teste é preciso aguardar a janela imunológica, que é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus. Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV.
Se um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Nesse período, é importante que a pessoa sempre faça sexo com camisinha e não compartilhe seringas, pois se estiver realmente infectada, já poderá transmitir o HIV para outras pessoas.
Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, quem se expos a uma situação de risco, como sexo desprotegido ou compartilhamento seringas, deve fazer o exame.
PEP – O SUS também distribuí gratuitamente uma alternativa de emergência para o contágio do HIV distribuída em 515 unidades de saúde de todo o país. A Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, evita a sobrevivência e a multiplicação do vírus HIV no organismo.
Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72h, o ideal sendo nas primeiras 2 horas. A pessoa deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de contato com o HIV.
Saiba mais sobre a PEP na matéria do Blog da Saúde 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

ATENÇÃO: Zika Vírus e Gestantes



'Dia da Faxina': Fiocruz efetua ações preventivas contra Aedes

A Fiocruz participou, nesta sexta (29/1), do Dia da Faxina, campanha do governo federal com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de ações preventivas contra o Aedes aegypti em órgãos públicos, escolas e residências. A atividade foi realizada em todos os campi da Fundação no Distrito Federal e nos dez estados onde a Fiocruz tem sede em todo o país. No campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, a iniciativa contou com a presença do presidente da instituição, Paulo Gadelha, de membros do Conselho Deliberativo, de agentes de inspeção sanitária e de líderes comunitários de áreas próximas.
Em seu discurso de abertura do evento, realizado no Centro de Recepção do Museu da Vida às 12h, Gadelha, debruçando-se sobre a maquete do campus, enfatizou a complexidade da missão de erradicar o mosquito transmissor dos vírus chikungunya, dengue e zika da área da Fundação de cerca de 800 mil metros quadrados – segundo o próprio, uma versão em miniatura do desafio enfrentado pelo próprio país. “Temos aqui apenas um recorte da cidade do Rio de Janeiro. Temos áreas verdes, enormes prédios. Em cada um desses espaços, há a possibilidade da existência de focos de mosquito, o que significa que o combate ao Aedes exige um trabalho intensíssimo e não pode ser apenas responsabilidade de especialistas e de profissionais pagos para realizar essa tarefa. Também deve – e pode ser aprendido – por todo cidadão em suas casas e trabalhos”, afirmou.
Segundo Gadelha, para o combate em seus campi, a Fiocruz, além de ter profissionais específicos para a atividade, atua também em conjunto com comunidades próximas. Em janeiro, em Manguinhos, uma ação articulada entre a Fundação, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e o Conselho Comunitário de Manguinhos promoveu o mutirão de combate ao mosquito. “Há já muitos anos, vivemos na Fundação uma relação muito estreita de trabalho e cooperação com comunidades próximas a nossas sedes. Temos uma forma permanente de não apenas fazer pesquisa sobre a presença do vetor Aedes aegypti no campus de Manguinhos, mas também de ter uma atividade de controle direto desses focos”, comentou.

Referindo-se à comunidade de Manguinhos, próxima ao campus, Gadelha observou que o enfrentamento ao mosquito envolve questões da sociedade brasileira relacionadas à precariedade de serviços como saneamento básico, tratamento de lixo e acesso à informação. “Estas condições no nosso entorno são muito mais arriscadas e danosas do que a que temos aqui em nosso campus em Manguinhos. E é por isso que estamos aqui somando esforços”, disse.
Após a fala do presidente, a líder comunitária da favela Parque Oswaldo Cruz, Simone Quintella, discursou representando as 17 comunidades do complexo de Manguinhos. Quintella reforçou a necessidade do envolvimento de autoridades de saúde pública no enfrentamento ao mosquito. “Estamos muito preocupados com a situação em Manguinhos. Temos um problema muito sério com o lixo, e precisamos de um forte trabalho de mobilização. A Fiocruz já atua em nosso território, mas precisamos de ainda mais energia nesta situação. Precisamos também de uma articulação com prefeitura e estado”, destacou Simone.
Além de Gadelha e Simone, discursaram o supervisor do controle de vetores no campus, João Carlos Cardoso, e Gerusa Gibson, que coordena o Núcleo Operacional Sentinelas de Mosquitos e Vetores do Instituto Oswaldo Cruz (Nosmove/Fiocruz). Cada um deles contou um pouco das atividades realizadas no dia a dia, que incluem aspiração de mosquitos, monitoramento e eliminação de possíveis focos.
Depois das apresentações, foi a hora da passagem à prática: agentes sanitários analizaram possíveis poças, realizaram aspirações preventivas e efetuaram vistorias em bromélias. Em uma delas, foi encontrado um alerta do desafio que o país enfrenta: uma pupa, estágio intermediário entre a larva e o mosquito. A amostra foi enviada para análise, para se averiguar se realmente se tratava de um Aedes aegypti.
Fonte: André Costa/ Agência Fiocruz de Notícias